Celso Leite: Um homem que amava o rádio


Transcorria o ano de 2001 e a cidade de Capanema recebia a primeira emissora oficial instalada em frequência modulada, a Radio Antena C. Depois da inauguração e de todos os testes envidados, foi feita a grade de programação com diversas inclusões de programas musicais, jornalismo e variedades. Um dos Sonhos dos dirigentes da emissora, era formar uma equipe de esportes para transmitir jogos no Estádio Municipal Leandro Pinheiro. Foram adquiridos os equipamentos e a equipe formada primeiramente com apresentação do programa: “Ataque & Contra-Ataque” e depois com as transmissões dos jogos.

Formada a equipe “Show de Bola”, havia a necessidade do recebimento de instruções para que tudo ocorresse da forma como que fora planejado. O Bragantino Clube do Pará, disputava o Campeonato Paraense de Futebol e então os profissionais do rádio de Capanema se dirigiram até Bragança para verem de perto a transmissão pela Rádio Educadora, uma das vozes do Esporte no Pará.  Além de narrador esportivo, o radialista Celso Leite era também o chefe da equipe de esportes da Educadora, dividindo-se entre programas de estúdio, variando músicas e informações. Os integrantes da equipe “Show de Bola” da Rádio Antena C, se dirigiram até Bragança para acompanharem uma transmissão da Educadora tendo como narrador oficial o radialista Celso Orlando da Silva Leite. Depois do início da partida no Diogão, os integrantes da Rádio Antena C fizeram várias anotações e voltaram para Capanema com instruções feitas pelo experiente radialista.

A amizade dos Radialistas de Capanema com Celso Leite foi aumentando, porque ele recebeu a intitulação de “padrinho” da equipe “Show de Bola” da Rádio Antena C. Em determinadas ocasiões, Celso participou do programa “Ataque & Contra-Ataque”, a revista semanal do Esporte que era levado ao ar todas as segundas feiras. Além disso, Celso transmitiu um jogo entre as seleções de Capanema e Bragança no Estádio Leandro Pinheiro-Cabine Antonio Serra, empunhado o microfone da Antena C, sendo que eu fiz os comentários e as reportagens estiveram aos cargos de Luiz Carlos Glins e Nélio Queiroz.

“O atacante Cacaio deu um come no adversário, chutou de fora da área e marcou um golaço pelo tubarão do Caeté”. Esse era um dos bordões usados por Celso Leite quando transmitia os jogos do Bragantino e os gols do Atacante que já havia brilhando com as camisas de Remo e Paysandu.

Em uma de suas participações no programa “Ataque & Contra-Ataque”, Celso Leite disse que no dia em que ele morresse, não queria que colocasse o seu nome completo em sua lápide e sim: “Aqui jaz o radialista Celso leite”.


“Está tremulando a amarelinha”; “Brasileiro não vive sem rádio”; “O que houve aí meu caro D.A?”; “Eu estou aqui falando da minha bragantinidade aos paraenses e brasileiros”. Frases sempre ditas em forma de bordão pelo querido e agora saudoso Celso Leite, que faleceu no último domingo, 25. As marcas deixadas por ele referenciam a radiodifusão paraense, sendo que Bragança, a sua amada terra, chorou e parou durante o velório de um dos maiores narradores esportivos do Estado.

Fica a saudade e a alegria com que Celso travava as pessoas, principalmente os seus colegas de rádio que costumava chamá-los de: “Irmãozinhos”. A crônica Esportiva Paraense perde um de sus ícones, mas Deus ganha mais um filho para com Ele partilhar das alegrias na morada celeste.



HOMENAGEM

Dedico este texto ao saudoso companheiro Celso Orlando da Silva Leite que no próximo dia 1 de novembro completaria 61 anos de idade. Eu e meus pares da equipe Show d Bola/Radio Antena C: Luiz Carlos Glins, Gilvan Sales, Mauro Hemebs, Nélio Queiroz, Jota Araújo, Walmir Cunha, Alex Cunha, Anderson Reis e Paulo Alan Queiroz, honramo-nos por termos aprendido com Celso Leite.





Edição: Maikon Douglas
Texto: Paulo Vasconcellos

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