Feira do Livro vende 816 mil exemplares e registra 520 mil visitantes

 



Os números da Edição 2022 da 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes superaram as expectativas da Secretaria de Estado de Cultura, organizadora do evento pelo governo do Pará. Num balanço parcial, neste domingo (4), foram vendidos 816 mil livros, num volume de negócios de R$ 18 milhões, segundo a Secult. Em 2019, o evento vendeu 805 mil livros, R$ 14,5 milhões em negócios e teve 410 mil visitantes. Desta vez, em nove dias, foram 520.368 visitantes. 

Embalados pela música 'Ao por do sol' cantada por Fafá de Belém, jovens, adultos e crianças, se divertiram e fizeram coro para a artista paraense, no show de encerramento, na noite deste domingo (4), na área do estacionamento do Hangar, em Belém,o espaço para onde o evento literário retornou após o hiato de dois anos, por causa da pandemia da covid-19, que acabou transformando o local em Hospital de Campanha.


Público e livreiros, em geral, fizeram avaliações positivas da edição 2022. Natural do Pará, mas casada com um paulista, Deia Farias, é proprietária da Editora Selecta Livros, que participa do evento, em Belém, desde o ano de 2015. Deia estava satisfeita, novamente, com o evento literário e a recepção das pessoas na capital paraense.

"Eu sou uma paraense, livreira e faço feira de livros de grande porte, no Brasil todo, como as bienais do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará. E, para nós, e para muitos dos livreiros que aqui estão, esta é a feira em que a gente mais vende, a de maior frequência de público, proporcionalmente falando. É a que nós mais gostamos de fazer", afirmou Déia Farias, "O paraense gosta de literatura e não é qualquer obra, ele quer livro de qualidade", concluiu a livreira.

Conforme os livreiros ouvidos pela reportagem, o público paraense tem uma característica específica frente ao evento literário. As pessoas deixam para ir à feira nos últimos dias. Então, normalmente, de acordo com os responsáveis pelos estandes, o evento registra grande número de pessoas no sábado e domingo, na abertura, e a partir de quinta-feira, novamente.

Livros com preços acessíveis

"Eu estou levando um livro do Richard Sennett (sociólogo e historiador norte-americano) e o  'O Amor nos Tempos do Capitalismo' (de Eva Illouz), que estava R$ 20,00. Eu considero barato perto dos livros jurídicos, que custam mais de 100 reais, então para mim, foi super em conta", afirmou a advogada Camile Ataíde, de 34 anos.

Camile, que gosta de ler e até lançou um livro na área do Direito do Consumidor (Medicalização da Vida), estava na companhia do noivo, Evandro Alencar. Ele elogiou o acervo da Editora do Senado e livros técnicos. 

"Na literatura técnica, a editora do Senado tinha boas obras, livros baratos, de legislação, bem acessíveis, a R$ 4,00 e R$ 6,00,por exemplo", afirmou.

Evandro Alencar contou que achou uma obra rara num 'Sebo' com o valor acessível a R$ 10,00. 

"É da editora Abril, se chama Os Mistérios do desconhecido, é um livro difícil de encontrar, a publicação é antiga embora com um material de qualidade, eu comprei para mim'', seguiu Evandro sobre sua estada na feira ao lado da noiva Camile.  

Literatura clássica, fantástica, coletâneas e até souvenirs e acessórios literários, em geral. Itens com temas de livros, mas também de filmes, séries de televisão, e HQs. A feira tem diversificado e grande acervo de itens. 

"Nosso estande é a Guarderia, a gente vende imã de geladeira, bottons, marcadores de páginas, nas temáticas mais variadas", informou Alan Nascimento, responsável pelo estande.


"As vendas foram ótimas. Nos bottons, a gente tenta fugir do tradicional, que são as banda de rock, então a gente tem muito animes series e filmes. O que mais saiu foi a série recém lançada 'Heartstopper', é uma coleção de livros de quadrinhos que está na quarta edição, e estreou recentemente na Netflix", disse Alan Nascimento.

Este ano, os homenageados da feira foram a cantora, compositora e poetisa, Dona Onete, e o escritor, jornalista e roteirista, Edyr Augusto Proença.Durante o evento, com entrada franca. houve a oferta de testes rápidos de covid-19, sífilis e Hepatite A, B e C, além de vacinação de covid-19, influenza, tríplice viral e HPV. Mais de 5 mil pessoas se vacinaram.

Se depender dos leitores ouvidos pela reportagem, assim como o amor não pode morrer na composição 'Ao pôr do sol', de Dino Souza e Firmo Cardoso, interpretada por Fafá de Belém, a feira deve funcionar todos os anos e alguns até disseram que ela deveria ter duas edições, ao ano. 

"Esta feira é importante em vários aspectos da interação e de a gente comprar livros de modo fácil. Não deve morrer", afirmou sorrindo o adolescente Paulo Maia, de 15 anos, do segundo ano do ensino médio, com dois livros de desenhos japoneses, na sacola.



Fonte: O Liberal (texto e foto) 

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