Músicos vão tocar obras de Beethoven na série 'Encontros Clássicos



A transmissão é feita todo sábado, 11h, pela internet


Na Viena do início do século 19, tornaram-se constantes os encontros musicais realizados nas casas das pessoas. Um símbolo desse momento foi o compositor Franz Schubert, que se apresentava ao lado de amigos e colegas músicos no ambiente privado.

"Não deixa de ser interessante que, tanto tempo depois, em um momento tão difícil pelo qual estamos passando, a música se volte, como naquela época, para dentro do lar das pessoas, impossibilitadas de sair de casa", diz o pianista Leonardo Hilsdorf.

Hilsdorf é um dos pianistas que, a partir do sábado, 9, vai participar da série Encontros Clássicos - Festival Beethoven. Ao seu lado, Cristian Budu, Sylvia Thereza, Vera Astrachan e Ricardo Castro.

Nos encontros, ao longo de cinco sábados, às 11 h, cada pianista fará uma apresentação pela internet - em seguida, haverá uma conversa com o público sobre sua carreira, a interpretação das obras que acabou de tocar, além dos compositores escolhidos.

"A transmissão pela internet não substitui o concerto ao vivo no teatro, mas oferece outras vantagens. Você está ao lado do piano, ao lado do artista. Os encontros estabelecem um contato com o músico e uma ideia de sua concepção musical. É esse momento especial que a gente imaginou oferecer, uma comunicação que vai além do concerto em si", explica Nelson Kunze, diretor da Revista Concerto, idealizador da série.

Trilha sonora. Em 2020, o mundo musical celebra os 250 anos de nascimento de Beethoven. E cada pianista escolheu uma sonata do compositor. Cristian Budu, que abre a série, toca a Sonata Waldstein, ao lado de peças de Schumann. No dia 16, Sylvia Thereza toca a Sonata Appassionata, que resolveu combinar com obras de Chopin. "Ele também é um autor que nos lembra da importância de trazer a música para dentro de casa", ela diz.

No dia 23, Vera Astrachan se volta ao início da carreira de Beethoven, com a Sonata nº 3 combinada com peça de Haydn. Hilsdorf, além da Sonata nº 24, escolheu Schubert e o brasileiro Alberto Nepomuceno para a apresentação do dia 30. E Ricardo Castro encerra a série, no dia 6 de junho, com a Sonata nº 30 do compositor.

"Vivemos hoje um momento amedrontador, confuso, e vamos precisar nos reinventar de alguma forma para continuar a fazer aquilo que a gente gosta, mantendo o contato próximo com o público", diz Budu. "Uma coisa que está ficando clara é o papel da arte, da música, como alimento da resiliência humana nesse momento. O artista ajuda a apontar direções, ajuda as pessoas a suportar a situação pela qual estamos passando", completa Sylvia Thereza.

Hilsdorf concorda. "A série é uma maneira de levar a música para perto das pessoas nessa fase meio louca que estamos vivendo. E acho legal a gente poder conversar sobre as peças, uma oportunidade que tudo isso está nos dando. Essa conexão falada com o intérprete, a chance de discutir escolhas, de tirar dúvidas, de contar histórias... Quem sabe não é algo que possa permanecer quanto tudo isso passar e a gente voltar às salas de concertos", comenta.

O público pode optar por assinar a série completa e acompanhar os cinco encontros (R$ 200) ou comprar o ingresso individual para a apresentação de cada pianista (R$ 50). Informações no site www.concerto. com.br/encontros-classicos ou pelo telefone (11) 99978-6802.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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