O poeta proseia sobre a vida cotidiana de um desiludido

 Existem situações que retratam a realidade, não somente no que é positivo, como também, nas dificuldades que atropelam alguém que não planejou e sofre as consequências, levando a vida de forma desregrada. Publiquei este texto no grupo da AVAL, sob o tema livre da semana! 

Academia Virtual de Arte Literária - AVAL

Paulo Vasconcellos: Acadêmico Efetivo, Imortal e Delegado Cultural

Patrono: Bruno de Menezes

Cadeira nº 26

Cidade: Capanema – Pará

Postagem oficial

Título: Descompasso de uma vida

Data: 21/07/2025

Descompasso de uma vida

Considero-me um contador de prosas

Rebuscando até simples anedotas

Algumas tiradas da minha imaginação

Assim sendo: personalizarei um determinado sujeito

Que antes vivia no anonimato

Sem qualquer tipo de ambição

Um dito cidadão desatinado

Que vivia sob a sorte do acaso

Um menino criado sem regalias

Que enveredou pelo caminho da desilusão

Não esperou a sonhada maturidade chegar

Por não conseguir firmar os pés no chão

O mundo lhe ofereceu alternativas

Todas ignoradas por ele

Algumas mãos lhe foram estendidas

Sem que houvesse qualquer aceitação

Surgiram os raios da tolerância

Que poderiam ampará-lo e servir como alerta

Para ele, não existiam perspectivas

Tudo seguia na contramão

As chances iam se esgotando

O corpo não mais resistia ao cansaço

A mente nem se quer reagia

Surgindo apenas o temível porão

Onde moraria a incerteza

Que aniquila os lampejos da solução

Ele esmorecia e ficava sem esperanças

Não havia como escapar

Tudo estava urgindo

Até o último suspiro apontar

Sucumbindo diante da realidade

De uma vida sem planejamento

Desde quando foi criança

Triste sina de quem não progrediu

Lamentos atrelados à angustia

Fim de jornada.

*Prosa poética que retrata o cotidiano de um cidadão vítima do descaso, que não resistiu os desafios da vida e desistiu de tudo. O personagem é fictício, mas certamente, existem muitos por aí, que convivem com as mazelas e também sucumbem!

**Publicado no livro Palavras do Poeta (Capa)!

Autor: Paulo Vasconcellos, escritor e poeta, integrante do grupo PCDV