COLUNAS E COLUNISTAS - A Opinião de Carlos Ferreira



Com o título, Galo eleva projetos políticos no interior

Galo eleva projetos políticos no interior        

Ananindeua (2006), Águia (2008/2010), São Raimundo (2009) e Independente (2011), finalistas do Campeonato Paraense nas últimas temporadas, tiveram as Prefeituras como principal suporte em suas belas campanhas, da mesma forma que o Cametá, outro caso de sucesso nos últimos anos com amparo do poder público municipal. Desta vez, Tucuruí e toda a região devem sofrer a influência da proeza do Independente na vida política, não somente nas eleições municipais, mas também no futuro plebiscito do separatismo para criação do Estado do Carajás. Afinal, a região nunca se sentiu tão integrada ao Pará e ao mesmo tempo tão encorajada para o pleito da emancipação.          

Com o Independente campeão, quebrando o centenário monopólio da capital, e os efeitos políticos da façanha em Tucuruí, fatalmente haverá mais investimentos, inclusive da iniciativa privada, nos clubes interioranos. Remo e Paysandu que se cuidem! A concorrência interiorana será maior a cada ano, sempre com salários em dia (São Raimundo é exceção!), na contra-mão dos pecados de Leão e Papão.        

A exploração do futebol nos projetos políticos, no interior, está favorecida pelas verbas do governo estadual e da iniciativa privada, como também pelas amarras de Remo e Paysandu nas dívidas trabalhistas. O descrédito dos dois “gigantes” da capital no mercado da bola é cada dia mais contrastante com a credibilidade dos emergentes interioranos, como foi bem o caso do Independente este ano, com um orçamento modesto (R$ 90 mil mensais), mas pagando salários e prêmios rigorosamente em dia e oferecendo razoáveis condições de trabalho, inclusive na continuidade do elenco e comissão técnica ao longo de sete meses, desde a pré-temporada.                     


Papão: 163 contratações na “era” Luis Omar       

De diretor de futebol no primeiro semestre de 2008 a vice-presidente, ainda em 2008, e presidente a partir de 2009, Luis Omar Pinheiro acumula em três anos e meio no Paysandu 163 contratações para o futebol: 135 jogadores e 28 profissionais para a comissão técnica.        

Com os 14 jogadores anunciados ontem em mais uma reforma de elenco, o Papão completa 40 contratações: 34 jogadores, dois técnicos, dois auxiliares-técnicos, um preparador físico e um gerente. Não está contabilizado o psicólogo Lulinha, importado para prestar um serviço à parte na decisão do campeonato estadual.        

O clube não anuncia os jogadores que está dispensando. Dos 20 contratados para o campeonato estadual, 12 já foram embora e outros quatro ou cinco também devem sair, restando para a Série C três ou quatro dos contratados nesta temporada. É ou não é farra?          

Luis Omar Pinheiro tem, no entanto, o mérito do pagamento de quase R$ 4 milhões de dívidas do clube na Justiça Trabalhista em dois ano e meio, além de ter freado a entrada de ações no TRT. Não impediu, mas diminuiu sensivelmente o índice de processos contra o Papão na Justiça do Trabalho.                            


Bilheterias do Parazão renderam R$ 4,2 milhões        

Dados oficiais da FPF mostram que as bilheterias do Campeonato Paraense renderam R$ 4.230.000,00 na venda de 281.063 ingressos, em 70 jogos, ao longo de cinco meses. Rendeu ainda mais de R$ 9 milhões em patrocínios do governo estadual, de prefeituras e da iniciativa privada para os clubes. Os maiores faturamentos foram de Remo e Paysandu. Mais de R$ 2,5 milhões, cada, em patrocínios e bilheteria.         

No total, incluindo o comércio de produtos e serviços, o Parazão 2011 movimentou cerca de R$ 15 milhões no semestre. É um dado estimado que traduz a importância do campeonato estadual para a economia paraense, além da importância política crescente.                       


Reforma do Estatuto, só conversa fiada         

Está escrito no projeto da “Reconstrução e Seriedade”, chapa que elegeu Conselho Deliberativo e diretoria executiva do Remo: “No prazo de 90 (noventa) dias após a posse, será apresentada ao Conselho Deliberativo proposta de reforma do Estatuto Social de modo a adequá-lo à legislação civil vigente, possibilitando, entre outras novidades, a modernização e profissionalização da administração do clube e a eleição direta para presidente, pelos sócios adimplentes”.         

Em seis meses de mandato, o Condel não deu um único passo para a reforma prometida. Nem esse, nem qualquer outro compromisso previsto na plataforma de campanha foi cumprido até agora no Leão Azul. Se promessa é dívida, eis o Remo na sua essência.

Fonte: Portal ORM

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