Dia do riso, dia de Epaminondas!
Assembleia Legislativa do Pará institui o Dia Estadual do Riso em
homenagem a Cláudio Rendeiro
Em uma dessas grandes coincidências da vida, o
juiz Cláudio Rendeiro, que ficou popularmente conhecido por seu personagem
humorístico Epaminondas Gustavo, uma caricatura cheia de afeto sobre a figura
do ribeirinho paraense, faleceu no Dia Internacional do Riso, 18 de janeiro, em
2021, por complicações da covid-19. No intuito de manter viva a memória dele, o
deputado Dirceu Ten Caten (PT) conseguiu aprovar na última terça-feira, 22, na
Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), o Dia Estadual do Riso “Epaminondas
Gustavo”.
Para a diretora teatral Inês Ribeiro, que ele
convenceu a usar o título de “diretora de palco do Epaminondas”, é fundamental
ver o nome de um personagem tão importante para a cultura paraense marcado no
calendário estadual. “Eu dizia pra ele: ‘tu é um patrimônio cultural desta
cidade, cuidado!’. E ele dizia: ‘tu és o satanás purinho, Inês Antônia’, porque
eu não deixava ele tomar refrigerante por causa da diabetes. Sabe aquela
diretora de palco que fica vigiando o artista?”, lembra ela, com bom humor.
Ela recorda também a
intensidade com que o amigo vivia a vida. “Ele era superintenso, aquela alma de
artista. Eu dizia pra ele: ‘quem é o personagem, o Epaminondas ou o juiz?’. Ele
dizia: ‘O juiz! O Epaminondas sou eu’, que é a essência do ribeirinho, do
estudante que veio para Belém estudar no Guamá, no meio do igapó, ajudando pai,
mãe, estudando em escola pública, pegando carteirinha do colega para entrar no
cursinho no final de semana. Rendeiro foi ascensorista de elevador! E tudo isso
ele viveu intensamente”, diz Inês.
A votação na Alepa foi acompanhada de perto por ela
e vários integrantes do fã-clube de Epaminondas, o “Te Infica”. Quem não pôde
ir, ainda fez questão de acompanhar a sessão ao vivo pela internet.
“Infelizmente, não pude estar presente, em razão de estar convalescente de uma
cirurgia, mas acompanhei pelo canal da Alepa. Mandei o Epatinho e a bandeira do
açaí, marcas do Epaminondas, que estão sob minha guarda; e recebia todas as
informações e fotos do momento”, diz Vanilza Malcher, que conheceu Cláudio em
2003, quando ambos trabalhavam em Tucuruí, ele como juiz de Direito e ela juíza
do Trabalho.
“A partir de então, nos conectamos em algo maior
que a amizade, fomos irmãos de alma. A fã, portanto, veio bem depois, pois o
Epaminondas apenas surgiu em novembro de 2013. Nós, fãs e amigos ou amigas,
podemos dizer que somos outras pessoas depois dele. Impossível ter passado por
Epaminondas Gustavo sem uma mudança. Ele nos ensinou a ver o mundo de outra
forma: com leveza, muito mais humanidade e muito riso. Aliás, riso havia em
tudo e por tudo. Daí a importância dele para todos nós, pois, agora plagiando
Chaplin, passamos a ter dias desperdiçados sem riso”, completa Vanilza.
A chef Angela Sicilia, que muitas vezes testemunhou
Epaminondas na cozinha, fazendo seu “camusquinho” e outras receitas com a cara
do Pará, também apontou a importância do reconhecimento da casa legislativa.
“Deixa todos os paraenses e principalmente os amigos dele muito felizes, porque
era, para além de grande magistrado, uma pessoa super do bem, que trabalhava em
prol de muitas causas. E muito engraçado! Ele retratava um pouco das pessoas do
nosso interior. É gratificante ver esse reconhecimento e poder fazer mais essa
homenagem a ele”, comemora a amiga.
O deputado Dirceu Ten Caten destacou os 26 anos que
Cláudio se dedicou à magistratura paraense e como se tornou um dos humoristas
mais famosos do Pará, “um paraense que muito fez pela nossa cultura”. Outra
deputada a apoiar o projeto, Marinor Brito (Psol) comentou como “a cultura, e
aqueles que a fazem, precisam ser valorizados”. O cantor, compositor e
humorista Adilson Alcântara, grande parceiro de palco de Cláudio, agradeceu a
iniciativa do Legislativo paraense.
