O retrato das artes no Brasil





Exímia escritora, Fernanda Torres sabia, desde o início, qual seria o título de seu segundo romance, lançado pela Companhia das Letras. “Foi minha mãe quem sugeriu A Glória e Seu Cortejo de Horrores, do qual logo gostei”, conta ela, referindo-se a uma das grandes damas das artes brasileiras, Fernanda Montenegro. A expressão é perfeita para designar o tremendo esforço que ambas, atrizes renomadas, dedicam à profissão. E é justamente sobre os percalços e os sucessos particulares de um artista de que trata A Glória e Seu Cortejo de Horrores.
O livro, cuja qualidade revela um enorme salto conquistado pela autora desde sua estreia, em 2013, com Fim, acompanha a tortuosa trajetória de Mario Gomes, ator que teve um fulgurante início de carreira, nos anos 1960, tornando-se galã de novela, até sua decadência, culminando com um crime que o leva à prisão. É por meio desse arco que Fernanda traça um delicioso retrato do teatro, TV e cinema do Brasil, desde a década de 1960, marcada pela arte engajada, até os dias atuais e suas novelas bíblicas e os palcos usados como fonte de renda.


Fonte: O Liberal/Magazine (Texto e Foto)

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