PsicaLive & Painting alivia a falta do carnaval com programação variada

 A programação reúne mais de 15 artistas de diversas linguagens da cultura urbana periférica.

Divulgação
















Este ano o bloco não vai passar, mas o Psica Live & Painting resolveu amenizar a saudade dos brincantes e reuniu mais de 15 artistas de diversas linguagens da cultura urbana periférica fazendo uma fusão com expressões como o carimbó e o tecnobrega, em uma programação com shows virtuais, aulas de produção de beats, murais de graffiti, batalha de rap e roteiro de bicicleta pela cidade durante os meses de fevereiro e março.

A programação musical começa nesta sexta-feira de carnaval com o DJ Max Alvim. Do reggae, ele vai trazer lambadas e guitarradas alucinantes e os bregas marcantes que fizeram sucesso nas décadas passadas até hoje. No sábado (13), a atração musical fica no comando do DJ Zek Picoteiro.

“Quando eu preparo uma apresentação, sempre me preocupo em que histórias eu quero contar através daquela sequência de músicas, nesse caso, quero mostrar o que significa o "Brega" para o paraense, que na minha concepção é uma cultura rica que segue vivíssima, sempre se reinventando”. São mais de duas horas de música passeando pelas vertentes mais atuais do tecnobrega, como o Tecnohave e Tecnofunk até os mais tradicionais como Eletromelody e Brega Marcante.

A programação continua a partir do dia 19 de fevereiro e quem assume a discotecagem do evento é o DJ Morcegão, acompanhado das MC 's Íra, Ruth Clark e Yasmin Oss. Conhecedor de várias técnicas de mixagens e scratches (técnica de “riscar” o disco, importante ferramenta do Hip Hop), Morcegão é um dos representantes da música negra no estado do Pará, dono de um setlist que vai do Rap, Reggae e Funk ao Trap, Reggaeton e outras vertentes do estilo conhecido como a “Black Music” e junto ao trio prometem várias performances para esquentar a sexta-feira pós-carnaval.

Formações

Além de apresentações musicais, o evento também possui espaço para formação. São vídeo aulas sobre os processos de criação de um beat até a fase de mixagem ministradas no dia 20 de fevereiro pelo beatmaker e produtor paraense Navi Beatz. Responsável pelo estúdio e laboratório de rap Mil Planos Rec, Navi Beatz entrou no mundo das produções em 2010, mas só foi lançar trabalhos profissionais em 2017. Desde então vem sendo um dos destaques da cena Hip Hop de Belém.

No dia 6 mês de março, a programação de encerramento do evento acontece com uma edição especial da Batalha de São Brás, movimento que trabalha com duelo de MC 's por meio de uma disputa de rimas improvisadas e que, a partir de 2015, ganhou proporções maiores chegando a um público de 600 pessoas aproximadamente, se tornando um espaço que agrega diversos movimentos culturais como o skate, break dance e o graffiti. Nesta ocasião, a disputa será realizada ao vivo, com transmissão e votação do público via redes sociais, além de premiação para os vencedores e participação do grupo de carimbó urbano Conjunto Caruana. 

A mistura de diferentes estilos e expressões com base na diversidade cultural das periferias é uma característica marcante da Psica Produções, que realiza a produção executiva de vários artistas periféricos de Belém e região metropolitana. “A base da nossa curadoria é periférica, então naturalmente é diversa. A periferia amazônica é diversa, sofre influências de várias áreas, mas também influencia muito e possui a sua própria identidade cultural. Então o Psica Live & Painting vem nesse viés da cultura periférica urbana tanto regional quanto universal”, explica Jeft Dias, um dos criadores responsáveis pela Psica Produções.

Para o artista de rua e grafiteiro, Patrick Santos, o graffiti é “a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o graffiti tem sido a voz das periferias e mostra, fielmente, a realidade das ruas”. Conhecido por sua “tag” (símbolos e siglas empregados para identificar o autor da obra) PTCK presente em quase toda parte de Belém, a vivência na periferia o incentivou a distribuir adesivos com a sua sigla pela cidade e despertar a curiosidade dos belenenses para os seus trabalhos. Várias pessoas usam as mídias sociais para tentar decifrar o que cada adesivo significa e qual o objetivo delas. 

Resultados

Todos os processos criativos dos artistas estão sendo registrados e serão exibidos em formato de exposição virtual nos dias 20, 26 e 27 de fevereiro e 05 de março por meio das redes sociais do evento e dos artistas. Ao final das produções, no dia 07 de março, será elaborado um roteiro turístico de bicicleta para que as pessoas possam ver as obras visuais de uma forma criativa e com toda a segurança recomendada pelas autoridades de saúde em virtude da pandemia da Covid-19.

Ao todo, serão 4 projetos artísticos visuais produzidos por grafiteiros das periferias de Belém ao longo do mês de fevereiro: “Muros Que Falam” com o PTCK, “Murais de Quebrada” com o TsssRex, “Galeria a céu aberto” com o SANTO e o “Mural Inclusivo de Grafite Sensorial” com a Lenu e em parceria com a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). 

O Psica Live & Painting é uma realização da Psica Produções através da Lei Aldir Blanc, nos editais de Música e Cultura Urbana e Periférica, por meio da Secretaria de Cultura do Pará e Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo e conta com o apoio da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e do Café com Arte.

Redes sociais: 

Instagram: @psicaproducoes

Facebook: @psicafestival

Twitter: @ProducoesPsica

Youtube: Tv Psica


Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem).

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