Boi-Bumbá: Cultura secular que resiste ao tempo



Transcorria o fim dos anos 60 e início de 70, quando a cidade de Capanema estava em plena evolução e a cultura se expandia por todos os lugares, predominando a dança da marujada, entretanto, outros tipos começavam a surgir, na Capanema antiga.


Passados alguns anos, o folclore do Boi-Bumbá resiste ao tempo e alguns grupos se apresentam nos bairros da cidade. Já faz algum tempo que o Grupo Cultural Timbiras apresenta-se em diversos locais com o “Boi Estrela de São Jorge” e nessas apresentações, são feitas as dramatizações da história de “Catirina” e “Pai Francisco” e a história consiste no desejo que a mulher do vaqueiro, que estava grávida e então pediu ao marido para matar o boi do coronel da fazenda, pois ela queria comer a língua do bicho.

O vaqueiro da fazenda do coronel, “Pai Francisco”, não tendo outra alternativa e por ser pressionado pela esposa, matou o boi e deu a língua para ela comer. A morte do boi causou muita tristeza ao patrão que prometeu tirar a vida do vaqueiro e de sua mulher, caso o boi não ressuscitasse.
Baseada nas conversas que ouvia pelas redondezas da fazenda, a filha do coronel/patrão, sugeriu que ele mandasse um de seus capangas ir a uma localidade que ficava léguas de distância para trazer a curandeira e então, ela fazer uma mandinga e o estrela de São Jorge voltasse à vida. Tudo porque, o fazendeiro havia mandado chamar uma médica e a profissional não teve como dar diagnóstico algum, por não ser da área de veterinária.



O desenrolar da história se dá quando uma bruxa ou melhor dizendo uma índia Feiticeira, foi convidada para fazer o milagre da ressurreição, atendendo os apelos de Pai Francisco que se embrenhou nas matas, até chegar à casa dela.


Para a satisfação e alegria do fazendeiro, a velha feiticeira conseguiu ressuscitar o “Boi Estrela de São Jorge” que voltou a viver, pois era bastante querido por seu dono.
A cultura do Boi Bumbá nasceu no Estado do Maranhão e se estendeu para outros Estados inclusive o Pará, e Capanema tem essa raiz também.

Além do Estrela de São Jorge que pertence ao Grupo Timbiras, a cidade também conta com o “Boi Estrela de Santo Antonio”, que pertence ao folclorista José Maria, o conhecido “Zezinho do Carimbó”, que leva o Boi e os brincantes para apresentações nos bairros da Cidade, fazendo a alegria do povo, tão carente de atrativos culturais.






As duas representações estiveram participando do “Festival Junino”, na praça Três de Maio, coordenado pela Secretaria Municipal de Cultura e muita gente acompanhou de perto as evoluções que correspondem à cultura do Boi-Bumbá, que se continuar tendo apoio, certamente vai durar muitos anos.


































































Edição: Maikon Douglas
Texto: Paulo Vasconcellos
Fotos: Anna Karla e Divulgação

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