Livros vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2022 são lançados em Belém

 Nesta sexta-feira, 5, serão lançados 'Corpos Benzidos em metal pesado', livro de contos do paraense Pedro Augusto Baía, e 'Mikaia', romance da gaúcha Taiane Santi Martins.

Divulgação (Baía) e Davi Boaventura (Taiane)
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As obras vencedoras da edição de 2022 do Prêmio Sesc de Literatura, “Corpos Benzidos em metal pesado”, coletânea de contos do paraense Pedro Augusto Baía, e “Mikaia”, romance da gaúcha Taiane Santi Martins, serão lançadas em Belém nesta sexta-feira, 5, no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, a partir das 19h. A entrada é franca.

Voltado à revelação de autores inéditos, o prêmio de literatura do Serviço Social do Comércio (Sesc) é considerado um dos mais importantes do país com 20 anos de trajetória. A cada ano, ele premia um livro de contos e um romance com a edição e a impressão pela Editora Record, além da circulação nacional das obras.

“A premiação é a realização de um sonho. Escrevo desde a infância, mas tinha insegurança de mostrar os meus textos e publicar. Em 2018, eu comecei a escrever o livro ‘Corpos Benzidos em Metal Pesado’”, conta Pedro Augusto Baía, que nasceu e reside em Abaetetuba, no Nordeste Paraense. “Esse prêmio é um reconhecimento para a literatura produzida no interior do Pará. O meu livro reflete a geografia e cultura Amazônica, paraense e abaetetubense”, ressalta.

Resumos

O livro do autor paraense reúne 11 contos sobre danos ambientais no Norte do Brasil, em especial na região do entorno de Barcarena, cidade vizinha de Abaetetuba, onde existe um polo industrial. Nele, ribeirinhos, quilombolas e indígenas buscam sobreviver entre os garimpos e a poluição dos rios e da floresta por metais pesados. Outros temas que se entrelaçam à pauta ambiental são a violência de gênero, a homofobia e os agravos da política.

Capas dos livros vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2022.Capas dos livros vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2022. (A foto da capa do livro de Pedro Augusto é de Rao Godinho.)

“Além da paisagem regional, eu apresento as práticas culturais do artesanato do brinquedo de miriti em Abaetetuba, o folclore paraense com suas lendas e encantarias”, conta o autor, que se inspirou em desastres como a poluição do Rio Murucupi e o naufrágio do navio Haidar com 5 mil bois vivos no Rio Pará, ambos em Vila do Conde, em Barcarena, e os garimpos e acampamentos de madeireiros clandestinos na Transamazônica. “A Amazônia me inspira nesse livro, mas a Amazônia vista de dentro, de quem testemunha diariamente a sua resiliência e encantamento”, revela.

Já em “Mikaia”, Taiane Santi Martins narra a busca de uma bailarina moçambicana que enfrenta uma amnésia repentina depois de fugir da guerra civil de seu país de origem para o Brasil. O livro aborda temas como o corpo, a dança e a violência contra a mulher, a guerra, a construção da memória e a identidade cultural, além de discutir o olhar do Brasil sobre a cultura moçambicana.

Sucesso paraense

Cinco meses após ter sido publicado, em novembro do ano passado, o livro de Pedro Augusto Baía ganhou a 2ª edição. Ainda, a Revista Bula incluiu a obra do autor paraense entre os dez melhores livros de contos publicados em 2022. “As pessoas demonstravam muito interesse em conhecer as narrativas, sobretudo por abordar a temática do impacto dos metais pesados no Pará, tema ainda pouco desenvolvido na literatura”.

Agende-se:

Lançamento dos livros vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2022

Dia: Sexta-feira, 05

Hora: 19h

Local: Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso (Boulevard Castilhos França, 522/523 – Campina/Belém/PA)

Gratuito


Fonte: O Liberal 

Texto: Enize Vidigal

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