CRÔNICA DA ATUALIDADE


UM PAPA DESOLADO 
Por Hugo Antônio Ferrari

Quando generalizamos fatos lamentáveis como o avanço da pedofilia que acontece em qualquer instituição - seja ela privada ou religiosa - precisamos ter cautela ao condenar, a fim de não se cometer injustiças.

Temos, na igreja católica, padres reconhecidamente sérios e verdadeiramente comprometidos com a propagação do Santo Evangelho, bem como de membros e dirigentes de outras religiões que são respeitáveis.

Infelizmente, muitos sucumbem às tentações, aderindo a esses atos libidinosos.

Não se pretende, de forma alguma, abrir uma guerra de acusações. É preciso reconhecer que o problema existe e punir seus autores na forma da lei onde os abusos são praticados, inclusive, no Brasil.

Desejo fazer alusão aos escândalos de pedofilia envolvendo padres - não somente no nosso País - mas, pelo tamanho da religião católica, claro que a repercussão tem sido sempre maior.

O Papa tem advertido que o Vaticano não tolerará o envolvimento de seus padres nos casos de pedofilia, onde os mesmos devem pagar por seus crimes.

Muito dinheiro já foi gasto pelo Vaticano a título de indenização às famílias das vítimas nos Estados Unidos, cujos seus membros sofreram abusos sexuais, levando Sua Santidade, o saudoso Papa João Paulo II, a pedir perdão por tudo o que aconteceu na sua época, envolvendo sacerdotes pedófilos.

Já, recentemente, quem pediu desculpas aos irlandeses - outra nação onde ocorreram esses fatos -, foi o atual Pontífice Bento XVI.

O Vaticano vem recomendando rigorosa vigilância junto aos seminaristas a fim de afastá-los, caso sejam percebidos quaisquer indícios de desvio de comportamento, antes mesmo de chegarem a uma possível ordenação sacerdotal, como medida preventiva para preservar a integridade da própria igreja, ultimamente, bastante abalada em razão desses lamentáveis acontecimentos.

Nossa legislação prevê punição para aqueles que praticam a pedofilia. Entretanto, ainda são poucos os penalizados.

Dentro desse grupo, estão pessoas de todos os níveis sociais que sabem perfeitamente a barbaridade que estão cometendo.

Que o diga o Senador Magno Malta que, em nome do Congresso Nacional preside a CPI da Pedofilia, declarando guerra aos pedófilos do Brasil inteiro, cujas estatísticas são assustadoras, sem contar com os casos que ficam no anonimato por este ou aquele motivo. Geralmente, nas famílias, é aonde mais se acobertam esse crime.

Por outro lado, não cabe a desculpa por esses crimes ocorrerem em função da igreja manter a proibição do casamento de padres. Enquanto isso, muitos homens casados praticam a pedofilia, contrariando totalmente esse princípio.

Em outra oportunidade, já externei meu ponto-de-vista, concordando com a manutenção do “Celibato” imposto pelo Vaticano.

Quem desejar ingressar no sacerdócio já sabe, antecipadamente, que não poderá casar, pelo menos até agora. Depois, não adianta reivindicar esse direito. Não dá certo! Eis a razão de a proibição perdurar até hoje. Mesmo assim, os escândalos sexuais se sucedem de uma forma ou de outra.

A religião católica se difere das demais, em razão dos sacramentos que são ministrados exclusivamente por padres - dentre eles - a eucaristia (missa), confissão, etc.

Agora, quando todos esses sacramentos forem abolidos, o padre ficará em condições de igualdade aos pastores protestantes, rabinos, podendo, assim, constituir família sem qualquer restrição.

Lembremos o que disse Jesus: “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela”.

Mesmo em meio a todos esses desafios, reafirmo meu respeito e apreço pela igreja católica onde fui batizado, porém, reconhecendo os pecados de alguns de seus padres. Agora, quem nunca tiver errado na vida, atire então a primeira pedra.

Não é pelo fato de alguns padres terem traído suas vocações, que iremos condenar a igreja por inteiro como muitos talvez desejem. Isso seria injusto!

O ser humano, que deveria dar exemplo de dignidade ao seu semelhante, é o primeiro a contrariar os princípios da própria natureza, desvirtuando a sexualidade.

Aprendamos com os animais que, mesmo irracionais, não praticam essas atrocidades, respeitando-se mutuamente. 

Que o bom Deus derrame copiosas bênçãos sobre a humanidade, a fim de que este nosso mundo seja regenerado, repudiando tudo aquilo que possa desclassificar o ser humano em todos os sentidos. A prática da pedofilia, sem dúvida, tem sido uma delas.

Colaboração: Hugo Antonio Ferrari - Óbidos -Pará

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