COM VERSANDO SOBRE O COTIDIANO - Por Eleci Silva



CÉU DE ESTRELAS



Nascida em 25 de Maio de 2010, a nossa querida ACLA – Jovem menina, linda e talentosa, reúne em torno de si uma constelação de poetas e poetisas que destacam Capanema no cenário local, regional, nacional e além-fronteiras, desbravando não apenas países da América Latina mas também países da Europa. Capanema já tem sua Bandeira na Isla Negra de Neruda no Chile, na Portugal de Camões, na Alemanha de Goethe e em outros. Se tão jovem já ocupa lugar de destaque, podemos imaginar os caminhos ainda a serem percorridos por essa linda Menina Morena.
Desde criança, sempre fui fascinada pelas letras que se transformam em palavras e que agrupadas vão expressando nossos sentimentos, nossas angústias e nossos desejos. A literatura e as artes em geral, sempre me fascinaram e os Homens e Mulheres chamados de Poetas e Poetisas, na minha concepção de menina, habitavam um mundo paralelo, pois conseguiam expressar sentimentos em palavras com habilidade de meninos que brincam de peteca.
Cresci e me aproximei do mundo das letras, fiz amizade com escritores e poetas. Muitos deles moram comigo, num recanto de minha casa chamado Biblioteca. Vez por outra brinco com as palavras e penetrei no mundo encantado que sempre me fascinou. Foi então que descobri que o Poeta e a Poetisa, o Escritor e a Escritora são pessoas reais, em um mundo real e que muitas vezes nos emprestam as palavras para expressar nossos próprios sentimentos, dizendo coisas que nós não os conseguimos dizer. Que lêem nossas almas como quem decifra o ABC.
Falar sobre a importância da academia para a comunidade e sua contribuição para a literatura, é como falar da importância do ar que respiramos ou do alimento que nos sustenta e nos mantêm vivos e ativos.
A Academia de Letras está para o Poeta como a chuva está para a terra. O Poeta planta e a Academia faz com que essa planta se consolide, se fortaleça, frutifique e se multiplique, espalhando os pensamentos e os escritos poéticos estabelecidos pelo autor, para as gerações futuras. É, portanto, um legado que se deixa.
Sem poesia, uma flor é apenas uma flor; Sem poesia um céu azul não tem encantos; Sem poesia uma noite escura não trás saudades; sem poesia uma tarde morna de chuva não nos remete à infância; sem poesia o calor do sol não acende nossos desejos de amar; sem poesia o céu é sempre cinzento. É a poesia que nos ajuda a colorir a vida com tantos matizes de uma aquarela infinita.
A presença de uma Academia de Letras e Artes em uma Comunidade, não apenas aumenta a visibilidade da cultura local com as publicações, como também incita a comunidade ao desenvolvimento de novos talentos. Quantas pessoas (crianças, jovens, adultos) são inspiradas pelos nossos poetas, escritores, cordelistas, artistas, declamadores?
Quanta vida pulsante em cada verso brotado d´alma? Versos que brotam quando a gente mexe a panela no fogão ou quando caminha pelas ruas do mercado em busca do pão. O pão alimenta o corpo, a prece alimenta o espírito e a poesia alimenta a alma.
Temos fome de pão, mas temos fome de beleza, de ternura e de singeleza que o Poeta tão bem exprime em seus versos, rimados ou não.
É a palavra que nos ajuda a dar significado à vida e a tudo o que nos rodeia. E quando desenvolvemos a habilidade de nos comunicar e comunicar sentimentos, evoluímos enquanto sociedade.
Parte-se do princípio de que todo cidadão tem direito à cultura, na sua definição mais ampla e, por conseguinte, à memória coletiva e ao passado histórico. A memória social ou coletiva, evidenciada através dos registros, vestígios e fragmentos do passado - os chamados bens culturais de uma dada coletividade - constitui-se em referencial da identidade cultural e instrumento possibilitador do exercício da plena cidadania.
Os poetas, escritores e artistas de nossa cidade cumprem o papel de possibilitadores e facilitadores do exercício de cidadania de cada um de nós quando colocam sua arte e seu talento à serviço da comunidade.
Assim tem sido construída a História que é tão antiga quanto à existência humana e evolui à medida que a humanidade vai caminhando em sua trajetória e ampliando seus conhecimentos. Tem sido assim desde o primevo da humanidade quando os rabiscos nas cavernas contavam histórias de bravuras e de conquistas como as conhecemos hoje.
Para uma cidade ter uma Academia de Letras e Artes como Capanema tem a ACLA, é ter um Patrimônio Cultural para o exercício da cidadania. É a literatura que ajuda ao homem a entender seus sentimentos e proporciona a expressividade pela arte nos mais diferentes espaços.
A leitura é um dos meios mais eficientes de formar cidadãos, e a literatura é uma das mais belas formas da expressividade humana. Além disso, é a leitura que permite a autonomia social do indivíduo, estimula seus conhecimentos e ajuda a refletir sobre seu pensamento a respeito do mundo e de si mesmo. Desta forma, a literatura deve ser compreendida como uma necessidade no nosso cotidiano, pois sua expressividade artística é o meio que conseguimos de demonstrar nossos desejos e ideologias, mesmo que seja recriando nossa realidade e, neste sentido, a literatura torna-se então, a arte da palavra.
Capanema foi pródiga ao gestar em seu ventre talentos: Cleni Guimarães, Elza Melo, Iracema Amorim, Lourdes Oliveira, Madalena Oliveira e Rosilda Dax – Grandes Damas da Poesia - ao lado das vozes fortes e corações sensíveis de José Raimundo Vieira, Nilson Mesquita, Paulo Maximiliano, Paulo Vasconcellos e Samuel Alencar. São esses nossos Poetas e Poetisas que versejam, metrificam, rimam e prosam, transformando palavras em pedrinhas coloridas ou ainda em pétalas perfumadas e ansiosas pelo doce afago das borboletas e pássaros que brincam no jardim da vida.
O céu de Capanema brilha com mais intensidade pela luz procedida dos Poetas que tornam o dia-a-dia mais colorido pela luz da poesia. Céu que ganha agora mais três Estrelas de brilho singular e a festa fica mais bonita. São outras Marias que chegam para iluminar ainda mais os nossos caminhos rumo ao desenvolvimento de uma forte Nação Literária. Maria Conceição Maciel, Maria Ioneida Braga e Maria Socorro Rebouças.
Para vocês, meus poetas e poetisas queridos, tenho um pequeno regalo. Juntei num mosaico seus versos e fiz deles, meus também. Ofereço com carinho a junção toda que fiz. Espero que vocês gostem dessa singela homenagem, que faço a quem quero bem.





