Famosos artistas plásticos assinam obras em homenagem a Paes Loureiro


O talento dos artistas Emanuel Franco, Armando Queiroz, Marinaldo Santos, Ronaldo Moraes Rêgo, Rosangela Britto, Nina Mattos, Acácio Sobral e Marcelo Rodrigues também está presente no Salão Arte Pará 2019. Suas obras integram o núcleo ‘Identidades e Memórias’ e, assim como as demais que estão em exposição no Museu do Estado do Pará (MEP), fazem alusão ao professor e poeta João de Jesus Paes Loureiro, artista homenageado deste ano.
A história pessoal do artista serviu de inspiração para as obras do núcleo. Os visitantes podem ver todas as obras na exposição ‘Deslendário Amazônico - 80 anos de Paes Loureiro’, que tem curadoria de Orlando Maneschy e curadoria adjunta de Keyla Sobral.
Uma das obras é ‘Pacoca’, de Emanuel Franco, que faz uma alusão ao mito da cobra grande de Abaetetuba, cidade em que nasceu Paes Loureiro. A cobra de miriti em cima de uma lona na sala com as pontas em dois círculos simboliza a cobra grande de Abaetetuba que tem a cabeça na ilha de Pacoca, e o rabo na praça matriz da cidade. “Pacoca é o nome de uma ilha da região de Abaetetuba. Como é uma sala alusiva a trajetória do escritor Paes Loureiro, eu criei uma obra que é relacionada com a realidade imagética do município, que é a lenda da Pacoca. Quando a cobra se mexer a cidade vai para o fundo. Essa lenda é muito comum dentro deste imaginário abaetetubense”, explica.
Jair Júnior assina 'Poemas Visuais - a paz de Paes Loureiro'Jair Júnior assina 'Poemas Visuais - a paz de Paes Loureiro' (Ígor Motta/ O Liberal)
O artista Jair Júnior, responsável pela obra “Poemas Visuais – ‘a paz de Paes Loureiro’” também se inspirou na origem interiorana do poeta paraense para criar um novo objeto. A obra é composta por uma foto de Paes Loureiro rodeada por um poema de autoria dele, com luzes de diferentes cores. “A referência da cultura popular que ele traz na literatura eu também trago na minha pintura e instalação através das cores e das luzes. Chegar em Belém deve ter sido muito mágico para quem veio do interior. Essas são as referências dos símbolos. Ele trata também no poema ‘Dionísio, o boto’, que é a questão simbólica do animal que na minha infância teve uma importância muito grande nas lendas”, destaca.
O artista Armando Queiroz aproveitou uma conversa com o amigo Paes Loureiro para criar a obra ‘Nas entranhas do navio’. A partir de uma conversa com o professor sobre a Corveta, que está localizada no rio Guamá próximo a Casa das Onze Janelas, Queiroz soube da perseguição ao jovem estudante Paes Loureiro durante a Ditadura Militar. O Navio se deslocou até Abaetetuba para prendê-lo. Especialmente para o Arte Pará o artista desenvolveu um vídeo com Marcelo Rodrigues em alusão a este momento. “Achei aquilo absurdo e desigual, como enviam uma corveta para aprisionar um jovem estudante? Uma converta com toda a sua tripulação! Aquilo ficou muito marcado na minha cabeça”, relembra.
Projeto Arte Pará.
Exposição: até 22/12.
Locais: “Deslendário Amazônico” - Museu do Estado do Pará (MEP) - Praça Dom Pedro II, s/n - Cidade Velha.
“As Amazonas do Pará” - Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Avenida José Malcher, 1192 - Nazaré.
Realização: Fundação Romulo Maiorana
Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra.
Colaboração: SOL Tecnologia e O Liberal na Escola.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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