Virada Digital promove 24 horas de shows, debates, documentários e obras inéditas em festival online

 A ideia é trazer 21 atrações com o melhor da cultura paraense representada nas mais diversas manifestações artísticas

Nely Menezes/Vitoria Leona

Uma programação diversa, com shows, workshops, debates, videoclipes, documentários e muito mais invade a internet com a Virada Cultural Digital, evento realizado nesta sexta-feira, 07, e no sábado, 08. A ideia é que as 21 atrações sejam apresentadas ao público em 24 horas de programação, com o melhor da cultura paraense representada nas mais diversas manifestações artísticas. Diferente da primeira edição, que levou milhares de pessoas às ruas de Belém para celebrar os artistas da terra em 2014, em 2021, por conta da pandemia, o evento será todo em ambiente virtual. 

Na programação musical, nesta sexta-feira, a Virada recebe Aldo Sena, músico consagrado da guitarrada. Com mais de 40 anos de carreira, ele mostra sucessos de sua trajetória com lambadas, bregas e solos de guitarra. Em seguida, é a vez da icoaraciense Nic Dias, rapper e ativista destaque na nova cena de Belém, trazer para as telas do evento suas letras que tratam de temas como feminismo, vida na periferia e empoderamento de mulheres pretas. No sábado, o festival traz Ronaldo Silva e Allan Carvalho em um encontro musical destes dois grandes nomes da música popular paraense, além de Marisa Brito e André Abujamra, que farão um show intimista.

“Cada show é muito importante para a gente, e estar participando do festival, sendo uma artista do hip hop, é muito importante para mim, tem uma relevância muito, muito grande, principalmente pelo momento que a gente vem enfrentando”, conta Nic Dias. “Foi uma surpresa para mim o convite, e foi maior ainda por ser convidada para trabalhar com o Pelé do Manifesto, que é um amigo meu de anos, e estar dividindo o palco com ele foi maravilhoso”, celebra a rapper que, além de apresentar hits da carreira, também vai lançar novas canções no show.

A Virada Digital exibe ainda os clipes de André Couto, "Quinta Dimensão"; Ágatha Sou, "Pretas do Pote"; Julliana Matemba, "Brisa"; e "Rima com farinha", de Everton MC e Pelé do Manifesto, todos selecionados para ilustrar a pluralidade de estilos na arte que é produzida no Pará. A realização do projeto é do Governo Federal e Secretaria de Cultura do Pará, Governo do Pará, por meio da Lei Aldir Blanc Pará, em parceria com a Senda Produções.

Audiovisual

Além da música, o evento contempla outras formas de arte, como as performances em vídeo. Eduardo Souza participa com o documentário "Círio de Nazaré: 228 Anos de História em Imagens"; e Guto Nunes com "A Lenda do Caraparu". Léo Chermont apresenta o clipe documental "O rio"; e Fernanda Brito Gaia, o videoarte "Livramento". O festival traz as apresentações inéditas de Elder Effe, com a obra "Um amigo lhe cai bem / Doravante Hotel"; e Jeff Moraes, que apresenta “Tambor&beat”. Thalia Sarmanho apresenta a performance musical "Além da Parede". Dois na Janela faz o show "Ao Vivo no Casarão Floresta Sonora", e Renato Torres mostra o show "Perifeérico: canções e poemas".

“A Virada Digital, como vários projetos que estão acontecendo devido à lei Aldir Blanc, veio para fortalecer toda essa cadeia produtiva da cultura, que sempre foi muito forte, mas pouco valorizada”, conta Guto Nunes, que promove a cultura do Marajó por meio do audiovisual. Em seu mais recente trabalho, que será exibido no evento, ele mergulha em um dos míticos lugares de Salvaterra que serve de fonte de inspiração para Mestre Damasceno, grande ícone da cultura local. O documentário/videoclipe produzido por ele foi feito com recursos próprios, mas para exibição na Virada Cultural, Guto recebeu cachê, fato celebrado por ele e pelo mestre marajoara. “A Virada é fundamental pois faz chegar na sociedade, de forma geral, a produção, o que foi feito com ou seu a Aldir Blanc. Para mostrar, exibir, ser uma janela do que está sendo produzido”, elogia Guto Nunes. 

Cursos

A programação conta ainda com workshops de comunicação, poética, cinema e música. Na sexta-feira, o jornalista e produtor cultural Gustavo Aguiar ministra o encontro “Comunicação criativa para projetos culturais”. Também na sexta, a escritora, educadora e artista paraense Mayara La-Rocque ministra o “Laboratório poético de escrita”. Em seguida, a jornalista, roteirista e crítica de cinema Lorenna Montenegro ministra o workshop “Cineastas – Mulher, feminismo e cinema”. No sábado, é a vez do músico e produtor musical Ed Guerreiro, que conduz o encontro “Música digital e direitos”. No workshop, ele discutirá o papel dos agentes na cadeia dos Negócios Musicais, tudo transmitido pela internet. 

“Esse formato foi bem reduzido por conta da pandemia, e por conta dos recursos. Ele foi aprovado pela Aldir Blanc, que é uma lei de recurso emergencial, então, o formato que ele está hoje atende ao recurso que temos, e está reduzido por isso”, explica Narjara Oliveira, produtora da Virada Digital, sobre o formato online do evento. “A gente sempre contempla as mais diversas linguagens. Nesta edição, apesar dos poucos recursos, a gente não poderia deixar de contemplar o maior número de artistas e segmentos”, encerra a coordenadora.


Serviço 

Virada Digital 2021, nesta sexta-feira, 7, e sábado, 8, a partir de 9h,  no canal do evento: https://www.youtube.com/channel/UC7lBlxwsGBivGqOwqHWe1DQ





Edição: Alek Brandão
Fonte: O Liberal (texto e imagem).

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