Crônica da Atualidade - Por Leila Cordeiro

 



Há quem confunda simplicidade com falta de sofisticação.

Talvez porque ainda acredite que valor mora no excesso, no ruído, naquilo que precisa ser explicado, exibido.
Mas a simplicidade verdadeira não pede aplauso. Ela apenas é.
Ser simples, muitas vezes, é uma escolha silenciosa.
É não precisar provar nada.
É preferir o gesto ao discurso, o essencial ao supérfluo, o afeto que acolhe ao brilho que cansa até a vista.
Algumas pessoas caminham pela vida sem armaduras.
Não porque sejam frágeis, mas porque aprenderam que leveza também é força.
Elas falam com verdade, sentem sem cálculo, oferecem presença em vez de performance.
E isso, para quem vive de aparências, pode parecer pouco.
Mas para quem sabe sentir, é tudo.
A simplicidade tem essa delicadeza rara:
não invade, não impõe, não disputa espaço.
Ela chega devagar, se instala no coração e fica.
Como quem sabe que o que é profundo não precisa ser complicado.
Talvez ser simples aos olhos de alguns, seja apenas ser inteiro demais para um mundo que anda fragmentado.
E talvez a maior sofisticação seja justamente essa:
viver com verdade, amar sem excessos, existir sem máscaras.
Porque no fim, o que toca, o que permanece, o que transforma,
quase sempre vem embrulhado em gestos pequenos,
em palavras suaves,
em almas que escolheram ser simples e, por isso mesmo, imensamente humanas.


( 🦋 © Leila Cordeiro – Todos os direitos reservados)


Edição: Paulo Vasconcellos e Guilherme Silva - Da Redação do JC
Texto: Leila Cordeiro, jornalista brasileira
Fonte e foto: Divulgação/Leila Cordeiro/Facebook

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