Escritora Lygia Fagundes Telles morre aos 98 anos
Ela
era membro da Academia Brasileira de Letras.
A paulistana Lygia Fagundes Telles foi vencedora de Prêmios Jabuti e Camões. (Divulgação/UBE) |
A escritora
paulistana Lygia Fagundes Telles, conhecida como "a dama da literatura
brasileira", faleceu neste domingo, 3, aos 98 anos, em São
Paulo. Integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde a década de 80,
ela publicou o primeiro livro de contos, "Porões e sobrados", em
1938, venceu vários prêmios, incluindo Jabuti (1963, 1974 e 2001) e Camões
(2005), e teve obras publicadas em vários idiomas.
A notícia do falecimento foi confirmada
por Juarez Neto, da ABL. Segundo ele, a escritora feneceu de causas
naturais, na residência em que vivia. Lygia foi a terceira mulher a ser eleita
para a ABL, em 1985, sucedendo Pedro Calmon na cadeira nº 16.
Lygia Fagundes Teelles é considerada uma das
referências do pós-modernismo. Durante a ditadura, ela foi uma das autoras do
manifesto dos intelectuais contra a censura.
Trajetória e principais obras
Nascida em 19 de abril de 1923, em São Paulo, filha
de um advogado e de uma pianista, Lygia Fagundes Telles despertou o interesse
pela literatura na adolescência, tendo sido incentivada pelos amigos Carlos
Drummond de Andrade e Érico Veríssimo. Porém, ela ainda tentou seguir os passos
do pai e se formou em Direito, na Universidade de São Paulo.
Entre as obras da artista está "Ciranda de
pedra", de 1954, que foi adaptada para televisão em 1986, pela Globo, na
novela roteirizada por Janete Clair e Dias Gomes. Em seguida, publicou
"Histórias do Desencontro", em 1958, que recebeu o Prêmio do
Instituto Nacional do Livro.
O segundo romance, "Verão no Aquário", de
1963, venceu o Prêmio Jabuti, e, em parceria com o esposo e crítico de cinema
Paulo Emílio Sales Gomes, escreveu o roteiro para cinema "Capitu", em
1967, baseado em "Dom Casmurro", de Machado de Assis.
Entre os livros mais importantes da autora, estão
"Antes do Baile Verde", de 1970, "As Meninas", de 1973,
"Seminário dos Ratos", de 1977, e o livro de contos "Filhos
Pródigos", de 1978.
Edição: Paulo Vasconcellos e Guilherme Silva
Fonte: O Liberal
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