Colunas e Colunistas - A opinião de Carlos Ferreira




Aldivan, fisiologia contra a cronologia        

Aos 35 anos, ainda fora de melhor forma, Aldivan está correndo como se tivesse sete ou oito anos a menos. Através dele, porém, a fisiologia está vencendo a cronologia. Foi assim no sábado, em Barcarena, na goleada de 6 x 0 que o Leão aplicou na seleção barcarenense, em destacada atuação do ex-lateral, agora meia.  Aldivan está numa migração comum no futebol, saindo da função que impõe as maiores distâncias em campo para outra que pode  cumprir pelos atalhos. Ou seja, Aldivan mudou de posição para correr menos e pensar mais. E ainda parece mais vigoroso do que a idade poderia indicar, a ponto de ser participativo na marcação.         

Aldivan nunca foi um jogador tecnicamente avantajado. Portanto, não dá para esperar que seja um meia cerebral, daqueles que personificam a camisa 10. Mas pode ser uma peça operosa, vital para o time de Sinomar Naves pela competitividade e pela maturidade, podendo funcionar como ponto de equilíbrio. Pelo menos, está dando sinais dessa virtude no meio da garotada, junto com Adriano e Diego Barros. Outros experientes estão chegando para o elenco azulino. Afinal, o Remo é um clube pra lá de estressado. A pressão da torcida, tão ansiosa quanto exigente e grandiosa, vai se traduzir em tensão quando o campeonato começar. Nessas condições emocionais, jogadores maduros são fundamentais para dar suporte aos garotos, que devem correr por eles. Essa é a 'química' que Sinomar Naves está buscando, certamente antevendo o que espera pelo Leão Azul.                            


Andrade, remédio para relaxar        

Salários atrasados e insatisfação geral. Andrade recebeu o Papão na efervescência que Édson Gaúcho deixou. Com seu jeito pacato de ser e de comandar, Andrade funcionou como relaxante na Curuzu. Quem estava de espírito armado, o desarmou. Quem estava acomodado, se espertou. Quem sentiu que estava sobrando, pediu para sair ou criou motivo para cair fora. Em três semanas, o ambiente serenou. Os ventos passaram a soprar a favor e o Papão se reergueu na disputa pelo acesso à Série B. É o efeito Andrade, com liderança, simplicidade e capacidade profissional. Se Andrade vai conduzir o Papão à Série B ou não, o tempo vai dizer. Mas pela transformação que promoveu na Curuzu em tão pouco tempo, já é um vitorioso em Belém.                       


Decisão será mesmo no Rio Grande do Norte          

A vitória do América/RN sobre o Luverdense no Mato Grosso (2 x 0), ontem à noite, sentenciou que a decisão do acesso à Série B será domingo, na rodada que vai ter América x Paysandu em Goianinha, interior do Rio Grande do Norte, e ainda Luverdense x CRB em Lucas do Rio Verde. Aos bicolores interessava um empate, ontem, para que o Papão tivesse possibilidade de conquista antecipada, na próxima quarta-feira. Não deu! O América assumiu a segunda posição no grupo com cinco pontos, um a mais que o Papão, mas vai fazer o próximo jogo em Maceió, contra o líder CRB, ao mesmo tempo que o time bicolor estará enfrentando o Luverdense no Mangueirão. Esses dois jogos vão decidir quem terá a vantagem do empate, domingo, no duelo América x Paysandu. O Luverdense ainda é candidato, mas com remotas chances matemáticas.                       


Luverdense dá sinal verde para TV Cultura       

Depois de impedir a TV Cultura de mostrar ao vivo o jogo de Lucas do Rio Verde (cobrava R$ 50 mil pela autorização), o Luverdense deu sinal verde à emissora para transmitir o jogo da próxima quarta-feira, não só para o público paraense como também para telespectadores matogrossenses. A TV Cultura vai mostrar também o jogo América x Paysandu, domingo, direto do Rio Grande do Norte, recebendo a retribuição da transmissão que fez do jogo de Belém, Paysandu x América.        

Mesmo com transmissão ao vivo, o jogo Paysandu x Luverdense deverá ter mais de 30 mil torcedores no Mangueirão. Já estavam vendidos antecipadamente 17.790 ingressos. A venda recomeçou com arquibancada a 20 reais e cadeira a 40 reais. O apelo do jogo indica torcida não apenas numerosa como inflamada, capaz de empurrar o Papão à vitória. 


Fonte: Portal ORM