Jabutigão volta com nova história e roupagem



Os 23 anos de história da Feira Pan-Amazônica do Livro são formados por muitas personalidades, que individualmente constroem o maior evento literário do Pará. Um destes personagens é o Jabutigão, que já virou alter ego do escritor Luiz Peixoto Ramos, de 78 anos. Desde o início Luiz participa do evento que é considerado um momento único para os escritores e os amantes da literatura. “Desde o início para mim é a coisa mais importante que tem, é a nossa festa literária, quando a gente respira literatura. Também é quando a vendagem é maior, aquilo ali é uma vitrine para nós. O escritor espera ansioso por este momento”, revela.
Neste ano o escritor estará no espaço infantil da Feira, no dia 28, às 10h30, e no dia 31, às 18h. Ele também lançará o novo livro e CD ‘O Jabuti Encantado’, com ilustrações de J. Bosco, no dia 28, às 18h, no estande da editora e distribuidora NSF. A publicação infantil conta a história de um jabuti com patas de ouro que por causa disso sofre preconceito dos outros animais. Depois o jabuti descobre que é encantado e viverá muitas aventuras. Para aproveitar este momento especial do lançamento da obra Luiz Peixoto produziu uma nova fantasia de Jabuti que irá estrear na Feira do Livro.
Os vários momentos especiais do Jabutigão envolvem as crianças. Em uma delas, uma menina queria muito levar as obras para casa, mas o pai não tinha dinheiro para comprar os livros. O pai adquiriu no último dia as obras para a filha e parabenizou o escritor pelo trabalho. “Quando ele chegou comprou os três livros, a garotinha olhou para mim e disse assim, ‘a minha prima gosta muito de ti, ela mora em São Paulo’. Eu perguntei ‘qual é a idade dela?’. Quando me mostraram a prima dela era um bebezinho ainda, foi uma das coisas mais sublimes que aconteceu na minha carreira. A menina já dizia que a prima era minha fã”, relembra.
Para ele, lidar com crianças é mais fácil. Muita coisa mudou para o autor que começou a escrever para adultos, mas depois decidiu focar no público infantil. “Foi algo que eu não esperava. O caso é o seguinte, eu passei a escrever os livros para adultos e resolvi escrever para crianças um conto de fadas amazônico. Foi o livro que deu origem ao personagem”, lembra.
No lançamento do primeiro livro na Feira, Luiz vendeu 50 exemplares e começou a ser chamado como Jabutigão, ainda sem a fantasia. Ao voltar para casa comentou com a esposa e decidiu investir na ideia de se vestir como o personagem. Ao longo destes 23 anos de trabalho, com participações em feiras em colégios e eventos literários, o personagem ganhou vida própria e já superou as mil apresentações, algo impensável no início.
“Eu chamei um carnavalesco e disse que queria um jabuti elegante. Ele fez, só que tudo mal feito, há 23 anos. Comecei a ir na Feira do Livro e depois criei uma coreografia sem ser coreógrafo. Daí as escolas começaram a me contratar e as crianças a comprar os livros. Pensei vou fazer o esforço para chegar a 100 apresentações, e hoje vou para mil e cem”, conta realizado.

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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