Poeta paraense lança coletânea de poesias escritas durante 40 anos

 O poeta paraense Tadeu Melo apresenta em Belém, sua obra “Çem Poesia”, pela editora Sundermann

Leonardo Mendonça


O poeta paraense Tadeu Melo lança nesta quarta-feira (05), a partir das 19h na sede da Rádio Margarida, em Belém, sua obra “Çem Poesia”, da editora Sundermann. O livro nada mais é do que uma coletânea de poesias escritas pelo autor ao longo de quatro décadas. A fotógrafa Cristina Gemaque, responsável pelo prefácio da obra, idealizou os designs que foram impressos em blusas e marcadores. No lançamento, o público poderá se deliciar com uma exposição da fotógrafa.

Segundo o autor, o livro é uma coletânea de vários poemas não publicados. “A obra segue uma linha cronológica de criação. Portanto, os últimos poemas impressos são de trabalhos recentes”, explicou. Para o poeta, os livros, não necessariamente, precisam ter uma publicação editada e impressa para se tornarem livros. “Eles podem existir por si sós, ainda que no fundo de malas ou baús. Até porque, ao serem lançados, não são mais exclusividades do autor, e sim recriações do leitor”, destacou.

A ideia da publicação, após tanto tempo, surgiu do fato de que só agora, o autor teve vontade da interação com seus leitores. “Estou com intensidade plena de mergulhar na descoberta de toda poesia que possa ser recriada pelo leitor”. O autor destaca ainda que deixou a lógica de lado na escolha dos poemas.


“Fui movido pela emoção. Segui apenas a linha da afetividade, impulsionado pelas minhas lembranças, quase uma memória olfativa, apesar de terem sido incluídos alguns poemas premiados em concursos universitários e de coletânea nacional”, ressaltou. Para o autor, o processo criativo não está ileso ao meio que lhe rodeia.

“Minha obra pode ser autobiográfica, deriva de minhas vivências individuais e das observações que tive nesses 40 anos de criação”, porém, segundo o autor, a partir da publicação e do compartilhamento dessas experiências, a obra já não pertence mais naquela biografia. “O leitor, que nunca é uma tábula rasa, está convidado para, a partir de então, associar sua biografia individual a essa nova possibilidade”.

O poeta acredita que a arte de escrever é compartilhar, abrir possibilidades e descerrar portas. “Mais importante do que o artista, é a arte. O poema só existe na recriação do leitor. Ao poeta cabe apenas o
ofício da provocação”, concluiu o escritor.

Tadeu Melo é paraense, mas mora em São Paulo. Cursou comunicação, mas desistiu e se tornou médico. Casado com Graça Dea Gouveia de Melo, escreve poesia há décadas, mas não as publicava, com raras exceções. O autor já tem duas poesias premiadas.


Fonte: O Liberal 

Texto: Thainá Dias


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