Artigo do Cotidiano
Praticar vandalismo, passou a ser nos últimos meses, evento contínuo nas
ruas das cidades brasileiras e o editorial do Portal Orm retrata aspectos concernentes
a esses episódios que transmitem imagens negativas do nosso país. As verdades
aqui escritas refletem que precisamos de melhor assistências dos governos. (PV)
Vândalos violentos
representam a esquerda caviar
Em tempos de redes sociais fervilhando de militantes de todos os naipes,
de todas as classes sociais e ideologias, separar o joio do trigo é mais ou
menos como procurar, numa praia, o grão de areia que destoa de todo o restante.
Com essa dispersão de militantes, não deixa de ser um desafio ao
discernimento identificar, nos meios virtuais e fora deles, quem realmente está
disposto a exercer legitimamente o direito à livre manifestação e quem, ao
contrário, alimenta dia após o dia o ânimo de extravasar recalques e externar
suas propensões à violência de qualquer maneira.
Nos últimos meses, o país vem assistindo, espantado, a prisões e
indiciamentos de elementos que já foram até formalmente denunciados pelo
Ministério Público sob várias acusações, entre elas a de planejarem a
destruição da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Ninguém sabe ao certo por que esses elementos destoam de cidadãos que,
em protestos do gênero, não se entregam a impulsos criminosos de qualquer
natureza, limitando-se apenas a reclamar livremente dos poderes públicos.
Há uma suposição, no entanto, de que vândalos travestidos de
manifestantes pretendem travestir-se de ativistas de esquerda, como se isso
lhes garantisse uma espécie de álibi para fazer o que bem entendem.
Quando são apanhados pela polícia, descobre-se que os vândalos, em sua
grande maioria, são jovens de classe média, bem nutridos, com razoável formação
intelectual e beneficiários de estilos de vida que nem de longe justificariam
sua participação em protestos que pregam a destruição do patrimônio público e
privado.
Quem melhor definiu tais personagens foi o juiz da 10ª Vara Criminal de
São Paulo, Marcelo Matias Pereira, ao apontar esses vândalos como nobres
representantes da “esquerda caviar”, expressão de origem francesa que designa
ativistas que afirmam ser de esquerda e se intitulam até de socialistas, mas
desfrutam de todos os benefícios e privilégios proporcionados pelo capitalismo.
A declaração está na decisão proferida pelo juiz ao negar pedido de
liberdade a dois acusados de participação em atos de violência em São Paulo.
Segundo o magistrado, os vândalos atentam contra os poderes constituídos,
desrespeitando as leis e os policiais que têm o dever de preservar a ordem, a
segurança e o direito de manifestação pacífica.
“Além de descaradamente atacarem o patrimônio particular de pessoas que
tanto trabalharam para conquistá-lo, sob o argumento de que são contra o
capitalismo, mas usam tênis da Nike, telefone celular, conforme se verifica nas
imagens, postam fotos no Facebook e até utilizam uma denominação grafada em
língua inglesa, bem ao gosto da denominada esquerda caviar”, afirma o juiz.
Para o magistrado, as manifestações no país perderam a legitimidade por
causa da infiltração dos vândalos. As atitudes dos manifestantes violentos,
acrescenta o juiz, tiraram o direito dos que buscavam se manifestar
pacificamente.
O caso envolvendo os dois acusados a que se refere a decisão judicial já
se repetiu com dezenas de outros adeptos da “esquerda caviar”, que já foram
responsáveis, entre outros eventos, pela morte do cinegrafista Santiago
Andrade, morto em fevereiro deste ano, durante manifestação ocorrida no centro
do Rio, depois que um rojão o atingiu na cabeça, provocando-lhe traumatismo
craniano irreversível, grave e letal.
É quase inacreditável que segmentos políticos e intelectuais ainda
percam tempo formulando hipóteses para chancelarem condutas como essas,
afrontosas às leis, contrárias aos princípios democráticos e danosas ao
equilíbrio social.
Mais inacreditável ainda é a tentativa de considerar que esses elementos
não passariam de jovens inocentes e idealistas, à procura de boas causas. Quem
for inocente que acredite nisso.
Porta ORM
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