Artista plástico Petchó Silveira traz 'Retratos Invisíveis' ao público nesta quinta-feira, 29

 A mostra abre a partir das 20h no Núcleo de Conexões Na Figueredo

Divulgação/ Petchó
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O traço único e as cores do artísta plástico paraense Petchó estão presentes na exposição individual “Retratos Invisíveis”, que abre nesta quinta-feira, 29, a partir de 20h, no Núcleo de Conexões Na Figueredo, na avenida Gentil Bittencourt, 449. Autodidata, o artista já possui marca registrada pela forma como retrata a população negra amazônica e suas questões existenciais. O som da vernissage fica a cargo da discotecagem do DJ Morcegão.


Para o curador da mostra, Thiago Lima, a obra de Petchó é um testemunho de sua busca incessante por transmitir emoções e despertar reflexões profundas.”Seus trabalhos são um convite para explorar as complexidades da existência humana e as interações entre os seres humanos e a sociedade na qual estão inseridos. Cada pincelada, cada traço, é carregado de significado, capturando a essência de suas experiências de vida”, reflete o responsável pela curadoria da exposição.

Thiago Lima destaca também que o artista faz uso “inteligente” da cor, “Ele domina a paleta de tons com maestria, combinando cores contrastantes e complementares para criar uma experiência visual impactante. Sua habilidade de transmitir sensações e estados de espírito através da escolha e combinação das cores revela a profunda conexão emocional que ele tem com seu trabalho”, descreve.

O trabalho de Petchó revela ainda, na avaliação do curador, a habilidade do artista em criar imagens que transcendem a mera representação visual, “nos apresentando uma série de retratos envolventes, onde os personagens, com olhares penetrantes e expressões marcantes, nos convidam a confrontar as desigualdades de oportunidades que se perpetuam em nossas sociedades”, detalha o especialista e autor do texto de apresentação da exposição.

Desde a infância, o artista sentia a necessidade de estar próximo da arte e de suas possibilidades de criação, mas foi na Fundação Curro Velho que começou a dominar linguagens técnicas. “Eu sempre gostei de desenhar e pintar, só não imaginava que seria minha profissão. Em 1999 eu conheci a Fundação Curro Velho através de um amigo, e lá abriu meu horizonte para o mundo das artes. Na fundação eu tive contato com várias técnicas artísticas como pintura, gravura, escultura e cerâmica”, recorda.

Na avaliação do próprio Petchó, sua arte é sua arma e também a sua voz na intenção de provocar no espectador questionamentos necessários sobre a sociedade. “Eu que vivo e trabalho na periferia de Belém, problemas como racismo, preconceito e violência, sempre nos rondam. Tento representar estas questões nas minhas pinturas, tento colocar uma lente de aumento nesses problemas para que não passem despercebidos”, destaca.

“Acho importante artistas pretos adentrarem os espaços que antes eram negados para a gente. Eu enxergo meu trabalho como mais uma arma para dar visibilidade e representatividade ao povo preto. A sociedade não pode mas nos calar”, conclui o artista plástico Petchó.

Fonte: O Liberal 


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