Professora que levou alunos para ver 'Pantera Negra' fala sobre mudança: 'Protagonismo'
Indicada ao Global Teacher Prize 2020, Lília Melo planejava conseguir contato com Chadwick Boseman por meio da premiação
A morte de Chadwick Boseman chocou o mundo. Não só pela partida precoce do ator, que morreu aos 43 anos vítima de um câncer de cólon, mas também pela representatividade enquanto homem negro e, principalmente, pela atuação no filme "Pantera Negra". O protagonismo do astro em um dos filmes mais simbólicos de valorização da negritude impactou gerações em todo o globo e, também por isso, seu falecimento foi recebido com tristeza por milhões de pessoas.
O trabalho do artista, que interpretou o rei T'Challa de Wakanda, gerou frutos na vidas de jovens até na periferia da capital paraense. É o caso de estudantes da escola estadual Brigadeiro Fontenelle, localizada no bairro da Terra Firme, que por meio de uma iniciativa da professora Lília Melo, foram levados até ao cinema - muitos até pela primeira vez - para que pudessem assistir a um os filmes mais representativos para a cultura negra.
Na época, início de março de 2018, a mobilização ganhou força nas redes sociais e a iniciativa - que fez parte do projeto "Juventude negra periférica: do extermínio ao protagonismo", criado pela professora - foi viabilizada por meio de uma vaquinha na web. A possibilidade de que seus alunos sentissem o gosto da representatividade e se enxergassem como protagonistas por meio das telonas foi a maior motivação de Lília.
Com o projeto, os resultados positivos foram incontáveis e a educadora venceu o Prêmio Professores do Brasil, do MEC, em 2018. Agora, ela está entre os 50 finalistas do Global Teacher Prize 2020, considerado o Prêmio Nobel da Educação e que é organizado pela Varkey Foundation, em parceria com a Unesco.
O trabalho do artista, que interpretou o rei T'Challa de Wakanda, gerou frutos na vidas de jovens até na periferia da capital paraense. É o caso de estudantes da escola estadual Brigadeiro Fontenelle, localizada no bairro da Terra Firme, que por meio de uma iniciativa da professora Lília Melo, foram levados até ao cinema - muitos até pela primeira vez - para que pudessem assistir a um os filmes mais representativos para a cultura negra.
Na época, início de março de 2018, a mobilização ganhou força nas redes sociais e a iniciativa - que fez parte do projeto "Juventude negra periférica: do extermínio ao protagonismo", criado pela professora - foi viabilizada por meio de uma vaquinha na web. A possibilidade de que seus alunos sentissem o gosto da representatividade e se enxergassem como protagonistas por meio das telonas foi a maior motivação de Lília.
Com o projeto, os resultados positivos foram incontáveis e a educadora venceu o Prêmio Professores do Brasil, do MEC, em 2018. Agora, ela está entre os 50 finalistas do Global Teacher Prize 2020, considerado o Prêmio Nobel da Educação e que é organizado pela Varkey Foundation, em parceria com a Unesco.
"Foi construída a ideia de que a história deles é importante e que o conhecimento ancestral também importa", pontua a professora Lília Melo.
Há milhares de quilômetros de distância, Chadwick Boseman foi uma das figuras essenciais para o desenvolvimento do projeto de Lília. A narrativa foi importante para que os alunos entendessem sua própria importância e também papel como protagonistas, explica a docente. “A primeira coisa que muda é 'a minha história é importante para o outro'. Ou seja, antes eles tinham receio de falar de onde vinham, que moravam na Terra Firme, por exemplo, mas depois dessa ida, percebi que eles começaram a estufar o peito, tinham esse senso de pertencimento. Foi construída a ideia de que a história deles é importante e que o conhecimento ancestral também importa", enfatiza.
A simbologia de Boseman foi tamanha que a professora iria usar a visibilidade do anúncio dos finalistas do Global Teacher Prize 2020 para tentar convidar o ator a conhecer a Terra Firme. "Ficamos todos muito tristes. Já tínhamos combinado que quando eu tivesse um tempo de fala, chamaria ele e a Lupita (Nyong'o) para que conhecessem a nossa comunidade. Íamos tentar fazer com que isso chegasse até eles de alguma forma, mas infelizmente ele faleceu", lamenta.
Há milhares de quilômetros de distância, Chadwick Boseman foi uma das figuras essenciais para o desenvolvimento do projeto de Lília. A narrativa foi importante para que os alunos entendessem sua própria importância e também papel como protagonistas, explica a docente. “A primeira coisa que muda é 'a minha história é importante para o outro'. Ou seja, antes eles tinham receio de falar de onde vinham, que moravam na Terra Firme, por exemplo, mas depois dessa ida, percebi que eles começaram a estufar o peito, tinham esse senso de pertencimento. Foi construída a ideia de que a história deles é importante e que o conhecimento ancestral também importa", enfatiza.
A simbologia de Boseman foi tamanha que a professora iria usar a visibilidade do anúncio dos finalistas do Global Teacher Prize 2020 para tentar convidar o ator a conhecer a Terra Firme. "Ficamos todos muito tristes. Já tínhamos combinado que quando eu tivesse um tempo de fala, chamaria ele e a Lupita (Nyong'o) para que conhecessem a nossa comunidade. Íamos tentar fazer com que isso chegasse até eles de alguma forma, mas infelizmente ele faleceu", lamenta.
"Ele inspirou muitas periferias em todo o Brasil", declara a educadora da escola Brigadeiro Fontenelle.
Mesmo com a partida repentina para o grande público, que sequer imaginava que o ator travava uma árdua lutar contra o câncer, a professora destaca a importância do ator para a juventude negra. "Era um preto atuando na tela do cinema, trazendo toda a concepção contrária do que a gente tá acostumado. Ele inspirou muitas periferias em todo o Brasil, muito moleque preto de periferia fazendo 'Wakanda Forever' (saudação usada no país fictício de Wakanda). Aqui, a recepção do filme fez com que a gente começasse a tomar a iniciativa para atuar no audiovisual e isso rendeu muitos frutos", conclui a professora.
Mesmo com a partida repentina para o grande público, que sequer imaginava que o ator travava uma árdua lutar contra o câncer, a professora destaca a importância do ator para a juventude negra. "Era um preto atuando na tela do cinema, trazendo toda a concepção contrária do que a gente tá acostumado. Ele inspirou muitas periferias em todo o Brasil, muito moleque preto de periferia fazendo 'Wakanda Forever' (saudação usada no país fictício de Wakanda). Aqui, a recepção do filme fez com que a gente começasse a tomar a iniciativa para atuar no audiovisual e isso rendeu muitos frutos", conclui a professora.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)
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