Abílio Dantas estreia na literatura com o livro de poemas “Fogo de Rua”

 Jornalista e compositor Abílio Dantas lança neste sábado (21) o livro “Fogo de Rua” na Casa da Linguagem


Carmen Helena / O Liberal
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A poesia é um estilo que sempre fez parte da vida de Abílio Dantas, 34 anos. O jornalista e escritor lança o primeiro livro “Fogo de Rua” com 40 poemas em homenagem à boêmia e aos artistas da cultura paraense. O lançamento pela Editora Folheando será neste sábado (21), na Casa da Linguagem, localizada avenida na Nazaré, nº 31, em Belém, a partir das 17h30.

Para Abílio, a poesia parte mais da técnica do que da “livre inspiração”. “Individualmente, me entendo mais como um escritor de poemas, do que como poeta. Prefiro usar a ideia de escritor porque a ideia de poesia e poema está ligado a algo irracional, de que o poeta recebe as inspirações das musas gregas, da poesia como misticismo, como algo soprado no ouvido. Neste sentido prefiro a dizer que sou escritor de poema, para mim a poesia é muito racional. Existe um conhecimento específico dessa linguagem”, explica.


Em “Fogo de Rua”, os versos tratam de manifestações populares, vivências e lembranças noturnas traduzidas pelas experimentações de linguagem poética, com referências a diversas personalidades. O incômodo em perceber o silêncio existente sobre a história de artistas como o poeta Bruno de Menezes, o violonista Tó Teixeira e a escritora Lindanor Celina impulsionou o livro.

“Tudo começa pelo fascínio por eles, e também antes deles o fascínio pela história de Belém. Eu sou muito de gostar de Belém e do Pará. O meu pai Amaury Braga Dantas é escritor, os romances todos deles são históricos. Todos estão falando um pouco sobre Belém, e cria narrativas em cima de contextos históricos”, conta.

“A vivência com a obra do meu pai, de escutar ele falando os textos na Feira do Livro incutiu em mim de forma inconsciente isso de misturar a arte, ficção, literatura e história, e o primeiro poema pronto foi o ‘Cem Exílios’, que li em um livro do Salomão Habib sobre o Tó Teixeira caminhando com o Bruno de Menezes, escrito no diário do Tó. Achei tão interessante que eu fiquei vendo a imagem deles caminhando, a criação vem da imagem, tem a ver com o fascínio e a vontade de ter vivido aquilo”, complementa.

Nos 40 poemas é possível ver inspirações em escolas como o modernismo, com suas nuances regionais, e no concretismo. Os poemas de Abílio Dantas formam pegam do concretismo partes da formação de imagens.

“Essa batalha entre o universal e o regional na literatura que me interessa. Tem totalmente a ver com os valores, incutidas no falar da minha região, a cidade de Belém, e o estado do Pará. O que eu vejo como regionalismo, não é uma vontade ufanista, que é dizer que aqui é melhor que outros lugares, onde só fala de tacacá ou açaí, como se isso fosse o principal da região. O que me interessa é o que há de particular na linguagem, nas línguas, nos falares, nas histórias”, revela.

O escritor assume que além das inspirações que teve de Bruno de Menezes, Carlos Drummond de Andrade, e Paulo Leminski, outros só foi perceber com os poemas prontos, como Manuel Bandeira.

“Depois de considerar o texto pronto, fui vendo muito do Manuel Bandeira no meu texto. Tem um poema em homenagem a David Miguel, que fala de uma história, do mestre, que lembra muito o poema ‘Irene entra no céu’. Isso foi uma coisa que entrou que li mais atrás. Não foi um plágio. Foi algo inconsciente”, declara.

Serviço: Lançamento do livro “Fogo de Rua”, de Abílio Dantas

Data: 21 de outubro (Sábado)

Local: Casa da Linguagem (Avenida Nazaré, 31)

Hora: a partir de 17h30

Valor do Livro: R$ 40


Fonte: O liberal 

Texto: Vito Gemaque

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