P de ponto, V de vista - Por Paulo Vasconcellos

As Lagoas, a Enxurrada e as Consequências – O dia 2 de abril, desde a madrugada, não pode ser considerado como atípico e nem por ter sido marcado pela força da natureza, tão somente, pois os 32 mm de volume d’água previstos pela meteorologia nos surpreenderam de verdade. A força desse fenômeno poderia ter sido, pelo menos evitada, caso não fossem desviadas algumas condutas, tais como: entulhos jogados a esmo nas ruas, valas, bueiros, córregos e afins; encurtamento das margens dos rios provocado pela edificação de casas ou outras obras fora do limite permitido por lei; aterramento de áreas para construções em loteamentos feitas sobre veias de água (rios e córregos). Sou leigo nos assuntos técnicos que preconizam as especificidades, mas sou convicto de que quando não há acompanhamento dos órgãos competentes, algo pode dar errado, pois existe a teimosia que se atrela a ganância, grandes atrapalhos que são nítidos em nosso dia-a-dia. Lamento profundamente os acontecimentos de sábado,2, por também ter sido vítima da invasão de lama/enxurrada, assim como muitos capanemenses que sofreram com tudo isso. Ao me reportar publicamente no programa de rádio que apresento na Antena C, fui contundente em apontar falhas, entretanto, usei toda a coerência possível para entender o que estava ao nosso alcance e também dos setores competentes da administração pública que teve muito trabalho. Então: está provado pelo mapa que a cidade de Capanema tem locais vulneráveis para enchentes e não é dado um tratamento durante o verão para que os pontos críticos recebam reforços, nivelando as consequências quando o inverno aperta. Sou consciente do atendimento feito pelo Poder Público, colocando força tarefa, mas também confesso que fiquei preocupado com parte da população que ficou desabrigada, expulsa de dentro de suas casas por causa do grande volume de água que de forma muito rápida invadia onde havia brecha. Graças a Deus, durante o programa, eu e meu colega Cleoson, literalmente alteramos nossas vozes no sentido de chamar a atenção, pois a gravidade era constante. Muitas autoridades atenderam nosso chamamento e começaram a agir, formando uma corrente de serviços que se juntou a solidariedade. No auge do meu nervosismo, busquei equilíbrio emocional para usar o profissionalismo, que considero prestação de serviços à minha gente, sem desmerecer qualquer outro que também se dispôs a trabalhar. No mais, Deus nos deu paz de espírito para que conseguíssemos ajudar, com a essência da palavra. Deus é tão bom que a previsão do tempo anunciava mais chuva para o período da tarde, todavia, a estiagem nos premiou com a calmaria e os prejuízos pelas perdas de danos matérias, seguramente vão ser superados. Peço a Deus que ilumine as mentes de homens e mulheres encarregados de fazer funcionar os instrumentos que movimentam a cidade e o município de Capanema e ainda: precisamos de união para as soluções de algumas problemáticas que estão no viés à espera de prioridades. Assim sendo, coloquemos tudo no prumo para que as próximas chuvas não nos causem tanto desconforto e descontentamento. Paz e Luz e que Deus seja louvado!


Edição: Roberto Lisboa
Texto: Pulo Vasconcellos
Foto: Divulgação Facebook