FALANDO COM DEUS - *Por Hugo Antônio Ferrari




Meu Deus, por que o mundo está vivendo o surgimento de tantas catástrofes, onde vidas são ceifadas inesperadamente?


Ver pela televisão o sofrimento do povo haitiano em meio aos escombros causado por violento terremoto - alem de um número expressivo de vítimas fatais - é algo que nos deixa perplexos, pesarosos, diante de tanta angústia e desespero.


Muitos países, sob a liderança das Nações Unidas, estão buscando minimizar - na medida do possível - a dor e o sofrimento que aflige aquele povo, porem, o objetivo maior é ajudar a reconstruir aquela pobre nação.


Esses desastres acontecem, sem que sejam percebidos a tempo de serem evitados. Todos são tomados de surpresa, restando pouco ou quase nada a fazer.


Apesar dos avanços, a metereologia ainda não consegue prever um terremoto. Não se compara com a previsão do tempo que, sem mesmo ter acerto integral, é possível, com uma certa antecedência, se saber aonde vai chover, assim como, por onde deverá passar um furacão, um tornado, dando tempo de se tomar algumas precauções.


Será que não deve ser mais uma resposta da natureza - a exemplo de tantas outras - diante da impiedosa devastação que vem ocorrendo no mundo todo? Os cientistas e ambientalistas não descartam essa hipótese.


Não é por falta de aviso para que uma nova consciência possa ser formada em defesa do meio ambiente.


A despeito da ocorrência de fatos lamentáveis, o que nós precisamos entender, é que Deus não deseja o mal para o ser humano, criado a sua imagem e semelhança.


Como seres racionais que somos, Deus nos assegura liberdade e livre arbítrio, para que assim, possamos distinguir o bom do ruim.


Quando Deus criou o mundo, nada foi esquecido.  Tudo existia com fartura. Não tinha razão da fome humilhar e matar tanta gente.


Nesses casos, de quem realmente é a culpa por estarmos passando por todos esses desafios? Muitos continuarão a dizer ser de Deus.


Entretanto, Deus que é infinitamente misericordioso, jamais condenaria alguem a morte, uma vez que Ele é o próprio autor supremo da vida. 


Se continuarmos a desmatar as nossas florestas sem qualquer critério, apenas pela busca do lucro desleal; se permanecermos poluindo os nossos rios e oceanos; se não preservarmos a nossa fauna, vamos esperar o quê? Com certeza, as consequências deverão ser cada vez mais duras, como, aliás, está sempre ocorrendo.


Não podemos esquecer que cada ação tem uma reação, um efeito. Se ela for benéfica, colheremos bons resultados. Caso contrário, teremos que amargar duras consequências.


Já o recente e devastador terremoto no Haiti, as ondas gigantes que atingiram a Ázia, as enchentes e soterramentos no Brasil, o frio anormal que castigou os Estados Unidos, a Europa, as erupções dos vulcões, etc, não poderiam ser evitados? Claro que sim! Mas de qual forma?  Amando mais esse Deus que não se cansa de esperar pela nossa conversão em favor de uma mudança radical de vida.


A natureza é obra genial de Deus, portanto, não pode mais continuar a ser tratada da maneira inconsequente como está sendo.


É necessário que tiremos lições para o nosso viver atraves desses tristes acontecimentos, pois, muitas vezes, reclamamos quando enfrentamos pequenas dificuldades que, nem de longe, se comparam com o sofrimento pelo qual está passando o povo do Haiti. Precisamos ser mais humanos e solidários sempre.


O homem pensa mais no poder do dinheiro, na força da violência, nas armas atômicas, na dominação do próximo, esquecendo que Deus existe.


Já o amor parece estar desaparecendo da face da Terra, diante das atrocidades que assistimos quase que diariamente.


O que vale, na verdade, para muitos, é a vingança, o ódio, o rancor, a ganância.  Não se pensa mais na paz, no perdão, na amizade, na solidariedade...   


Assim sendo, como esperar pela proteção de Deus? Muito difícil não é? E nós, estamos fazendo a nossa parte?


Mais uma vez nos questionamos: A exemplo do terremoto do Haiti, Deus não poderia ter poupado a vida da Doutora Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança junto a igreja católica, vítima que foi do desmoronamento do templo quando ministrava naquele País uma palestra sobre como salvar crianças da desnutrição?


E os outros que morreram nesse desastre, não tinham tambem o direito de estarem vivos?  Claro que sim!


Quando se trata de amar e preservar a vida plenamente, não pode haver distinção. Todos somos iguais e importantes perante Deus.


O nosso mundo está carente de exemplos dignificantes. E Zilda Arns foi transformada na boa “Samaritana” que ajudou a salvar da morte crianças e idosos durante o tempo em que esteve à frente dessa Pastoral em defesa da vida.


Em razão da nobre missão que essa brava mulher abraçou, sua obra continuará mais viva do que nunca no coração das pessoas diante do seu legado de vida deixado a toda humanidade.


Os bons não morrem jamais em vão. Eles se tornarão modelos de transformação em favor de uma existência mais abençoada para todos.


Muitas vezes, é preciso experimentar o lado cruel da nossa existência, para depois festejar a vitória que vem de Deus.


Pensemos, portanto, nas nossas ações, antes mesmo de culpar a Deus pelos desastres que estão ocorrendo, pois o Planeta em que vivemos está sob nossa total responsabilidade. Afinal, somos nós quem o habitamos, daí o dever de tratá-lo com respeito e carinho.


Que cada um de nós possa refletir bastante nesse sentido, pois nem Nossa Senhora, os anjos, os santos, ninguém, não conseguirão nunca desvendar os desígnios de Deus. Eles são insondáveis!


*O autor é morador da cidade de Óbidos no Pará, articulista com obras publicadas em diversos sites e no jornal O Liberal.









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