“Nós estamos muito gratos com a ideia do
parlamentar. Essas formas de homenagem, seja de onde venham, são afirmações
sobre a existência dele, isso é muito importante”, diz Adilson, que também faz
planos de levar adiante as ações culturais e sociais do amigo, entre elas a
criação da Casa Epaminondas. “Nossa proposta é essa, que a gente tenha a
possibilidade de continuar o trabalho dele para a sociedade através de uma casa
de cultura, oficinas... São coisas que podem manter mais ainda a memória dele”.
Edição: Paulo Vasconcellos
Texto: Lais Azevedo/ Diário do Pará
Fotos:
Divulgação/ Diário do Pará
Em uma dessas grandes coincidências da vida, o
juiz Cláudio Rendeiro, que ficou popularmente conhecido por seu personagem
humorístico Epaminondas Gustavo, uma caricatura cheia de afeto sobre a figura
do ribeirinho paraense, faleceu no Dia Internacional do Riso, 18 de janeiro, em
2021, por complicações da covid-19. No intuito de manter viva a memória dele, o
deputado Dirceu Ten Caten (PT) conseguiu aprovar na última terça-feira, 22, na
Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), o Dia Estadual do Riso “Epaminondas
Gustavo”.
Para a diretora teatral Inês Ribeiro, que ele
convenceu a usar o título de “diretora de palco do Epaminondas”, é fundamental
ver o nome de um personagem tão importante para a cultura paraense marcado no
calendário estadual. “Eu dizia pra ele: ‘tu é um patrimônio cultural desta
cidade, cuidado!’. E ele dizia: ‘tu és o satanás purinho, Inês Antônia’, porque
eu não deixava ele tomar refrigerante por causa da diabetes. Sabe aquela
diretora de palco que fica vigiando o artista?”, lembra ela, com bom humor.
A votação na Alepa foi acompanhada de perto por ela
e vários integrantes do fã-clube de Epaminondas, o “Te Infica”. Quem não pôde
ir, ainda fez questão de acompanhar a sessão ao vivo pela internet.
“Infelizmente, não pude estar presente, em razão de estar convalescente de uma
cirurgia, mas acompanhei pelo canal da Alepa. Mandei o Epatinho e a bandeira do
açaí, marcas do Epaminondas, que estão sob minha guarda; e recebia todas as
informações e fotos do momento”, diz Vanilza Malcher, que conheceu Cláudio em
2003, quando ambos trabalhavam em Tucuruí, ele como juiz de Direito e ela juíza
do Trabalho.
“A partir de então, nos conectamos em algo maior
que a amizade, fomos irmãos de alma. A fã, portanto, veio bem depois, pois o
Epaminondas apenas surgiu em novembro de 2013. Nós, fãs e amigos ou amigas,
podemos dizer que somos outras pessoas depois dele. Impossível ter passado por
Epaminondas Gustavo sem uma mudança. Ele nos ensinou a ver o mundo de outra
forma: com leveza, muito mais humanidade e muito riso. Aliás, riso havia em
tudo e por tudo. Daí a importância dele para todos nós, pois, agora plagiando
Chaplin, passamos a ter dias desperdiçados sem riso”, completa Vanilza.
A chef Angela Sicilia, que muitas vezes testemunhou
Epaminondas na cozinha, fazendo seu “camusquinho” e outras receitas com a cara
do Pará, também apontou a importância do reconhecimento da casa legislativa.
“Deixa todos os paraenses e principalmente os amigos dele muito felizes, porque
era, para além de grande magistrado, uma pessoa super do bem, que trabalhava em
prol de muitas causas. E muito engraçado! Ele retratava um pouco das pessoas do
nosso interior. É gratificante ver esse reconhecimento e poder fazer mais essa
homenagem a ele”, comemora a amiga.
O deputado Dirceu Ten Caten destacou os 26 anos que
Cláudio se dedicou à magistratura paraense e como se tornou um dos humoristas
mais famosos do Pará, “um paraense que muito fez pela nossa cultura”. Outra
deputada a apoiar o projeto, Marinor Brito (Psol) comentou como “a cultura, e
aqueles que a fazem, precisam ser valorizados”. O cantor, compositor e
humorista Adilson Alcântara, grande parceiro de palco de Cláudio, agradeceu a
iniciativa do Legislativo paraense.
“Nós estamos muito gratos com a ideia do
parlamentar. Essas formas de homenagem, seja de onde venham, são afirmações
sobre a existência dele, isso é muito importante”, diz Adilson, que também faz
planos de levar adiante as ações culturais e sociais do amigo, entre elas a
criação da Casa Epaminondas. “Nossa proposta é essa, que a gente tenha a
possibilidade de continuar o trabalho dele para a sociedade através de uma casa
de cultura, oficinas... São coisas que podem manter mais ainda a memória dele”.
Edição: Paulo Vasconcellos
Texto: Lais Azevedo/ Diário do Pará
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