COLUNAS E COLUNISTAS - A Opinião de Carlos Ferreira

Roberto Fernandes cumpre primeira promessa feita quando chegou no Papão

Primeira promessa do Papão está cumprida

Nas primeiras entrevistas em Belém, Roberto Fernandes adiantou que para a Série C o Papão teria um time em nível de Série B. Convenhamos, as contratações correspondem à promessa. O clube alviceleste tem um dos três maiores investimentos para a 'terceirona'. Arrojou-se numa folha salarial que se aproxima de R$ 500 mil mensais.

Roberto Fernandes disse também que exigiria jogadores com histórico de conquistas, do tipo que não se conforma com derrotas. Numa conversa com o colunista, exemplificou: 'Se você tem jogadores de times pequenos, habituados a derrotas, eles nem se abalam quando perdem. A gente cobra e não eles respondem, porque perder é normal pra eles. Por isso, se o Paysandu quer subir, tem que trazer jogadores que não aceitam derrotas, por terem histórico de vitoriosos'. De fato, a julgar pelos currículos, é o perfil dos recém-importados. Principalmente de Josiel, Juliano e Luciano Henrique.

O que pesa contra o Papão é o curto prazo para colocar jogadores em forma e ajustar um time. Faltam apenas 12 dias para a estreia, contra o Araguaina, no Tocantis. A semana em Barcarena, a partir de hoje, e o amistoso contra o Águia na próxima segunda-feira serão muito importantes para preparação e avaliação. Mas não deverão ser suficientes para colocar no ponto esse novo Papão, que deverá ter um começo difícil, dependendo de muita bravura para não decepcionar a torcida nas primeiras rodadas da Série C. 
 
 
Transmissões: o texto do contrato

Diante de indagações frequentes sobre o que diz o contrato dos clubes com o governo sobre direitos de transmissão no campeonato nacional, o colunista resolveu publicar a cláusula primeira. Eis o texto: 'O objeto do presente contrato é a cessão, com exclusividade, de forma irretratável irrevogável, dos direitos de captação, fixação e transmissão de sons e imagens dos jogos estaduais e nacionais de futebol profissional, sub 20, torneios locais e todas as referentes ao esporte amador, dos clubes representados pela contratada (FPF), bem como o direito de uso de imagem dos clubes e a exploração da publicidade estática (placas) nos jogos de futebol nas transmissões dos jogos, jogos estes que poderão ser transmitidos ao vivo ou gravado, exceto nos campeonatos de futebol profissional da Série A e B, os quais compete aos clubes a sua negociação'.

A exceção valeria também para a Série C se a CBF tivesse vendido o campeonato. Como não vendeu, automaticamente o contrato prevalece com garantia de direito para a TV Cultura. A emissora pode mostrar os jogos que quiser de Paysandu, Águia, Independente e São Raimundo, sem obrigação de pagar mais nada. Mas isso não impede os clubes de pleitear ajuda de custos nas viagens, como o Papão está fazendo, a partir da decisão de levar todos os seus jogos para o Mangueirão.  
 
 
Remo confirma ou nega a má fama?

O derramamento de cheques pré datados para jogadores e comissão técnica, liberados durante e após o campeonato estadual (mais de R$ 300 mil), impõe ao Remo o desafio de negar e o risco de confirmar a fama de caloteiro. Paulo Comelli, André Chita e Manoel dos Santos já estão ingressando na Justiça do Trabalho, assim como Lopes, Rodrigo Dantas e Jailton Paraíba. Os demais estão com cheques, esperando pela compensação.

O Remo sofreu muito nos últimos anos, sendo esnobado por jogadores e treinadores, por conta da péssima fama que tem no mercado e pela falta de calendário atraente. Para 2012, só tem competições garantidas para o primeiro semestre: Parazão e Copa do Brasil. Se não honrar os compromissos, se agravar o descrédito, o clube azulino terá dificuldades para contratar até mesmo jogadores regionais, como já vem acontecendo.  
 
 
Baenão: promessa renovada

O presidente remista Sérgio Cabeça está prometendo obras no Baenão durante o semestre. Quer colocá-lo em boas condições para a temporada 2012. Na campanha eleitoral, em outubro e novembro de 2010, a chapa Reconstrução e Seriedade garantiu que instalaria no estádio uma academia de musculação para atletas profissionais e amadores, construiria ou adaptaria uma área para o departamento médico-odontológico, reformaria alojamentos e cozinha da concentração. Em seis meses, essas promessas ainda não foram cumpridas, como nenhuma outra.