Coro da Fundação Carlos Gomes se apresenta no Theatro da Paz

 Com o corpo completo de 22 coralistas, o coro retoma a apresentação presencial aos poucos, com repertório cheio de músicas brasileiras e paraenses.

Rodolfo Oliveira / Arquivo Agência Pará

O Coro da Fundação Carlos Gomes sobe ao palco do Theatro da Paz nesta terça-feira, 24, às 18 horas, para um concerto gratuito dentro da programação de reabertura da casa de espetáculos após nove meses de obras. O repertório será recheado de música brasileira e paraense, sob a regência da maestrina Maria Antônia Jimenez.

Essa será a segunda apresentação presencial desse coro após longa pausa forçada pela crise pandêmica. Os coralistas irão cantar de máscaras com o corpo completo de 22 artistas. A lotação do teatro será limitada a 300 lugares.

A volta ao palco do Theatro da Paz é tomada de emoção: “Estamos muito felizes (com a oportunidade de se apresentar no Da Paz). É a maior casa de espetáculos do Pará e uma das melhores do Brasil”, celebra a maestrina, que fundou o Coral Carlos Gomes há 26 anos. “A pandemia foi muito sofrida para todos”, lamenta a profissional cubana.

 

O espetáculo será aberto com o concerto do compositor brasileiro Presciliano Silva, do Século XIX; seguido de Heitor Villa-Lobos e do americano Dan Forrest. “Teremos também canções de Ronaldo Miranda, Pixinguinha, Baden Powell e Gonzaguinha”, revela Maria Antônia.

A programação será finalizada com uma sequência de compositores paraenses, incluindo Waldemar Henrique. “Vamos cantar ‘Bom Dia, Belém’, de Edyr Proença; ‘Bole Rebole’, brega paraense (banda Los Bregas) e ‘No Meio do Pitiú’, de Dona Onete”.

Cada ingresso custa um quilo de alimento não perecível e poderá ser obtido na bilheteria do Theatro, a partir das 16 horas. Os produtos arrecadados serão repassados ao programa Pró-Paz, do governo do estado.

Rotina na pandemia

O Coro Carlos Gomes ficou um ano e quatro meses com as apresentações presenciais suspensas. A última apresentação antes da suspensão dos eventos culturais ocorreu em 10 de março de 2020, na Igreja Santo Alexandre. E a volta ao canto com plateia ocorreu no mesmo lugar, no último dia 8 de agosto, durante o Premar da Fé, realizado pela Secretaria de Cultura do governo do estado do Pará, com transmissão pela TV Cultura.

Nesse intervalo, as atividades do coro Carlos Gomes migraram para a internet, como fez a maioria dos artistas. Por meio de ferramentas digitais, os coralistas definiram uma rotina de ensaios e concorreram em festivais nacionais e internacionais de coros. Em maio deste ano, os ensaios presenciais foram retomados em número reduzido, em local aberto. “Fizemos os ensaios por naipes – sopranos, tenores, contraltos e baixos - no Parque da Residência e depois passamos para outro lugar em Nazaré (bairro)”, recorda Maria Antônia.

Nessa nova rotina, algumas tradições do Coro Carlos Gomes foram flexibilizadas. É o caso do concerto alusivo à Semana Santa que, este ano, foi gravado fora do calendário católico e sem plateia, no Museu de Arte Sacra, onde está localizada a Igreja de Santo Alexandre. “Fazíamos esse concerto há 20 anos”, conta. A gravação de 45 minutos ainda será exibida pela Fundação Carlos Gomes, dentro do projeto “Música nos Museus”.

História

Maria Antônia Jimenez.Maria Antônia Jimenez. (Divulgação/ Fundação Carlos Gomes)

O Coro da Fundação Carlos Gomes se apresentou pela primeira vez em 1995. Foi fundado por Maria Antônia Jimenez, que leciona Canto e, até hoje, se mantém na regência do corpo de coralistas. “Quando vim para a fundação, o conservatório não tinha coral. Eu estava recém-formada na União Soviética (Conservatório Estatal de São Petersburgo “Rimsky Kórsakov”). Havia turmas de canto coral, mas não homogêneo. Fui selecionando os alunos entre as turmas e fiz o coro”, relembra.

O coro segue levando o nome do Conservatório Carlos Gomes fora do Pará e do Brasil. Já participou de festivais e gravou três discos próprios, além da participação em discos de vários músicos. Com repertório eclético, tem o papel de fomentar a música coral erudita – tanto em capela, quanto em sinfônico coral – e de interpretar músicas regionais, folclóricas e contemporâneas.

Ainda hoje, o grupo é formado por alunos e ex-alunos do Conservatório Carlos Gomes - atual Instituto Estadual Carlos Gomes (ECG), fundado em 1895, que é considerado uma das instituições de música mais antigas do país, sendo mantido pela Fundação Carlos Gomes do governo do estado.

Programação do Theatro da Paz

A programação de reabertura do Theatro da Paz segue na quarta-feira, 25, com a apresentação de canto lírico dos alunos do Curso de Formação em Ópera, às 17, 18 e 19 horas, assim como a abertura da exposição imersiva “Ópera Viva - 20 Anos do Festival de Ópera do Theatro da Paz”, que poderá ser visitada no foyer da casa de espetáculos até o dia 31 de outubro.

Na quinta e sexta-feiras, 26 e 27, sempre às 20 horas, será apresentado o Balé Coppélia. No sábado, 28, às 20 horas, haverá o show do Amazônia Jazz Band. Na segunda-feira, 30, será apresentada a Die Abreise, às 16 horas, em sessão exclusiva para custodiados, agentes prisionais e familiares; e às 20 horas para o público em geral. E na terça-feira, 31, a programação encerra com os espetáculos do Colegiado de Dança do Pará, a partir das 16 horas.









Texto e Imagens: O Liberal
Edição: Alek Brandão

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