Exposição virtual 'Nervo Exposto' exibe a realidade de Algodoalzinho

 Vídeo e fotografias do artista Thiago Azevedo mostram a relação com o mangue e o imaginário dos moradores de uma comunidade de Curuçá.

Thiago Azevedo/ Divulgação

A paisagem e o cotidiano de Algodoalzinho, comunidade da ilha de Fora, no município de Curuçá, no Nordeste Paraense, são o foco da exposição “Nervo Exposto” do fotógrafo e doutorando em Artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Thiago Azevedo. A mostra será aberta ao público em formato virtual a partir desta sexta-feira, 6, por meio do site nervoexposto.com. O autor realiza uma live de lançamento às 19 horas, no canal dele no Youtube.

O projeto consiste em fotografias e um vídeo, além de uma oficina de fotografia seguida de exposição na comunidade, que já foram realizados pelo autor com a ajuda do fotógrafo Sandro Barbosa e que contou com 26 participantes, entre crianças, jovens e adultos.

Já a mostra virtual que será lançada nesta sexta, reúne um acervo fotográfico traz com 54 fotografias feitas na oficina pelos moradores de Algodoalzinho, assim como as cerca de 200 imagens produzidas por Thiago Azevedo no mergulho poético sobre a realidade do lugar.

“O vídeo que fiz é uma crônica visual de 45 minutos sobre as pessoas que moram lá, sobre a pescaria, a agricultura, a produção de farinha, a captura de caranguejo e o cotidiano...”, descreve Thiago. “O vídeo não tem um perfil documental sobre Algodoalzinho, mas de mostrar um pouco da vida dessas pessoas”, acrescenta.

(Thiago Azevedo/ Divulgação)

Nos relatos colhidos sobre a história do lugar, como nos tempos em que não havia fornecimento de energia elétrica, surgem as narrativas do imaginário popular amazônico, como nas falas das matriarcas e das crianças sobre as “oiaras”, seres encantados que eles alegam habitar os manguezais e matas que circundam a comunidade.

As fotografias de Thiago permeiam os mesmos caminhos sobre o cotidiano dos moradores e a relação deles com a natureza. A exposição reúne farto material sobre a integração entre homem e natureza e também a relação que os moradores possuem com o meio ambiente.

Atualmente, a população de Algodoalzinho pleiteia o reconhecimento formal como comunidade remanescente de quilombo, pois, segundo Thiago Azevedo a comunidade foi constituída por quilombolas originários do próprio município de Curuçá e também da ilha do Marajó.

“Eu tenho uma relação com Curuçá de 15 anos. Ao conhecer essa comunidade fui provocado a mostrar a relação do homem com o mangue. Dentro dos manguezais há uma cultura pulsante, que precisa ser preservada, assim como as comunidades que dependem da relação com o mangue para se alimentar e também como fonte de renda”, conta.

“Nervos Expostos” foi contemplado com pela Lei Aldir Blanc, por meio do edital Multilinguagens da Secretaria de Cultura do governo do estado do Pará (Secult).

A exposição pode ser conferida por tempo indeterminado no site mencionado, sendo que o vídeo também ficará disponível no canal de Thiago Azevedo no Youtube. O site também apresenta os registros de todas as ações realizadas pelo projeto em Algodoalzinho, incluindo vídeos da oficina de fotografia e da exposição realizada na comunidade.








Texto e Fotos: O Liberal
Edição: Alek Brandão

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