Crônica da Atualidade - Por Paulo Vasconcellos
Barão de Capanema: Centro comercial e financeiro
(Segunda Parte)
Ao atingir várias camadas da comunidade Capanemense com os assuntos abordados na primeira parte deste artigo, compara-se a importância que tem nossa principal Avenida na história secular do município de Capanema. É notável a influência do Centro Comercial, onde há o maior fluxo de negócios, mobilizando empresários e consumidores, estes considerados como sustentáculos de um setor que agrupa condições de manter o município de Capanema como um dos mais influentes na Região Nordeste do Pará. Então, seguir um assunto que centraliza a evolução comercial significa que recordar é um ato que merece repercussão em todos os aspectos.
No capítulo anterior, foram citados nomes de comerciantes, firmas, empresários, negociantes e empresas estabelecidas ao longo da Avenida Barão de Capanema, sendo que alguns ainda militam e outros já não estão mais entre nós. Ao relembrar o movimento na Barão, começo com as mercearias dos saudosos Manoel Marajá, Barrosinho e Cícero Costa, comércios que garantiam grandes movimentos no atendimento a fregueses de todas as partes da cidade. Mais próximo ao centro, havia o armazém da Queiroz Costa, o comércio do Japonês Inagaki, a Sorveteria Minuano, o Salão Elegante comandado pelos barbeiros Acrísio e Mademir, além da estação ferroviária que tinha em sua parte interna, alguns pontos comerciais. Para os que gostavam de jogar conversa fora, os encontros nos bares Quitandinha e Super Bar eram notáveis, pois reuniam grandes personalidades. Entre o anos de 1970 e 1980, as padarias que funcionavam em Capanema fabricando seus produtos, cada uma em seu bairro distinto, mas veio a modernização com Sebastião Nascimento que instalou no Centro da Barão, a Panificadora Colúmbia, com balcão para exposição de pães e outros derivados do trigo, assim por diante.
Ainda no entorno do Mercado Raimundo Neves, funcionavam o Bazar Limoeiro e a taberna do Francisco Smith. O Waldir Campos, além do cinema, coordenava a RCC, hoje a Almeida Divulgações e também um bar e sorveteria. Passando pela Barão, não posso esquecer os botecos do Chicute e do seu Manezinho, além do Hotel do seu Edson, ao lado da Escola Enedina Silva. Sei que vou esquecer alguns nomes de pessoas e comércios, mas vou tentar que isso não aconteça. O ramo de torrefação de café era comandado por Aristeu Favacho e Adelino Moreira com as suas marcas: Café Favacho e Café Sumaré. Havia também a Farmácia do seu Alberto Cardoso e o Posto Taró do Francisco Maia Wanderley que comercializava combustíveis, peças e lubrificantes. Ainda na Barão, funcionava a oficina para concertos de equipamentos, tais como: rádios, vitrolas e outros, comandada pelos irmãos José e Antônio Bitar, que também tinham uma aparelhagem sonora. Na parte de estivas quem comandava era seu Waldemar Wanderlei e a loja mais sofisticada que liderava o comércio de tecidos era a Pernambucana, localizada na esquina da Barão com a Djalma Dutra. Aos poucos os comércios iam crescendo e a loja de Eletrodomésticos comandada por Aristeu e Joaninha Castro, aparecia como um marco nesse setor. Depois veio a Utilar, uma vez que já citei a Radisco na crônica anterior.
Parece que esse artigo ainda vai ter muitos capítulos, pois os assuntos vão acumulando e a memória sendo aguçada cada vez mais. Existiam as banquinhas onde eram vendidos: café, cuscuz, tapioca, bolo de fubá e de macaxeira, mingau de milho ou mungunzá, torresmo com farinha d’água e outros produtos, tudo isso faz parte da histórica Barão de Capanema. Saindo do assunto comércio, destaco o relógio instalado no Centro da nossa Avenida, considerado um marco principal, projeto idealizado pelo saudoso prefeito Hugo Travassos.
Voltando a fazer registros dos comércios que funcionaram e ainda funcionam na Barão de Capanema, não posso deixar de lado a Farmácia do Povo, administrada por Albino Peoñ Rodrigues (Pai do Zeca Barata), adquirida junto ao farmacêutico Hugo Travassos e a Pharmácia Capanema, com PH mesmo, comandada por Afonso Periquito. Outro setor comercial bem freqüentado pelos Capanemenses eram os bares com suas mesas de sinuca, que chamavam a atenção dos espectadores, sobretudo quando os competidores defendiam a fama de bons de taco.
Na continuidade desse assunto que diversifica o setor comercial da Barão de Capanema, certamente alguns leitores vão viajar no tempo e relembrar como funcionava o comércio Capanemense nas décadas passadas. É claro que o artigo que estou publicando não se trata de história propriamente dita, mas apenas registros para refrescar memórias de quem acompanha a evolução do comercio Capanemense. (Paulo Vasconcellos)
Edição e Digitação: PH
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