O Brasil é maior que qualquer partido político




P de Ponto, V de Vista  -  Por Paulo Vasconcellos

Os partidos políticos estão se achando os maiores responsáveis pelo andamento do país, mas existem contradições que colocam as siglas em posições nada confortáveis e o PT é o maior exemplo disso tudo. O   governo anda anunciando números do resultado do IPCA em que a média da inflação é de 4,5 %, entretanto, se forem dadas as credenciais a economistas que não fazem parte de algum órgão governamental, certamente o resultado apresentaria percentual diferente. As manifestações sociais provocaram reboliços em diversos setores do governo, dando impacto até na popularidade da presidente Dilma, que teve queda  jamais vista.
Como explicar ao povo tanta diferença nos números? Talvez, os economistas de plantão não estejam preparados para fazer os cálculos exigidos, colocando dúvidas nos analistas e também nos avalistas, estes formados pela população brasileira que tem de arcar com as consequências. O PT tenta de todas as formas “blindar” o ex-presidente Lula de ataques provocados por adversários, por puro capricho, tentando reconduzi-lo a presidência da República, pois Dilma despenca e oferece reações a seus concorrentes, mesmo ainda faltando mais de um ano para as eleições. Outros partidos se prevalecem da fragilização do Governo e já fazem contas com possiblidades de enfrentarem Dilma no segundo turno no pleito do ano vindouro, todavia, contar as favas antes delas vingarem, não dá privilégio algum sobretudo quando se tem oscilações nas diversas camadas  de balança comercial, por exemplo..
Marqueteiros perdem noites de sono na tentativa de inverterem alguns resultados, mas a matemática está desfavorecendo  em alguns pontos que deveriam mostrar opções de crescimento e a presidente Dilma Rousseff é o alvo das criticas, chegando a ser vaiada em aparições públicas. O despertar do povo vem causando atritos no Congresso Nacional que para tentar diminuir o ímpeto dos encorajados brasileiros, tem mudado rumos de votações, entretanto, a desconfiança aparece como sinal de alerta conforme constatado nas manifestações através das faixas e cartazes expostas, atreladas aos gritos de “Acorda Brasil”.
Em épocas passadas, muito se falou nos descamisados e eles deram resposta, provocando o impeachment de Collor, fato inédito no Brasil. O ex-presidente Lula estava sumido e agora voltou a dar o ar de sua graça, rebatendo críticas a ele dirigidas, usando até palavras indecorosas, coisa que ele não fazia quando estava no Executivo do País. Dizendo que não será candidato, Lula tem se preocupado com as “alfinetadas” dadas por seus adversários, colocando até culpa nos usuários das redes sociais, uma das ferramentas que forçaram as manifestações nas ruas das cidades brasileiras. Parece que Lula esqueceu as esmagadoras vitórias que obteve nas urnas e tenta “cuspir” no prato que comeu, comprometendo a presidente Dilma que se não tiver cuidado, antecipará sua despedida do Planalto. Outros caciques do PT, condenados no processo do mensalão, estão como se diz na gíria: “com as barbas de molho”, mas confiam piamente no grande líder que também nega ter piorado do câncer, curado através de rigoroso tratamento médico. É bom que os petistas saibam que o PT não é dono do Brasil e os arranhões começaram em pequena proporção, passando para o descontrole com o andar de tudo. Até agora, quando se fala em eleição, surgem os nomes do senador Aécio Neves, da ex-ministra Marina Silva e o mais novo nome que surge  é do governador pernambucano Eduardo Campos.  Se Dilma continuar caindo será se Lula vai renegar  sua candidatura?
A política, se distanciada da politicagem, seria o divisor de águas para o povo escolher em ato democrático e pleno, mas não é isso que vemos. Os politiqueiros vestem camisas de partidos e se acham donos da verdade, deixando as camadas menores, nocauteadas e sem opções de escolhas. Talvez Dilma possa reagir e subir novamente na cotação, caso contrário, curtir a aposentadoria precoce será o caminho mais provável a seguir. Que o povo brasileiro continue obtendo vitórias que favoreçam a democracia e fortaleçam a cidadania.  (PV)

**O autor é integrante da imprensa em Capanema-Pará