Festival de Ópera do Theatro da Paz abre edição de 20 anos com apresentação virtual

 Programa com composições de artistas como Carlos Gomes e Mozart será apresentado na quinta-feira, 13

Bruno Cecim/ Agência Pará

O Festival de Ópera do Theatro da Paz completa duas décadas de atividade em 2021, e para celebrar o tempo, a programação deste ano terá sua abertura marcada por uma apresentação especial. Em formato de live, o programa contará com um time de talentos do canto lírico, e será transmitido na quinta-feira (13), às 19h30, pelo Portal Cultura e redes sociais da Secult.

No programa, o público vai conferir composições de Carlos Gomes, Gershwin, Puccini, Mozart e Verdi, com as óperas “La Bohème”, “Porgy and Bess”, “Un ballo in maschera”, “A Flauta Mágica” e “Colombo”. As óperas serão interpretadas pelas sopranos Kézia Andrade, Luciana Tavares e Lanna Bastos; pelo tenor Antonio Wilson; e pelo barítono Idaias Souto. Além das apresentações, também serão exibidos vídeos em homenagem aos 20 anos do Festival, e sobre o Curso de Formação realizado em 2020.

A edição que celebra os 20 anos do Festival de Ópera do Theatro da Paz, também é a primeira sem a presença de um de seus criadores. Paulo Chaves faleceu em março deste ano, e foi em um de seus mandatos como Secretário de Cultura do Estado do Pará, que foram criadas tanto a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (1996), quanto o Festival de Ópera (2002).

A atual Secretária de Estado de Cultura, Úrsula Vidal, destaca o legado de Paulo Chaves no Festival, considerando que foram mais de 144 mil espectadores nestes 20 anos de história, além de estruturar uma cadeia produtiva da ópera no Pará, com a profissionalização de centenas de músicos, técnicos e cantores líricos.

“Criar este festival foi uma decisão arrojada e corajosa de Gilberto Chaves, com apoio do ex-secretário Paulo Chaves, que lançaram um olhar sobre o passado desta casa de espetáculos, valorizando sua extraordinária vocação e trajetória como um teatro de ópera - história que começa ainda em 1880, com a primeira temporada de companhias líricas em Belém”, relembra Úrsula.

“Nossa missão é honrar este legado, cumprindo os desafios atuais, como a migração para o formato digital. A experiência do Curso de Formação em Ópera, que este ano ganha mais escala, ampliando o número de bolsistas para 90 cantores e técnicos, fortalece aqui parceria com a Secretaria de Cultura do Amazonas, que está construindo conosco a criação do Corredor Lírico do Norte. Essa estratégia também consolida o projeto de transformar o da Paz num teatro-escola. Outro projeto pioneiro é a capacitação de custodiados do Sistema Penal, inseridos no projeto ‘Sons de Liberdade’, que produzirão parte dos cenários e dos figurinos da Ópera Il Tabarro -  montagem da edição do Festival deste ano. Acreditamos estar no caminho certo”, destaca.

A apresentação que vai ao ar na quinta-feira (13), será transmitida direto do Theatro da Paz, sem público. O momento representa o pontapé inicial do Festival este ano, que segue para a fase das atividades de formação.

Em 2019, com o intuito de transformar o Theatro da Paz em teatro-escola, foi criado o I Curso de Formação em Ópera, que contribuiu para a formação de 20 cantores líricos. Já em 2020, o projeto foi ampliado para 80 alunos bolsistas, entre técnicos e cantores, que necessitavam do auxílio emergencial devido à situação de vulnerabilidade ocasionada pela pandemia. Este ano, a terceira edição do Curso segue em formato virtual, e vai contar com 90 bolsas para cantores e técnicos de teatro e ópera. As aulas terão duração de cinco meses a partir de junho.

A grande novidade é o estreitamento da parceria entre as Secretarias de Estado de Cultura do Pará e do Amazonas, com a concessão de cinco bolsas para técnicos e cinco para cantores amazonenses. As 80 restantes são voltadas para cantores e técnicos do Pará. Para ministrar o curso, o festival terá a participação de especialistas com reconhecimento nacional e internacional, assim como palestras e webinários direcionados à formação de profissionais da ópera e ao público em geral.

Os cantores líricos e técnicos de teatro serão selecionados por um edital público. A formação culmina na realização de concertos virtuais gravados e a produção de uma ópera de câmara, seguindo os protocolos de prevenção à covid-19.

A iluminadora cênica, Julia Freitas, que atua na área há nove anos, participou da última edição do curso de formação, e não se arrepende da experiência. "Foi muito enriquecedor, o meio virtual proporcionou encontros com profissionais renomados que ofereceram muito conteúdo e trocas de experiências. O Festival foi inovador e visionário em oferecer uma oportunidade de acesso à especialização técnica dos artistas locais. Durante a pandemia, quando o setor da cultura se encontra todo parado, o curso foi muito mais que uma qualificação, foi um presente poder passar por um período turbulento estudando sobre o ofício e ainda ter ajuda financeira com a bolsa de estudos", avalia.




Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem).

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