Carlos Mendes lança livro para os amantes da ufologia



O jornalista Carlos Mendes lança em Belém o livro “Luzes do Medo - Relato de um Repórter na Operação Prato”, sobre as aparições de naves espaciais no Pará que ficaram conhecidas como "Chupa-chupa", entre os anos de 1977 e 1978.
O lançamento, esperado pelo público interessado no tema da ufologia, em todo o país, será nesta terça-feira, 20, no auditório do hotel Sagres, às 19 horas. Na ocasião, haverá palestras de Ademar Gevaerd, um dos maiores ufólogos do mundo e editor da revista UFO, e de Fred Morsch, apresentador da premiada série de televisão “De Carona com os Ovnis”, do canal History Channel.
Na época dos acontecimentos, pessoas humildes do interior paraense, como no distrito de Mosqueiro e nos municípios de Vigia, Colares e Santo Antônio do Tauá, passaram a relatar que estavam sendo "atacados" por feixes de fortes luzes emitidos do céu, que os imobilizava e sugava as energias corporais e, ao final da experiência, deixavam uma espécie de furo cauterizado na pele.
O 1° Comando Aéreo Regional (I Comar), Aeronáutica, com sede em Belém, instalou a Operação Prato que, com a ajuda de equipamentos tecnológicos fornecidos pelos Estados Unidos, passou a investigar as ocorrências. Até hoje, grande parte dos documentos e fotografias dessa operação são mantidos sob sigilo.
Carlos Mendes era repórter do jornal O Estado do Pará, na época, e investigou o caso. Porém, algumas matérias tiveram a publicação impedida pelo governo. O governo chegou a apreender mais de 250 fotografias de ovnis na redação do jornal, de autoria do fotógrafo José Ribamar dos Prazeres.
Nesse livro-reportagem, Mendes resgata as reportagens publicadas por ele e por outros jornalistas de outros jornais daquele período, bem como traz à tona as matérias inéditas dele que haviam sido censuradas. Ainda, ele traz revelações de fontes sigilosas coletadas ao longo desses anos, e entrevistas exclusivas com personagens dessa história, como o tenente-coronel Camillo Ferraz de Bastos, chefe da 2ª Seção da Aeronáutica, atualmente com cerca de 90 anos de idade, a quem era subordinado o comandante da Operação Prato, Capitão Uyrangê Hollanda; o jornalista Walmir Botelho, editor-geral de O Estado do Pará, já falecido; e o psiquiatra do I Comar que examinou vítimas, coronel Hernesto Póvoa.
"O fenômeno já ocorria no interior do Maranhão desde abril de 1977, mas as notícias que chegavam ao Pará eram esparsas e não repercutiam nos jornais de Belém. Cinco mulheres foram ao jornal “O Estado do Pará” e relataram as aparições em Viseu, na fronteira com o Maranhão, despertando a atenção do meu editor-geral, Walmir Botelho, em maio daquele ano. Foi que eu entrei na investigação e não parei mais. Tentaram me parar (os militares da “Operação Prato), mas não conseguiram", recorda.
"Fiquei perplexo ao ver pessoas exibirem marcas no corpo e dizerem que eram oriundas das luzes vindas do espaço. Elas não sabiam explicar o que eram aquelas marcas." Ele descreve que a maioria das mulheres era atacada nos seios, enquanto as restantes apresentavam os furos pequenos no pescoço e nos braços. Já os homens, eram feridos da mesma maneira nos braços, pernas e pescoço.
O jornalista recorda que as tentativas dos militares em abafar o caso na imprensa e perante os atingidos foi o que desafiou o próprio ceticismo levando-o a suspeitar que se tratava realmente de Ovnis. Ele relata que a a Força Aérea Brasileira pressionou a médica Wellaide Cecim, que atendeu muitas vítimas, a convencer essas pessoas de que elas estavam sob histeria coletiva.
Ainda, o Capitão Holanda esteve várias vezes nos jornais de Belém para acompanhar de perto a cobertura realizada pelos repórteres e até suspender as publicações. "Não tive a certeza de que eram inteligências extraterrestres, mas a tentativa de abafar os fatos despertaram minha desconfiança." Além disso, um homem se infiltrou em O Estado do Pará como aprendiz de repórter supostamente para roubar material de investigação e levá-lo para os Estados Unidos, conforme acreditaram os jornalistas da época.
Homenagem a Walcyr Monteiro
Ademar Gevaerd é requisitado para conferências em vários países da América Latina, Europa, Estados Unidos e Ásia. Ele estará pela primeira vez em Belém. Autor do prefácio de "Luzes do Medo", ele vai falar sobre a Operação Prato, considerada a maior missão militar já empreendida no mundo para investigar objetos voadores não identificados e que montou base de operações na ilha de Colares.
Ao lado de outros ufólogos, Gevaerd pressionou para que o MInistério da Defesa liberasse os documentos sobre os fatos ocorridos no Pará. Já Morsch, que apresentou no ano passado 13 capítulos de “De Carona com os Ovnis”, no History Channel, abordará as viagens que fez por todo o país para colher os depoimentos de pessoas abduzidas, testemunhas de aparições, jornalistas e pesquisadores do fenômeno que há séculos intriga a humanidade.
Na ocasião, será feita uma homenagem ao escritor e ufólogo paraense Walcyr Monteiro, recém-falecido, que foi amigo pessoal de Carlos Mendes. Walcyr foi autor do best seller da literatura regional, "Visagens e Assombrações de Belém". Na plateia, entre os convidados do lançamento estarão Nahima Oliveira, filha do Brigadeiro Protásio Lopes de Oliveira, comandante do 1o comar na época da Operação Prato; e Luiz Hollanda, filho do Capitão Hollanda que se matou anos depois da operação, no Rio de Janeiro, quatro meses após fazer revelações do caso à revista UFO.
Agende-se
Lançamento do livro “Luzes do Medo - Relato de um Repórter na Operação Prato”, de Carlos Mendes
Data: terça-feira, 20
Hora: 19 horas
Local: Auditório do Hotel Sagres ( Av. Gov. José Malcher, 2927, São Brás)
Valor do livro: R$ 50
Valor do livro com acesso às palestras: R$ R$ 80
Informações pelo (91) 98183-0540

Fonte: O Liberal/Cultura (Texto e Foto)

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