Corpus Christi 2013 em Capanema: O alimento com a palavra e a Eucaristia



Os  37 anos de tradição da Festa de Corpus Christi em Capanema, notabiliza o evento que recebe milhares de pessoas, incluindo os moradores da cidade, da zona rural e de outras partes, que se juntam para homenagear Cristo Sacramentado na caminhada de 1.300 metros sobre as gravuras ornamentadas com produtos que vão desde a serragem de madeiras, até os mais sofisticados ingredientes que compõem as alternativas encontradas pelos organizadores.    A serragem, antes descartada por quem trabalha no beneficiamento de madeiras, passou a ser de um certo tempo para cá, matéria prima para a decoração das gravuras e do entorno dos espaços destinados nos leitos das ruas. Depois do trabalho incansável que entrou pela madrugada, a festa Eucarística foi o alvo das atenções de todos os que participaram de mais uma procissão de Corpus Christi em Capanema.  



Os sinos da igreja matriz anunciavam o início da celebração e a missa inaugural teve a presidência de Dom Carlos Verzeletti, Bispo da Diocese de Castanhal, convidado especial da paróquia de Capanema. A celebração campal contou com muitos fiéis que acompanharam e assimilaram as palavras do Bispo que em determinado ponto de sua homilia, recomendou prudência aos jovens, pois eles representam parte do esteio familiar e a igreja faz seu papel em orientar através da evangelização. Dom Carlos também falou da importância do encontro dos jovens com o Papa e ao se referir a Capanema, disse que a festa de Corpus Christi continua sendo grandiosa, sobretudo pelo empenho da Paróquia e de seus paroquianos.
A caminhada sobre o tapete colorido é uma das festas que tem sua marca registrada, pela originalidade com que a decoração representa para a consagração da Eucaristia. São vários os motivos que conduzem a comunidade a se unir e preparar tudo de acordo com o planejamento feito. Cada meio usa seus mecanismos e a divulgação feita pela imprensa, tem dado suporte no que diz respeito ao reconhecimento da magnitude do evento e então, reproduzimos a íntegra da matéria publicada no site do Jornal Diário do Pará:
O que diz o Diário -  Levou apenas cerca de 50 minutos para percorrer os 1300 metros no entorno da Igreja Matriz ontem pela manhã. Apesar do tempo reduzido, a procissão de Corpus Christi de Capanema, no nordeste do Estado, fez jus à fama e agradou os devotos que percorreram o belo caminho enfeitado por tapetes de serragem colorida. No entanto, uma das mais importantes manifestações religiosas do Estado resiste enfrentando dificuldades financeiras. Frei José Rodrigues de Araújo, pelo primeiro ano à frente da festividade, conta que se a falta de apoio do poder público persistir, o futuro dos belos tapetes de Capanema é incerto.
Ele confessa que se não fosse a ajuda da Prefeitura Municipal de Capanema e de colaboradores, seria difícil estender os tapetes este ano. “A maior parte das pessoas que confeccionam o tapete são grupos de jovens. Eu vou pedir dinheiro pra eles?”, questiona. Apenas para pagar parte da tinta usada para colorir as serragens foram gastos R$ 17 mil. Os motivos que formam imagens nos tapetes deste ano lembravam a Jornada Mundial da Juventude e o Ano da Fé. 



Mesmo tendo que superar desafios, a organização da festividade contou com apoio da iniciativa privada local e de eventos que ajudaram a angariar fundos para arcar com as grandes despesas. Este ano, pela primeira vez, uma exposição de arte sacra com cerca de 250 peças integra a festividade de Corpus Christi. Inaugurada no dia 16 de maio, a mostra é uma celebração aos 400 anos dos Capuchinhos no Brasil. Atraindo cerca de 35 mil pessoas, segundo a organização, a festividade de ontem contou com a presença do arcebispo de Castanhal, Dom Carlos Verzeletti, que lembrou em sua homília a importância da família e da eucaristia.
O tema da festa deste ano foi “Eis-me aqui, Senhor! Eu creio, mas aumentai a minha fé!”. A procissão partiu da Igreja Matriz após missa campal que começou por volta das sete horas. Na chegada da romaria, uma nova celebração foi realizada. 



A caminhada foi seguida por pessoas de todas as idades. Gabriel Corrêa, 13 anos, mesmo com o calor, estava animado com a romaria. Ele também contribuiu durante o dia anterior na montagem de parte dos tapetes. “A gente trabalhou a noite toda pra deixar tudo bonito. Não tô cansado, não. Jesus fez tanto pela gente, por que a gente não pode fazer um pouco por ele?”, pergunta o menino. Suely Silva, 48 anos, tia de Gabriel, acredita que o envolvimento de jovens na igreja pode ajudar a diminuir problemas como a violência, por exemplo. “O mundo tá muito virado. É importante os meninos se envolverem em eventos como esse. Jesus é paz. Se a gente não pode salvar todo mundo, salva pelo menos quem pode”, fala a devota.
Antônia Roumão, 77 anos, desde 1988 mora em uma das ruas paralelas à Igreja Matriz. Com um pequeno altar adornado com imagens de Jesus e Virgem Maria, a fiel acompanhou tranquila a passagem do Ostensório, a peça utilizada para transportar solenemente a hóstia durante a procissão. Pra mim, é um momento de alegria, mas também de saudade. Sinto Jesus mais perto, mas lembro de quem já foi, como meu marido”, comenta emocionada. Uma missa às sete da noite fechou oficialmente a festa de Corpus Christi de Capanema deste ano.
(Diário do Pará)




















                                     






































































































Texto: Paulo Vasconcellos
Edição: Dyah Sousa

Fotos: Elza Melo