Exposição ‘Esmolação’ leva a Marujada ao Museu de Arte Sacra de São Paulo

 A mostra montada em São Paulo traz detalhes da tradicional festividade de Bragança

Alexandre Baena

O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS/SP) recebe a imagem de São Benedito Andor - principal imagem do Santo Preto – que parte do seu local de origem em Bragança, região nordeste do Estado do Pará, como ponto alto da abertura da exposição de fotografias do paraense Alexandre Baena, “Esmolação – Imagens da Marujada de Bragança pelo Brasil”.

Esta exposição é uma das ações em comemoração aos 410 anos do município. Seu objetivo é divulgar a festividade religiosa da Marujada de Bragança, em louvor ao santo e à cultura popular da região, explorando os detalhes da procissão, como rostos, trajes, fé, religiosidade, arte e cultura seculares, por meio de 14 registros em cores.

exposição foi aberta neste sábado, 29, em São Paulo, e depois segue para Brasília (DF), Bahia Paraná, até retornar ao Pará, no mês de novembro. No lançamento do projeto, foi realizada uma cerimônia especial em homenagem a São Benedito com a presença da Imagem Peregrina na sede do Governo do Estado, em Belém. A imagem possui 89cm de altura, 44cm de largura e 29cm de profundidade, com aproximadamente 23 kg, e é de autoria desconhecida, esculpida em pinho-de-riga (pynus sylvestris), em madeira talhada, de origem portuguesa, provavelmente da segunda metade do século XVIII.

Alexandre Baena é fotógrafo, publicitário e diretor de audiovisual, com diversos trabalhos documentais exibidos no Brasil, França, Portugal, Inglaterra e Itália. Destacam- -se produções com a temática dos direitos humanos, criatividade, natureza, denúncias e conteúdo jornalístico. O artista contou que seu primeiro contato com a festividade de Bragança foi ao participar da pesquisa “Entre Marujas e Marujos” sobre a indumentária das marujas e marujos na festividade, da pesquisadora Graziela Ribeiro, como fotógrafo. Posteriormente o trabalho teve vários desdobramentos, entre eles um documentário homônimo, o qual dirigiu com a pesquisadora. O audiovisual foi exibido no Brasil, em Portugal e na França. “Desde então, minha paixão, minha devoção por São Benedito naturalmente ficaram presentes em minha vida”, relata Alexandre.

“Durante as filmagens fiz amigos, conheci detalhes da construção, da preparação da festividade durante todo o ano e fui cada vez mais atraído pelo lado religioso e pela humildade do bragantino. No momento final do documentário, a Capitoa conclama o mundo para conhecer a Marujada de Bragança e foi ali, naquele momento, que pensei, vou levar a Marujada de São Benedito para o Brasil e o mundo, e idealizei a exposição ‘Esmolação’, fazendo uma referência a esmolação que acontece durante o ano, como parte das celebrações da Marujada. Desta forma rodar as cinco regiões do Brasil, em uma grande ação de louvor e comunicação, gerando interesse e convidando o expectador para vir conhecer o Pará, chegar em Bragança e sentir a fé pulsante que domina a festividade da Marujada bragantina”.

ENCONTRO

Uma das fotos, que é justamente a foto principal da exposição Esmolação, intitulada “Vermelho” é de uma maruja que o artista encontrou em três festividades diferentes, duas antes da pandemia e quando foi fotografar no ano de 2022. “Essa era a imagem que para mim representava tudo o que eu queria mostrar na exposição. Encontrar a maruja Sebastiana neste contexto foi um momento de muita emoção, e durante a apresentação das telas para o Governo do Estado, D. Sebastiana esteve presente e ao ver a tela com sua imagem, a maruja me confidenciou que não sabia que era tão bonita. Isso me tocou profundamente, pois é algo sem igual ser imortalizada em uma obra de arte”, comenta


Fonte: O Liberal 

Texto: Camila Martins, especial para o Grupo Liberal


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