Adeus a Belém em forma de poesia

Escritor Diego Sabádo lança livro dedicado à capital paraense


O escritor Diego Sabádo lança hoje seu livro de poemas “Uma cidade que não pude e não quis ser”, em que se despede de Belém para ir morar em São Paulo, onde a obra já foi lançada só para amigos. O lançamento será na Livraria Leitura, no 3° Piso do Shopping Pátio Belém, a partir das 18 horas. Paraense, Diego é doutorando em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Pará (Ufpa). Seu livro é a primeira produção com o Selo Lumiee-Versos, dando início às publicações do Clube de Escritores Lumiee-Versos, que ele coordena, voltado para a promoção do debate de ideias literárias e auxiliar na produção e publicação de livros, com membros em vários estados do país. Ao longo do ano o clube planeja lançar ainda duas coletâneas com textos de todos os membros e mais três livros de autores e temáticas diferentes. “Uma cidade que não pude e não quis ser” traz poemas sobre o cotidiano das ruas e interior das residências de Belém, além de alguns outros, com a mesma visão, sobre algumas cidades paraense e sobre São Paulo. 
Diego conta como nasceu o livro: “Quando pensei em lançar um livro de poemas procurei um tema que me instigasse, queria um livro temático, que girassem em torno da mesma atmosfera”. Ele estava no processo seletivo para o seu doutorado em São Paulo e se decidindo se mudava para lá ou não, “dividido entre a saudade já da terra onde sempre vivi e me sinto maravilhosamente bem e o medo de enfrentar as novidades de um novo lugar. Daí me veio o nome: “Uma cidade que não pude e não quis ser”. O ‘não quis ser’ acrescentei após decidir me mudar para São Paulo”.
Diego minimiza as consequências de sua decisão: “Claro que tudo isso é apenas uma vivência poética, já que tenho voltado pra Belém sempre que posso. Mas na época o sentimento era mesmo o de adeus”. O escritor dedicou os meses que antecederam sua partida, no ano passado, a se despedir de Belém: “Eu andava pelas ruas, em longas caminhadas, ou dirigindo, a cidade me embebia para compor os poemas”. Também professor, Diego fez muitas viagens para o interior do Estado, a Igarapé-Açu, a Melgaço, no Marajó, o que lhe trouxe outras “vivências poéticas, que se juntaram às caminhadas por Belém”. Segundo ele, “de certo modo os poemas são sobre uma Belém suspensa entre os interiores bucólicos, silenciosos, calmos e belos que a cercam e uma São Paulo fervente de modernidade”. Os poemas sobre São Paulo que constam no livro foram escritos “olhando a loucura da cidade pela janela do prédio onde moro”.
Ser escritor e professor para Diego são coisas que ele declara bem resolvidas:  “Sou professor, esta é minha profissão, gosto dela, não desejo deixar de ser, e sou escritor, é meu sonho desde que me lembro”. Junto com “Uma cidade que não pude e não quis ser”, o autor vai relançar os livros “Os Amores, os Barcos e as Cidades” e “Avenida Polo Norte”, publicados pela editora paraense Paka-Tatu, “em parceria comigo no tocante ao dinheiro e tudo, os demais livros são auto publicação mesmo, o esforço do autor para ver sua obra editada”. Sobre as dificuldades que enfrentam no Pará os escritores, para editar suas obras, Diego diz não saber “se gostaria de colocar prazos, regras, discussões econômicas e financeiras neste sonho. Claro que anseio um contrato com uma editora, seria maravilhoso ganhar dinheiro e ser reconhecido financeiramente pela minha arte, ser lido e comentado por muitos, mas não é por isso que escrevo”.  Para Diego Sabádo, “escrever, compor poemas, criar mundos é o que vale.” 

Edição: Roberto Lisboa
Fonte: Site O Liberal