Festival Rio Ouricuri inunda Capanema no final da programação

 Evento reuniu atrações da música e do cinema, além do arrastão cultural da Marujada de São Benedito

Foto: Divulgação
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Quem compareceu ao município de Capanema, no nordeste do Pará, no final de semana, conferiu de perto toda a força da cultura amazônica, em especial, paraense com a programação do 7º Festival Ouricuri que termninou na madrugada de domingo (7). O encerramento do evento contou com shows da banda Yeman Jah Reggae e do mestre Manoel Cordeiro com a banda Na Cuíra. Ainda na tarde do sábado (6), o Cortejo da Marujada de São Benedito percorreu as ruas da cidade, conduzido pelo coletivo de mestres do carimbó, e o 1º Circuito de Cinema do Caeté anunciou os vencedores da edição. O festival todo teve acesso gratuito ao público.


Em cinco dias de atividades, o Festival Rio Ouricuri levou a Capanema oficinas para artistas, concurso de dança com o grupo Os Feras do Brega, premiação de sustentabilidade, mostra de cinema, rock doido com DJs Top DJ Leozinho e Hud O Brabo e forró de vaquejada com Mûller Monteiro, entre outras atrações. "Atingimos os objetivos de incentivar a produção musical e artística, estimular práticas sustentáveis e oferecer à população eventos culturais que valorizam a diversidade musical da Amazônia", disse o coordenador do festival, Geovane Máximo. O 7º Festival Rio Ouricuri integra o 1º Circuito de Festivais de Música do Nordeste Paraense.

No encerramento da programação, o evento teve a apresentação da banda Yeman Jah Reggae, fundada há 20 anos em Castanhal e com um trabalho autoral reconhecido pelo público. "É muito bom voltar a Capanema após tanto tempo", comemorou o vocalista Adrianinho diante a receptividade do público.

Manoel Cordeiro apresentou os sucessos que nortearam a sua carreira de compositor e produtor musical, como os bregas “Amor, Amor” e “Luz do Mundo”, o junino “Barquinho de papel” e “Asfalto Amarelo”, que mistura lambada e guitarrada. Outra atração de Belém foi a banda Afro Axé Dudu, com músicas de mensagens antirracistas, que tocou pela primeira vez na cidade.

O palco do festival contou, ainda no sábado (6) à noite, com o cantor Dick Casanova que convidou Allex Ribeiro, de Bragança, para tocar canções autorais. Teve ainda o rock independente das bandas Se Não Fosse Capitu, Øliver, The Boz e Visagi, de Capanema. "O festival está maravilhoso. Uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho autoral e independente", declarou o vocalista e violonista da Se Não Fosse Capitu, Jamilson Siqueira. 

Cortejo da Marujada

Um arrastão cultural da Marujada de São Benedito - patrimônio cultural e imaterial brasileiro - percorreu as ruas de Capanema abrindo o último dia do festival com a participação dos mestres Urubuzinho, Carazinho e Boi; dos aprendizes de mestre Ayrton Gomes, Aline Lobo e Júnior Cabrali; do boi-bumbá Estrela de Santo Antônio, do Mestre Zezinho; e de grupos de marujos e marujas de comunidades de Capanema e do município de Primavera. 

Arrastão Cultural da Marujada de São Benedito foi uma das atrações do 7º Festival Ouricuri  no nordeste do ParáArrastão Cultural da Marujada de São Benedito foi uma das atrações do 7º Festival Ouricuri no nordeste do Pará (Foto: Divulgação)

O cortejo chegou ao barracão da Marujada, onde foram levantados dois mastros em louvor a São Benedito ornamentados com doações de promesseiros e de juízes do mastro. O cortejo continuou em direção à Praça 3 de Maio, onde foi recebido com show do grupo de carimbó Estação Capanema, dando início aos shows da noite.

Circuito de Cinema 

Este ano, o Rio Ouricuri foi correalizado com o 1º Circuito de Cinema Rio Caeté, que exibiu videoclipes e curta-metragens durante dois dias do festival, na Praça 3 de Maio, em Capanema, finalizando a programação com o anúncio dos vencedores. “Nosso circuito de cinema iniciou nas cidades de Santarém Novo e São João de Pirabas. Fizemos exibições abertas ao público, visitação em escolas, feira de livro e feira de economia criativa com a participação de escritores da Academia Capanemense de Letras e Artes (ACLA), como Paulo Vasconcellos, Cleni Guimarães e outros, e convidados, como Clei Souza e Alfredo Guimarães Garcia”, conta o coordenador-geral e idealizador, Rian Moreira.

Na categoria Melhor Curta Rio Caeté, o 1° lugar ficou com “O Lago e o Segredo”, de Almir Paz, de Capanema; o 2° lugar com “A festa é de todos, mas quem manda é São Bené”, de Klewerson da Silva; e o 3° lugar com “Batuque”, de Jéssica Leite, de Bragança. Já na categoria Melhor Curta Paraense, na qual não participaram os concorrentes do Rio Caeté, o 1° lugar foi para “Boiuna”, de Adriana Farias; o 2° lugar, para “Umassuma- Lascas de Memórias, de Guaracy Britto Jr e Andrei Miralha; o 3° lugar, com “Cotas Memória e Luta Negra na UFPA”, de Delen Castro e Gyselle Kolwask. 

Na categoria Melhor Clipe Paraense, ficaram em 1° lugar “Boíuna”, de Maiteh Gil; 2° lugar, “Estranhos Momentos”, de Marcos Marlon, Miguel Ribeiro e Jonatas de Sales; e 3 ° lugar, “Die Again”, de Arão Neres, Aryel Ramos e Kajue Bentes.

O 7º Festival Rio Ouricuri, que começou de forma independente, em 2017, este ano, integrou o 1º Circuito de Festivais de Música do Nordeste Paraense, que também promoveu os festivais 11º EcoRock, de Primavera, e 11º Laranja Mecânica, de Capitão Poço, e que também realizará o 14º FestRimbó, de Santarém Novo, neste mês de dezembro.

O circuito é realizado pela empresa cultural Passarinho Urbano e Instituto Rede Cultura em Movimento (IRCEM). Apoio da Ritual. Patrocínio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), Fundação Cultural do Estado do Pará, Secretaria de Cultura, Governo do Pará; Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, Banco da Amazônia, Caixa, Correios, Ministério da Cultura e Governo Federal.


Fonte: O Liberal

Texto: Eduardo Rocha

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