Cáritas faz projeção fotográfica para revelar a situação dos imigrantes e combater a xenofobia


Nesta quinta-feira, 23, a Cáritas Regional Norte 2 – Pará e Amapá promove, às 20h, a exposição fotográfica com imagens de venezuelanos indígenas projetadas no prédio Luiz Miranda Jurunas, localizado na rua dos Tamoios, 1455.

O objetivo é revelar a realidade dos índios venezuelanos da etnia Warao, que vivem nos municípios de Belém e Ananindeua e sofrem, constantemente, violação de seus direitos e atos de xenofobia. Ao todo, serão 18 imagens de autoria do fotógrafo Otávio Henriques, projetadas pelo vídeo jockey (VJ) Kauê Lima, ambos voluntários desta ação, que faz parte do projeto de Migração da organização religiosa. O evento acontece para marcar também a Mobilização Nacional Criança Não é de Rua.

Segundo a agente da Cáritas Regional, Joana Lima, que atende os indígenas venezuelanos junto à Cáritas Arquidiocesana de Belém, ao longo dos dois últimos anos a organização religiosa auxilia e acompanha a realidade dos imigrantes que se encontram na Região Metropolitana de Belém.

“É importante esse acompanhamento, porque a violação dos direitos dos imigrantes no Pará surge de todas as formas, sobretudo, pela falta de conhecimento da população brasileira. A xenofobia é só um elemento que compõe a lista dos preconceitos que permeiam o processo migratório”, lamenta.
Rotina dos Warao na capital paraense é registrada em fotos Rotina dos Warao na capital paraense é registrada em fotos (Otavio Henriques/ Divulgação)
A projeção, enfatiza a agente, é uma das estratégias da Cáritas Norte 2, por estar ciente do dever de promover os direitos dos imigrantes, que em território nacional gozam dos mesmos direitos do povo brasileiro. “Por essa razão há um enfrentamento à xenofobia que muitos têm sentido”, esclarece.
Ela diz ainda que a projeção é uma ferramenta que busca “sensibilizar e informar a comunidade local, com o intuito de mitigar os impactos deste preconceito que atinge duramente os imigrantes todos os dias”.

O fotógrafo Otávio Henriques diz que participar da ação é um meio de cumprir uma meta de vida traçada para tornar visíveis grupos que são “invisíveis à sociedade em Belém e no Pará”. No caso dos warao, por exemplo, ele comenta que sofrem muitas dificuldades, incluindo a de serem entendidos, por não saberem falar o português do Brasil.

Para VJ Kauê é de fundamental importância dar visibilidade às questões sociais por meio de seu trabalho, por entender que com essas ações há a possibilidade de mobilizar as pessoas. Ele comenta que “com a pandemia da covid-19 muitos trabalhos foram deixados de lado, ou seja, estão invisíveis socialmente”.



Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

Nenhum comentário