Crônica da Atualidade - Por Paulo Vasconcellos*

Edição e Digitação: PH

Barão de Capanema: Centro comercial e financeiro (última parte)
Incrementar adjetivos para enriquecer o texto que entra em sua parte final, com relatos sobre a Barão da Capanema, principal Avenida do município, que tem grande importância no quesito sustentabilidade, representa para o autor, juntar peças de uma história não tão antiga, mas com conteúdo que começou no Século passado, se estendendo até os dias atuais. Então, os subsídios foram tornando o assunto cada vez mais interessante e os leitores interagiram de forma incessante, fortalecendo a conjuntura de um assunto que vai ter outros capítulos.

Relembrando pontos estratégicos da Barão, envolvendo o comércio como fonte de renda e de geração de empregos, começo a destacar a loja comercial do Correia Lima, que vendia artigos diversos, passando para o serviço musical do Sonoros Brasilândia, aparelhagem que era contratada para realizações de grandes festas dançantes e os irmãos Bitar eram os proprietários e o local da contratação tinha a Barão de Capanema como referência. O empresário Ambrósio Vidal, transferiu suas atividades para o prédio do Abdon Holanda e lá instalou o Bar Continental, onde também funcionava a agência para vendas de passagens e parada dos ônibus intermunicipais.Outros bares que fazem parte da história são: Caçula, Quitandinha, Barão e também o deposita da Cerpa, ao comando de Vitor Pinheiro. Os fotógrafos, com suas máquinas lambe-lambe se juntavam aos engraxates e atendiam a céu aberto na calcada dos Correios, ao lado da Casa Pérola. Com o auxílio do Zeca Barata, foi feita retrospectiva dos estabelecimentos que funcionaram por longos anos na Barão e ele relembra também a Banca de Revistas do seu Vicente, a loja Reinaldo Variedades e a banca de revista do Leonai, que distribuía os jornais: A Província do Pará, O Liberal, Folha do Norte, O Panorama, Jornal de Capanema e muitos outros do gênero. Tinha também a barraca de vendas de comidas, comandada pela Raquel, que fazia vatapá e caruru, além de um delicioso tacacá. Posteriormente, o “Jorge Jacaré” deu vida ao “Pau do Urubu”, local de encontro de pessoas que comercializavam vários produtos, pois lá vendia sopa e refresco de boa qualidade.

Os padeiros ambulantes também transitavam pela Barão e o “quebra-queixo” do seu Dico era o preferido de muita gente. Os vendedores ambulantes ofereciam de tudo e o tabuleiro perfurado era sortido por pirulitos de açúcar queimado, delicioso até demais. Havia também os picolezeiros, unheiros, pasteleiros, mingauzeiros, pipoqueiros, amendoinzeiros e até vendedores de verduras em geral.

Em anexo ao prédio da família Abud, o sapateiro Vicente consertava todos os tipos de calçados, sendo que as portas dos comércios continuavam abrindo e outras até fechando. A economia do Município demonstrava sinais de evolução, sobre tudo com a permanência de duas instituições bancárias que eram o Banco de Crédito da Amazônia (BCA) e a Caixa Econômica Federal, sendo estes os pioneiros a implantarem os serviços bancários em Capanema. O BCA, se transformou em Basa e segundo Beto Buarque, que foi funcionário dessa instituição, a primeira agencia funcionou na Barão, ao lado da Casa Buchacra e depois foi construída a Agência que funciona até os dias de hoje, sendo que agora se chama Banco da Amazônia. A Caixa Econômica funcionou primeiramente na Travessa Djalma Dutra, ao lado da Usina de Força e Luz, hoje CELPA. Depois foi construído um prédio moderno na Barão, onde a CEF faz seu atendimento.

O tempo foi passando e as empresas sendo constituídas, muitas delas ampliadas e outras que deixaram apenas seus nomes na história como é o caso da taberna do J. Elcias que era sócio de seu irmão Francisco Ely. Outros grandes comércios já não fazem mais parte, como são os casos da Cerealista Comercial e da Casa das Redes. A economia começou a ser fortalecida e houve necessidade da instalação de outras agencias bancárias. O Município de Capanema foi dotado com a instituição chamada Banco Brasileiro de Descontos (Bradesco), com agencia sendo inaugurada na Barão, ao lado do comércio do Ichiara e depois passando para Sede Própria, no outro lado da Avenida, esquina com a Cesar Pinheiro.

O comércio continuavam sua hegemonia e crescia ao ponto de novas empresas se estabelecerem em Capanema com matrizes e filiais. Quem também ficou marcado na história foi à oficina e eletrônica do João Leite, assim como o cinema de propriedade de Herbert Veríssimo e a oficina mecânica do Jacaré. Voltando a destacar o crescimento financeiro o Banco do Brasil se estabeleceu em Capanema, primeiramente na Barão do Rio Branco, mudando de domicílio para a rua João Pessoa e posteriormente para a Barão de Capanema. Depois veio o Bamerindus, que se transformou em HSBC e fechou sua agencia em Capanema. A força econômica trouxe a agencia do Ban Pará que se juntou aos outros bancos estatais. Então, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Ban Pará e Banco da Amazônia, formam o conjunto de instituições financeiras governamentais, sendo que o Banco Bradesco é era o único representante da ala dos particulares. Agora, o Banco Itaú está estabelecido em Capanema para desempenhar suas atividades e se juntar ao Bradesco como mais um banco particular a funcionar na cidade. Não só os clientes do município são beneficiados com os serviços bancários, como também outros da Região que centralizam seus negócios nos Bancos aqui sediados.


Na avaliação do autor que fez um resumo da história comercial e financeira da Avenida Barão de Capanema, há ausência de alguns nomes de comércios e até de comerciantes, mas como foi dividida em capítulos, a história pode ser ampliada em outra ocasião, pois é necessária a realização de um levantamento criterioso. De todas as formas, acredita-se que esse artigo retrata fatos que muita gente nem lembra mais, no entanto, revive de forma saudosa, nomes de grandes estabelecimentos que contribuíram para o desenvolvimento comercial e econômico da Centenária cidade de Capanema e de sua principal Avenida. Que as memórias sejam respeitadas e todos possam usufruir de um patrimônio valioso que é de todos nós. (Paulo Vasconcellos)


P.S: - Dedico essa série de artigos para a velha e bela Avenida Barão de Capanema, marco importante do desenvolvimento do Município de Capanema, pólo comercial do Nordeste Paraense!


Capanema 100 Anos: Patrimônio de todos Nós.

Paulo Vasconcellos - Orgulho de ser Capanemense.

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