MOSAICO

“FOI ASSIM QUE ME CONTARAM”
Que no “RECREIO” de nossas vidas
Há sempre “PARTILHA DE AMORES”
Há também “ANGÚSTIA E PAIXÃO”
Brincando com os sentimentos

No jardim da nossa existência,
Por vezes uma “PAPOULA SECA”
Mira a “JANELA DA VIDA”
Janela que adorna o rosto
De “UMA FLOR CHAMADA MULHER”

Cantada pelos poetas
Em prosa, verso ou cordel
De várias formas e “CONCORDÂNCIAS
Apenas com “M DE MULHER”
Ou no encanto das “MULHERES” todas

É linda dama, formosa e predileta
O “ÊXTASE” de todos nós
Provoca “ORGASMOS POÉTICOS”
E “INSPIRAÇÕES VERSATILIZADAS”
Para ornar e adornar
As “PALAVRAS DO POETA” (ETDS).




A autora é Psicóloga, Jornalista, Mestre em Administração e Doutora em Comunicação. Professora da Universidade Federal Rural da
Amazônia – Campus Capanema. 



Edição: Maikon Douglas
Fotos: Divulgação


**Coluna publicada na Edição n° 539 do Jornal de Capanema





2 comentários:

  1. Sempre uma grande honra estar presente nas páginas do nosso Jornal de Capanema.

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    1. A honra é toda nossa de termos uma Doutora em Comunicação no nosso convívio.

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