A história de Quintino

Vida e morte de um justiceiro.

A Amazônia testemunha a luta de muitos homens por um pedaço de chão. Nos anos 80, um longo conflito agrário transformou o nordeste paraense em um campo de batalha. A disputa entre empresas e colonos pelo direito à terra no município de Viseu e arredores revelou um justiceiro amado e odiado. O Regatão Cultural levado ao ar pela TV cultura do Pará, reviveu a trajetória de Quintino da Silva Lira, um amansador de animais que liderou o braço armado do movimento camponês na região.

A origem do conflito da Gleba Cidapar vem da época do Brasil Império. Pedaços de terra chamados de sesmarias foram distribuídos para que fossem ocupados e cultivados. Mas na região do Pará em questão, as sesmarias foram abandonadas e bem mais tarde, na segunda metade do século XX, vendidas para a Companhia Industrial e Mineral do Estado do Pará – a Cidapar. Com a morte do proprietário da companhia, várias empresas as compraram para explorar a área rica em minério.

Os colonos que habitavam o local foram expulsos violentamente de suas casas, mas encontraram em Quintino a coragem para resistir e brigar pelas terras. Ele resolveu fazer justiça com as próprias mãos e formou um bando para combater os fazendeiros. Herói ou bandido, mesmo depois de morto Quintino continuou sendo uma lenda viva na história da luta pelo campo.

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