Cores e formas de Alberto Nicolau em exposição na capital paraense



O estilo autêntico das obras do artista plástico Alberto Nicolau da Costa ganham espaço em Belém nesta quarta-feira (5). Uma mostra vai ocupar o restaurante Adega das Onze (R. Padre Champagnat, 302 - Cidade Velha), com quadros que ficam expostos até o dia 20 de fevereiro. Na noite de quarta-feira, o artista ainda ganha uma homenagem, isto porque na abertura da mostra também será lançada a quinta edição da revista DESIGN.COM, que traz Alberto na capa.
Conhecido mundo afora pela identidade de seus trabalhos, Alberto é descrito por críticos como um artista que apresenta em suas obras, a essência do francês Henri Matisse, pela forma como usa a cor e pela sua maneira de desenhar: fluida e original.
Refletindo um momento atual de seu trabalho, Alberto diz que a mostra em Belém deve ser composta, na maioria, por quadros pintados recentemente.
“Tem uma série de pianos que estou levando também. Estudei piano por 20 anos e adoro pintar por conta disso. Eu pinto a minha vida, o interior onde eu moro, a paisagem. São esses temas que vou misturar na exposição”, revela.
Em entrevista concedida antes de embarcar para Belém, Alberto revela que conhece pouco sobre o espaço onde realizará a mostra, por isso a incerteza sobre a quantidade de obras que poderão ser vistas pelo público. Mas ele também conta gostar desse tipo de desafio.
“Eu adoro expor em lugares alternativos, acho que tem tudo a ver. Aqui em São Paulo, às vezes a gente se junta, aluga qualquer lugar e expõe”, destaca. “Também estou levando alguns formatos pequenos, que são das décadas de 80 e 90, acredito que tenha lugares pequenos onde possam ficar expostos”.
Com um trabalho que faz questão de destacar sua honestidade, onde o objetivo é apenas continuar produzindo e falando do seu dia a dia por meio da arte; Alberto dispensa curadoria, participando de todos os processos da montagem da mostra.
“Eu sempre fiz isso. Só fiz uma exposição com curadoria e algumas coletivas também. Mas a minha arte não é uma coisa conceitual; eu faço o que gosto e o que sinto”, diz.
A exposição, aliás, surgiu após o convite para participar de uma matéria na revista. “Me chamaram para fazer a matéria e depois perguntaram se eu poderia fazer uma mostra. Eu não sabia que estava na capa, soube disso faz poucos dias, e também pensei que seria algo para poucos trabalhos. Depois que me dei conta de que seria algo maior”, relembra.
Alberto acredita que pelo menos seis trabalhos serão expostos, a maioria recente, pintados entre 2018 e 2019; junto a alguns mais antigos. Ele conta que gosta de pintar a sua vida, e que isso reflete diretamente em seu trabalho, traduzindo-se em fases de sua obra.
As fases, inclusive, demarcam espaços temporais da vida de Alberto. “Você tem que pintar o que você gosta, ou não vai ser verdadeiro. Teve uma época em que eu fiz uma árvore e todo mundo queria, mas pintar a mesma coisa não fazia sentido para mim. Eu adoro arte contemporânea, conceitual, mas minha arte é mais natural; tenho que estar bem feliz para produzir”, conta.
Alberto Nicolau se radicou em Paris em 1980, onde morou por mais de vinte anos e fez seu nome como pintor. Lá, frequentou a Academia La Grande Chaumière, estudou História da Arte no Louvre, e sempre participou do circuito europeu com reconhecimento de público e crítica. Atualmente mora em Guarapiranga, interior de São Paulo.
Sobre a construção de sua identidade artística, assim como a passagem do tempo reflete na mesma, Alberto explica seu processo: “Quando vou pintar uma paisagem, eu faço da forma como vejo ela. No início, quando morei na França, precisava recriar tudo de forma detalhada, mas depois você se vira. Houve muita mudança na minha pintura; ela não é mais aquela de dez anos atrás, que era muito figurativa. Às vezes as pessoas chegam e pedem: ‘eu quero uma igual a aquela’, mas a gente mudou, não é?”.

Agende-se
Mostra de obras do artista Alberto Nicolau
Local: Adega das Onze (R. Padre Champagnat, 302 - Cidade Velha)
Visitação: 6 a 20 de fevereiro, de terça à sábado, a partir das 18h.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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