COLUNAS E COLUNISTAS - A Opinião de Carlos Ferreira




Paysandu estreia hoje na Série C com o desafio extra de quebrar um tabu

Quebrar tabu é desafio extra para o Papão

Rebaixado em 2006, o Paysandu estreia hoje no seu quinto campeonato consecutivo na 3ª divisão com um tabu para quebrar. Não ganhou de ninguém em 22 jogos como visitante na Série C, nem mesmo quando enfrentou o Ananindeua, no Mangueirão (2007), e muito menos nos cinco jogos que fez contra o Águia em Marabá, nos três últimos anos.

Este ano, na Copa do Brasil, o Papão voltou a vencer fora do Pará depois de quatro anos, ao aplicar 3 x 2 no Penarol, no Amazonas. Mas pelo campeonato brasileiro a última vitória como visitante foi em setembro de 2006, ainda na Série B, sobre o América/RN (1 x 0), em Natal. Hoje, um novo time, ainda em
formação, inicia um novo ciclo do Papão enfrentando o Araguaina, no Tocantins.

Renova-se a esperança do retorno à Série B, com ou sem vitória fora de casa. Missão dificultada pela ousadia de montar um novo time sob a pressão de uma torcida ávida por respostas imediatas. Hoje, em Araguaina, esse novo Papão vai mostrar até que ponto pode merecer a confiança dos torcedores. Em tese, o time tocantinense é o mais fraco do grupo amazônico.

O Pará em Campeonatos Brasileiros

Tuna campeã brasileira da 2ª divisão em 1985 e da 3ª em 1992. Paysandu campeão brasileiro da 2ª divisão em 1991 e 2001, e campeão dos campeões em 2002. Remo campeão brasileiro da 3ª divisão em 2005. São Raimundo campeão da 4ª divisão em 2009. Sete títulos nacionais conquistados pelo futebol paraense nos últimos 26 anos, e 13 rebaixamentos nos últimos 22 anos. Esses números mostram a instabilidade dos nossos clubes, capazes de oscilar entre um extremo e outro.

A partir de 1989, quando começou a funcionar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, os clubes paraenses tiveram 30 lutas contra a degola, com êxito em 17. O Paysandu é o mais instável de todos. Tem as maiores glórias, com três títulos nacionais, mas foi rebaixados cinco vezes, além de ter feito a pior de todas as campanhas do Pará (61º entre 63 clubes da Série C/2007). O Remo tem quatro, a Tuna dois e o São Raimundo um rebaixamento.

O futebol paraense está reduzido à 3ª divisão com Paysandu e Águia, 4ª divisão com São Raimundo e Independente, sem o Remo, que está excluído de todas as séries. Mas já passou por situações piores. Em 1987, o Paysandu foi o único representante do Pará, disputando o módulo branco, uma 3ª divisão camuflada, e sagrouse vice-campeão. Em 1988, um horror! Nenhum time do Pará disputou a competição nacional.

Uma vitória para testemunhas

Apenas 1.243 torcedores pagaram para testemunhar a vitória do Águia sobre o Luverdense/MT (1 x 0), em Marabá. Da renda de R$ 18.255,00 o Águia lucrou apenas R$ 5.339,00. Um saldo que não cobre os custos do clube para colocar o time em campo. O Águia é o clube paraense com melhor desempenho nas competições da CBF nos últimos 10 anos. Mas esse crescimento não se reflete nas arquibancadas. No Parazão a torcida aguiana foi a penúltima, com 5.420 pagantes nos sete jogos em Marabá. Triste média de 774 por jogo.

Quanto mais o clube se engrandece mais a torcida se apequena. Os números negam a necessidade do estádio que está sendo construído em Marabá para cerca de 20 mil pessoas. Marabá, com cerca de 200 mil habitantes, uma das principais economias do Pará e apenas um clube profissional, de bom desempenho, não tem razões lógicas para não apoiar o Águia. Fica no ar a hipótese de o Águia não estar explorando recursos do marketing para conquistar e fidelizar torcedores, embora seja bem patrocinado pelas principais empresas da região.

Começo previsível na Série D

Nenhuma surpresa nas derrotas do São Raimundo, no Mangueirão, para o Sampaio Corrêa, por 2 a 1, nem do Independente para o Trem, em Macapá, pelo mesmo placar. O São Raimundo entrou no campeonato atrapalhado por preparação tumultuada, jogando em campo neutro, contra um adversário que já estreou bem cotado. O agravante para o clube santareno foi o prejuízo financeiro. Pagou cerca de R$ 23 mil em passagens aéreas, hospedagem e alimentação na viagem a Belém e jogou para apenas 191 pagantes.

O prejuízo subiu para R$ 28 mil. A derrota do Independente foi dentro da lógica pelo equilíbrio de forças. O Trem fez prevalecer a sua condição de mandante. São dois times que devem brigar por classificação.

Fonte:Portal  ORM

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