Colunas e Colunistas - A opinião de Carlos Ferreira

Edição: PH

Jogadores e médicos podem estar correndo risco

Patrick, atacante do Águia, estará em campo no jogo de abertura do campeonato estadual graças a uma cirurgia bem sucedida no coração, em maio de 2009, pouco antes de subir ao elenco profissional do Remo. Na volta aos gramados, jogou pelo próprio Remo, pela Tuna e pelo Parauapebas, mas segue fazendo exames cardiológicos regulares. É o mesmo caso dos jogadores registrados na FPF por Remo e Paysandu, que assimilaram essa exigência. E os jogadores dos demais clubes, além de Patrick, também passaram pelos exames cardiológicos para jogar no Parazão 2011?

Todos os contratos registrados nas federações estaduais têm a assinatura de um médico garantindo a saúde física e mental do jogador para a prática do futebol em alto rendimento. Essa passou a ser uma exigência legal depois de uma série de mortes em campo por infarto, como foi o caso de Serginho, do São Caetano/SP, em 2004. No Pará, o Conselho Regional de Medicina já chegou a cobrar da FPF a lista dos médicos que assinam contratos de jogadores avalizando-os para o futebol profissional. Assim, esses profissionais assumem responsabilidade sobre a vida dos atletas, como também o presidente do clube, podendo responder na Justiça em caso de morte por crise cardíaca. Por isso é fundamental o exame, cujo laudo é a segurança do atleta e a defesa de quem se responsabiliza por ele. A coluna está fazendo apenas um alerta. Cada clube deve saber o que está fazendo. Cada médico deve saber que documento assina. Consultas feitas pelo colunista indicam que médicos estão assinando por exames jamais feitos. 

Além do aguiano Patrick, o remista Diego Barros também tem uma triste história para contar sobre a saúde do coração. Teve a carreira interrompida em 2009, quando estava no Barueri/SP. Mas recomeçou a carreira com a saúde restabelecida e está de volta ao Leão Azul, onde foi campeão em 2008.
 

Comelli arma Leão no 3-5-2

Disfarçado de volante, San tem a função de terceiro zagueiro no time remista, um líbero adiantado em trio defensivo com Paulo Sérgio e Rafael Morisco. Elsinho e Marlon são alas. O Remo está armado no sistema 3-5-2. As únicas novidades no time que jogou no Suriname são o goleiro Lopes e o atacante Wélington Silva substituindo Diego Amaral e Bruno Ricardo. Fininho fica como opção no banco.

 A opção tática de Comelli transforma San em peça vital para o Leão e mostra a preocupação do treinador em priorizar a consistência defensiva, até porque o time ainda não está suficientemente entrosado. Os volantes Luis André e Ramon tem liberdade para avançar e ajudar Thiaguinho na armação, dando variação tática à equipe. Nessa dinâmica, San passa ao papel de volante.

 O difícil jogo contra o São Raimundo vai testar o sistema diante da torcida, com o Leão tendo que tomar as iniciativas. No Suriname  deu certo.  
 

Descontentes unem-se no mesmo grito

A disparidade entre as cotas de Remo e Paysandu (R$ 1.140.000,00, cada) e as dos demais clubes do campeonato estadual (R$ 56 mil) provocou o grito dos descontentes. Tuna, Castanhal, Águia, São Raimundo, Cametá, Independente se reúnem hoje na sede da Tuna para um almoço cujo prato é a cobrança de um valor justo do governo estadual, embora a divisão do bolo financeiro esteja estabelecida no contrato assinado pela FPF em nome dos clubes.

O governo acena com a possibilidade de uma bonificação para os clubes que chegarem às semifinais de turnos. A confirmação pode ser a resposta ao grito dos descontentes.       

Árbitro teve que virar 'PM' para não apanhar

Campeonato Paraense de 1969. O Paysandu jogava pelo empate para ser campeão, mas foi derrotado pela Tuna por 1 x 0. Aos 43 minutos do segundo tempo o árbitro carioca Luis Carlos Felix anulou um gol do Papão. Torcedores bicolores atiraram todo tipo de objeto para o campo e deram plantão até a madrugada na Curuzu esperando a saída do árbitro para surrá-lo. Foi aí que a PM cedeu fardamento ao árbitro e ele saiu do estádio entre os policiais, sem ser reconhecido. Uma sacada! 

No dia seguinte, um torcedor armado de revólver invadiu o hotel onde o árbitro estaria hospedado, mas perdeu a viagem. Luis Carlos Felix ainda dormia tranqüilo, em absoluta segurança, no quartel da Polícia Militar. 

O Paysandu perdeu o jogo, mas não o título. Tornou-se campeão de 1969 em decisão com o Remo. Esse episódio estará no futuro livro História do Campeonato Paraense, do pesquisador Ferreira da Costa, ainda sem previsão para lançamento. 

Fonte: Portal ORM