Academia de Música do Brasil nasce com forte representação paraense


Esta semana o Pará ganha uma grande representação na recém criada Academia de Música do Brasil (AMB). Trata-se da posse do compositor, músico erudito e desembargador Vicente Malheiros da Fonseca, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região; que ocupará a cadeira que tem como patrono seu pai, o maestro Wilson Fonseca, ou Mestre Isoca.
Vicente é santareno, assim como seu pai, considerado até hoje um grande ícone da música da região. “Realmente, é uma grande honra ter sido convidado para ocupar uma cadeira na Academia de Música do Brasil, cujo patrono é meu saudoso pai (...) Considero-me um compositor amazônico, identificado com as nossas raízes brasileiras. Meu pai é meu eterno Mestre, na vida e na arte”, declara Vicente.
Mestre Isoca é o patrono da 27ª cadeira da AMB, mas entre as figuras homenageadas estão ainda mais dois nomes que representam a música paraense: o maestro Waldemar Henrique e a professora Rachel Peluso, esta última também nascida em Santarém.
Vicente teve os três como grandes inspirações ao longo de sua carreira. “Iniciei meus estudos de música com meu pai, em Santarém. Depois, estudei no Instituto Musical Padre José Maurício, como aluno de piano de Rachel Peluso, em São Paulo, na década de 60. Wilson Fonseca, Waldemar Henrique e Rachel Peluso, paraenses, são grandes compositores, todos incluídos no excelente livro ‘Música e Músicos do Pará’, do musicólogo Vicente Salles”, explica o desembargador que também chegou a compor uma música em homenagem a cada um.
O compositor santareno, além de ocupar a cadeira que tem como patrono seu pai, também será vice-presidente da AMB, presidida pelo musicólogo Luis Roberto Trench.
Exercendo a magistratura trabalhista há mais de 46 anos, Vicente Malheiros considera que a música está no sangue da família, e revela que atualmente a tradição já chega à quinta geração. “Tenho envolvimento com a música desde que me entendo como gente. E nunca parei de estudar música e compor. Toquei vários instrumentos musicais. O Piano é meu instrumento preferido”, diz.
As composições de Vicente começaram cedo, assim como a educação musical. A primeira composição foi a valsa “Experimentar”, aos 10 anos de idade. “Quando criança eu sonhei em ser Maestro de Orquestra Sinfônica. Depois, imaginei seguir a carreira de pianista. Hoje, dedico-me à composição musical”, relembra.
Atualmente, Vicente concilia a atividade de desembargador à carreira de músico, mas diz não ver problema em conciliar as duas. “Jamais abandonei a música, atividade que desempenho como simples amador(...). Agradeço a Deus por me permitir a dedicação ao magistério, à magistratura, à literatura e à música”.
Vicente Malheiros será empossado como imortal da Academia de Música do Brasil em cerimônia nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro.
Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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