Crônica da Atualidade - Por Leila Cordeiro
“Uma vida inteira sendo eu… e ainda assim sou um mistério.”
Essa frase que vi nas redes sociais me atravessou como um espelho que, de repente, mostra um ângulo que eu nunca tinha visto.
Porque é exatamente assim que me sinto.
Eu, que tantas vezes pensei me conhecer… descubro, lá dentro, uma desconhecida.
Uma mulher cheia de nuances que não eram as minhas, comportamentos herdados, expectativas impostas, dores guardadas em caixas que o tempo esqueceu num canto da alma. Dores mofadas, presas em memórias que já prescreveram, sentimentos que se tornaram obsoletos — mas que, por muito tempo, ditaram regras silenciosas dentro de mim.
Ainda assim, entre essas sombras antigas, há um brilho que me surpreende.
E é nele que eu me reconheço de verdade.
Porque também encontro em mim uma mulher alegre, descontraída, que ri com facilidade e dança com a vida mesmo quando o compasso muda e parece perder o ritmo. Uma força que aparece do nada, uma energia que brota não sei de onde mas , que tem caminhado comigo nos desvios, nas curvas inesperadas, nos recomeços que nunca pedi, mas abracei.
É curioso existir.
É curioso ser eu.
E talvez o maior charme da vida seja justamente esse:
descobrir, todos os dias, uma versão minha que eu ainda não conhecia.
No fundo, talvez o mistério não seja um problema.
Talvez seja a minha poesia que me inspira a ser eu todos os dias…
(
© Leila Cordeiro – Todos os direitos reservados)
Edição: Paulo Vasconcellos e Guilherme Silva - Da Redação do JC
Texto: Leila Cordeiro, jornalista brasileira
Fonte e foto: Divulgação/Leila Cordeiro/Facebook

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