Mestre Damasceno e Gaby Amarantos comemoram indicação ao Prêmio da Música Brasileira

 Paraenses concorrem nas categorias "Lançamento - Música Regional" e "Lançamento - Canção popular"

Foto/Divulgação/Assessorias
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O  Prêmio da Música Brasileira (PMB) anunciou na segunda-feira (13) os indicados da 31ª edição do evento, que acontece no dia 12 de junho, no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro. Entre os indicados estão dois paraenses: Mestre Damasceno e Gaby Amarantos, nas categorias "Lançamento - Música Regional" e "Lançamento - Canção popular".

Mestre Danasceno concorre com o álbum “Búfalo-Bumbá”, feito com o grupo Nativos Marajoara, com produção de Léo Chermont e Guto Nunes. Já Gaby Amarantos concorre com a regravação de “Em plena lua de mel”, parceria com o cantor pernambucano Romero Ferro.


O álbum Búfalo-Bumbá é o quarto da carreira do cantor e foi gravado em setembro de 2021. Nele, estão presentes os ritmos carimbó e toadas do búfalo-bumbá. Ao todo, são nove faixas acompanhadas pelos músicos Agnaldo Vasconcelos (Curimbó), Anderson Gonçalves (Curimbó), Arivaldo Pampolha (Banjo), David Pamplona (Flauta), Emerson Miranda (Saxofone) e Francisco Junior (Maracá e Ganzá). Além do Mestre, participaram, nos vocais, Bella Pantoja, Inesita, Kleyton Silva, Arivaldo Pampolha e Marcelo Rodrigues.


Para o mestre, é satisfatório ver seu trabalho reconhecido em um prêmio nacional. Essa conquista faz com que ele se encha ainda mais de vontade e emoção para continuar realizando seus trabalhos culturais. Segundo Damasceno, o álbum foi pensado e inspirado como uma forma de defender o Marajó, usando o nome do búfalo, símbolo marajoara.

"Nós respiramos e pensamos, sonhamos a qualquer momento em levar um álbum do búfalo-bumbá para ser reconhecido pelo Brasil, pelo mundo, por sabermos que ele é o símbolo paraense e, sobretudo, da região marajoara. Sou grato por ter sonhado com isso e ter sentido que essa coisa que fiz conseguiu me colocar até onde eu cheguei até hoje", diz ele.

Mestre Damasceno faz parte do movimento cultural no Marajó há mais de 50 anosMestre Damasceno faz parte do movimento cultural no Marajó há mais de 50 anos (Foto/Divulgação/Assessoria)

"Para mim, como marajoara, como quilombola, lá do recanto do Marajó, chegar até onde cheguei, ainda mais tendo deficiência visual, conseguir levar um trabalho desse para o mundo, e encantar, não só o Pará ou o Marajó, como hoje entrar no meio dos maiores compositores do Brasil, da cultura popular, é motivo de felicidade e sorte”, complementa o artista.

O diretor musical Léo Chermont explica que a ideia do álbum indicado ao prêmio foi trazer algo semelhante ao que o Mestre Damasceno faz nas ruas de Salvaterra. Toda a gravação foi feita no município, para onde Chermont levou um estúdio móvel. O trabalho foi realizado em uma semana, dentro de um quarto de hotel, onde toda a ideia do álbum foi montada.

"É um disco que tem participação do Pardal, do Felipe Siqueira, tem o Felipe Cordeiro, backing vocals com a galera que pôde gravar. Eu estou muito agradecido de muita gente participar. Conseguir sair da Ilha do Marajó para desenvolver um trabalho tão importante com o Mestre da Cultura Popular me faz muito feliz, alegre de a gente chegar aqui", comemora o diretor.

Trabalhando ao lado do Mestre Damasceno há 12 anos, Léo se sente realizado ao ver mais um projeto com o músico sendo reconhecido. "Eu acho que o Damasceno é um pouco de família da galera do Marajó. É sempre muito legal, porque estamos saindo de um lugar muito fechado, muitas pessoas não conhecem muito. É ótimo para o Marajó, para o Damasceno, para todo mundo, porque a gente acaba deixando um legado muito importante, que é o trabalho com os mestres da cultura popular", complementa.

Gaby Amarantos é fã de Reginaldo Rossi e esse foi um dos motivos para dar vida a essa regravação do clássico eternizado na voz do cantor. Para a paraense, Rossi é um dos grandes ídolos da música brasileira e foi homenageado com essa nova roupagem de "Em plena lua de mel", com um clipe que ela diz ser lindo e que lhe trouxe felicidade.

Paraense e pernambucano uniram a admiração de um pelo outro no novo trabalhoParaense e pernambucano uniram a admiração de um pelo outro no novo trabalho (Foto/Divulgação/Lígia Ferreira)

"Ai, eu estou muito feliz por ser indicada no Prêmio da Música Brasileira. A minha ligação com a obra do Reginaldo Rossi é total, plena. Eu cresci ouvindo, tenho todos os discos dele, e para mim ele é um dos artistas mais geniais que a gente tem na música brasileira. Esse ano, no 'Galo da Madrugada', eu fui em homenagem a ele com o figurino de Garçom [música do cantor] e com uma escultura dele no ombro. Eu sempre falei muito dele, tive a honra de conhecê-lo e, para mim, cantar Reginaldo é sempre uma grande alegria."

O convite de gravar a música que recebeu indicação ao PMB surgiu a partir da conexão entre a música de Recife com Belém, por causa do ritmo brega, forte nas duas cidades. Gaby e Romero sempre admiraram o trabalho um do outro. O cantor, grande admirador do Tecnobrega, chamou a intérprete de "Não vou te deixar" para regravar a canção, um desejo que já existia há bastante tempo.

"Ele [Romero] me convidou, inclusive essa mudança que a gente fez na letra, nós somos compositores dessa nova parte, dessa alteração. E ele foi muito generoso, ele é apaixonado pela cultura do Pará. Eu acho que essa conexão Pará-Pernambuco é muito forte e ele sempre fez muito show aqui. Já Assisti show dele aqui em Belém. Eu estou muito feliz de poder estar indicada no prêmio da música brasileira com a música de Reginaldo Rossi", comemora Gaby Amarantos.

(*Estagiária sob supervisão do Coordenador do Núcleo de Cultura de Oliberal.com, Abílio Dantas)


Fonte: O Liberal 

Texto: Juliana Maia

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