Proseando - Por Paulo Vasconcellos

DE CHAPÉU E FERRADURA

Galopeira, garupeira
De chicote na mão
Galanteia o cavaleiro

Que está no alazão

De chapéu e ferradura
Roupa de couro e dente de ouro
De esporas brancas
Bota de nylon
Fivela brilhando
Corpo dourado
Da morena donzela
Vou pros braços dela
Contar minhas mágoas
Sem eira nem beira
Saio a galope
Um vento bem forte
Levou-me do sul ao norte
Vou tentar a sorte
Numa competição
De corrida e vaquejada
Tocando a manada
Seguro no rabo do boi
Atraco as esporas
Ponho a camisa pra fora
E fico mais à vontade
Bate esteira chega junto
Não entra nem no assunto
Corro com Nossa Senhora
Protetora do peão
Devoto de São Francisco
Temente a Deus nas alturas
Que gosta de aventuras
Glória Jesus consagrado
Senhor dos navegantes
Minha mãezinha querida
Proteja a minha vida
Sou morador do sertão
Padre Nosso, Ave Maria!
Valei-me Ciço Rumão.

Autor: Paulo Vasconcellos, integrante da Academia de Letras, titular da Cadeira número 5 – 16.08.2004.

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