Escritores e editores paraenses temem aumento de impostos

 Mercado local teme quebra de empresas e aumento da dificuldade de acesso ao livro

Arquivo O Liberal / Elivaldo Pamplona

Escritores e pequenas editoras temem sofrer pesadamente com o aumento de 12% da alíquota sobre os livros. O proprietário da editora Cromos, Caio Cezar Soares, que se dedica a editar e lançar escritores regionais, o mercado livreiro já está com a “corda no pescoço”. “A gente está sim preocupado com isso. Falando como editora pequena já temos uma dificuldade enorme inserção no mercado, não tem nenhuma proposta do governo que vise o incentivo de leitores, a iniciação à leitura com crianças, e o que acontece é por vontade e interesse dos próprios educadores, pelo governo em si a gente não conhece nenhum programa neste aspecto”, conta.

Soares avalia que com o aumento o livro que poderia ser uma opção de lazer passará a ser um produto de luxo. “Livro já não é visto como produto essencial, quem ganha um salário mínimo e compra um livro, agora vai escolher entre comprar comida ou um livro, e vai deixar o livro, que vai deixar de ser um produto de segunda ou terceira necessidade para ser um produto de luxo”, assegura.

O escritor paraense Alfredo Garcia também é crítico à falta de uma política de incentivo à leitura. Ele tem visto as dificuldades aumentarem nos últimos anos com a crise econômica. “Nos últimos três anos o governo federal não adquiriu um exemplar de livro. Ele adquiriu alguns livros selecionados, utilizando um aspecto de restrição ideológica profunda o que só perpetua um enraizado preconceito com a literatura ,que confronta algum tipo de preconceito, de ideologia fascista, que exponha alguma mazela da sociedade, ou que fale sobre o que foi a Ditadura Militar”, critica.




Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem).

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