Os efeitos causados pelas temáticas nos Desafios da AVAL




Semanalmente, essa Casa Literária (AVAL), aguça as inspirações dos poetas que participam do grupo, escolhendo temas diversificados e no Desafio desta semana, o ato de bajular foi escolhido pelo Corpo Diretivo da entidade. Produzi "O pelego", atendendo o que fora proposto no Desafio e aqui está o texto e a certificação! 




Paulo Vasconcellos: Acadêmico Efetivo
Patrono: Bruno de Menezes
Cadeira nº 26
Cidade: Capanema – Pará
Evento: Desafio Quarta-Literária
Título: O pelego
Tema: O Bajulador
Data: 29/1/2025

O pelego


Nas tantas idas e voltas que a vida dá, muitas são as situações, quando se trata de relacionamento entre patrão e empregado, por exemplo, principalmente, aquele que se põe na condição de serviçal.
A narrativa refere-se ao merceeiro Edgar, que mantinha o seu comércio na periferia da cidade e recebia o auxílio de seu empregado Normando, pessoa de sua confiança, que não largava o seu pé, nem quando o patrão fechava o estabelecimento.
Os moradores da localidade, chamavam Normando de “Baba-ovo”, por causa de tanto ele defender Edgar, mesmo que o patrão tomasse alguma decisão errada.
A relação entre eles era muito forte e certa vez, Dona Eunice, vizinha do comerciante, perguntou a Normando se na mercearia tinha Óleo de Peroba para vender e a resposta foi negativa.
A saber, diante da resposta do empregado, Eunice debochou, forçando com que ele indagasse sobre a forma com que ela o tratou, recebendo de imediato, a resposta: “É para passar na tua cara de pau, pois és um verdadeiro puxa-saco do Edgar, que nem te dá trela e ainda por cima faz mangofa de ti”.
O rapaz esbravejou e respondeu: “A senhora está é com inveja de mim, porque o meu patrão é um homem digno e merece que eu faça tudo por ele, sempre”, retrucou o empregado.
A maioria das pessoas que moravam no bairro, conhecia a fama de normando e comentavam em grupinhos que ele é um capacho do patrão, mas não se importava com as críticas do pessoal e ainda, cantarolava algo sobre, como proteger uma pessoa importante.
Por fim, em determinada reunião promovida pela representação comunitária, eis que alguém citou o nome de Edgar, como possível patrocinador da quermesse que estava programada para acontecer e para variar, normando se manifestou, dizendo que o movimento do comércio estava muito fraco e certamente o patrão iria rejeitar a proposta, sendo que no momento, o empregado do comerciante foi vaiado e para sua decepção, Edgar entrara no recinto e quando recebeu a proposta, aceitou de imediato, figurar na relação dos apoiadores do evento, causando euforia por parte das pessoas presentes e novamente, vaias a Normando.
Em Tempo - A maioria das pessoas que se dispõe a bajular acaba no anonimato, pois não recebe o que merece e passa dificuldades, sobremaneira, aprendamos a nos colocar diante das situações e mantenhamos retidão, pois quem trabalha com dignidade, merecem ter reconhecido o seu préstimo, não necessitando ter que puxar-saco dos seus superiores!

Autor: Paulo Vasconcellos, escritor e poeta, integrante o grupo PCDV

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