III Festival do Filme Etnográfico do Pará exibe filmes gratuitos

 O evento inicia nesta terça-feira, 16, com mostras e lançamentos de filmes, debates e homenagens a grandes nomes desse segmento de produção audiovisual.



O III Festival do Filme Etnográfico do Pará começa nesta terça-feira, 16, com vasta programação que inclui a exibição gratuita de filmes em Belém e também no interior do estado. A abertura será no Cine Líbero Luxardo, da Fundação Cultural do Pará (FCP), antigo Centur, a partir das 17 horas, com o lançamento mundial do filme franco-brasileiro “Espíritos, floresta e rios: Memórias dos mundos dos Hupd’äh da Amazônia” (2021), de Mina Rad e Renato Athias. O festival é realizado pelo grupo de pesquisa em Antropologia Visual Visagem, do programa de pós-graduação em Sociologia e Antropologia, da Universidade Federal do Pará (UFPA). O evento segue até o próximo dia 21.

“O filme de Mina Rad e Renato Athias é o segundo de uma trilogia sobre o acervo audiovisual do Athias e a relação dele com a etnia Hupdah, do Baixo Amazonas”, detalha Alessandro Campos, coordenador do festival. Também será lançado na abertura o teaser do novo filme do cineasta indígena Divino Tserewahú, “Abdzé Wede’õ – Vírus não tem cura”, sobre os idosos da etnia Xavante mortos na pandemia; e exibidos o filme “Yaõkwa – Imagem e Memória” (2020), de Rita Carelli e Vincent Carelli, com a presença do segundo, e dos curtas “Açaí: do pé ao prato” e “Skate e resistência”, resultantes da residência cinematográfica do festival.

Estarão presentes à abertura os cineastas homenageados da edição: o documentarista Jorge Bodanzky; Patrícia Monte-Mor, antropóloga pioneira em festivais de cinema etnográfico no Brasil; e Divino Tserewahú, pioneiro em cinema indígena.

Programação

O Cine Líbero Luxardo receberá 44 filmes das duas mostras competitivas do festival, sendo 23 selecionados para a Mostra Jean Rouch, que premiará o Melhor filme etnográfico em curta, média e longa-metragem, e de 21 selecionados à Mostra Divino Tserewahú, voltada para cineastas indígenas, que também com premiação para o melhor em curta, média e longa-metragem. A programação completa está disponível no site festivaldopara.com.br.

“Recebemos a inscrição de centenas de filmes, que passaram pela avaliação de 16 curadores”, conta Alessandro Campos, coordenador do festival. Os vencedores serão apontados pelos júris oficiais compostos por professores de Ciências Sociais, Antropologia e Cinema, produtores culturais e cineastas, incluindo as paraenses Indaiá Freire e Zienhe Castro.

A programação do Festival Etnográfico também exibirá filmes de mostras paralelas (não competitivas) com produções da Bolívia, Venezuela e Equador, assim como da Mostra Latino Americana de Filme Etnográfico. As exibições em Belém ocorrerão na Sala Acyr Castro, do Palacete Bolonha, e no Cineclube Tela Firme, do bairro da Terra Firme, além de auditórios e escolas das cidades de Paragominas, Breu Branco, São Caetano de Odivelas e Nova Timboteua.

Ainda, o Cine Alexandrino Moreira, da Casa das Artes, receberá uma programação especial alusiva a Jorge Bodanzki, com a presença do cineasta, que inclui debates, exposição e exibição de quatro filmes dele, com destaque ao episódio 5 da série “Transamazônica, uma estrada para o passado”.

O objetivo do festival é fomentar e premiar produções audiovisuais que abordem questões socioculturais contemporâneas sobre pessoas e grupos sociais e temas de interesse antropológico. “O cinema etnográfico busca descrever culturas e etnias. Não é um filme feito do outro, mas com o outro. A proposta do festival é fazer com que esse tipo de filme acadêmico se popularize”, destaca Alessandro Campos.


Edição: Lucas Brito

Fonte: O Liberal (Texto e foto)


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