Onze grupos sobem ao palco do Theatro da Paz nesta terça

 Apresentações, com ingressos trocados por alimentos não perecíveis, encerram a programação de reabertura do Theatro da Paz

Divulgação

Onze grupos de dança sobem ao palco do Theatro da Paz nesta terça-feira, 31, neste último dia da programação de reabertura da casa de espetáculos, após passar nove meses de reforma. Os espetáculos gratuitos irão percorrer gêneros erudito e popular, passando pelo ballet clássico de repertório até as danças regionais.

Serão realizadas duas sessões com abordagens infanto-juvenis e adulta, a partir das 16 horas e das 18h45. Serão disponibilizados 300 ingressos na bilheteria do teatro três horas antes do início das sessões.

O Colegiado de Dança do Pará, que reúne artistas e fazedores da dança no estado, foi responsável pela seleção dos espetáculos que serão apresentados hoje. Entre eles, está “Eterno Bruno”, a emocionante homenagem ao dançarino premiado Bruno Carvalho, de 25 anos, que faleceu de covid-19.

Sem falar na abordagem de temas regionais por “Raízes Caboclas”, “O Lendário indígena e a luta contra o feminicídio amazônico”, “Vozes da Amazônia”, “Nheengaíbas” e “Um legado de tradição, preservação e miscigenação”.

Tem ainda o infantil inspirado na Disney “Úrsula: Uma história não contada”. No clássico, “Dom Quixote”. E na dança contemporânea “Habitante Criador” e “Prisma”. E a abordagem atual de “O Outro Lado”, sobre a pandemia.

A seleção foi realizada entre espetáculos exibidos virtualmente por meio da Lei Aldir Blanc, que já possuíam coreografia, cenário e figurino prontos, entre grupos de dança de Belém, Ananindeua, Castanhal e dos municípios de Mocajuba, no nordeste paraense, e de Breves, no Marajó, conforme explica o presidente do colegiado, Ígor Marques.

A sessão infanto-juvenil será aberta pelo espetáculo “Úrsula: Uma história não contada”, do Grupo de Dança do Grêmio Literário Português. O enredo fala sobre a vilã da Disney, a bruxa Úrsula, filha de Poseidon, que foi expulsa do reino pelo irmão, rei Tritão, e busca vingança prejudicando a filha dele, princesa Ariel.

Em seguida, às 16h45, “Raízes Caboclas”, do Volé Cia de Dança, de Belém, percorre o imaginário ribeirinho por meio da dança moderna americana, em uma apresentação tomada de cultura ancestral.

Às 17h15, será apresentado trecho do “4º ato de Dom Quixote”, com música de Ludwig Minkus e coreografia de Marius Petipa, fala sobre as aventuras de Dom Quixote e o fiel escudeiro Sancho Pança.

Às 17h45, “Eterno Bruno”, do Luz Grupo de Dança, de Ananindeua, faz uma homenagem a Bruno Carvalho, que integrou o grupo, mas faleceu em 31 de julho de 2020. O grupo exibirá trechos de um documentário sobre a trajetória de Bruno e apresentará trechos de danças que marcaram a carreira dele por meio de 22 dançarinos.

“O Bruno dançava ballet de repertório, clássico livre, contemporâneo e jazz. Era híbrido e abraçava todos esses gêneros da dança que levaremos para o palco”, descreve a diretora do grupo, Aline Luz.

A primeira sessão encerra com “Habitante Criador”, da Casa Ribalta Núcleos Artísticos Integrados, de Ananindeua, a partir das 18h15, um espetáculo de abordagem poética amazônica de autoria da Professora Dra Mayrla Andrade, que explora os saberes e as práticas cotidianas para uma experiência em dança, ancorada no corpo, na casa e na cidade de Ananindeua, abordando a chegada dos primeiros habitantes do lugar.

Já a segunda sessão, abre com o espetáculo “Prisma”, do grupo coreográfico Jackeline Mendes, de Belém, que completa 25 anos. Por meio da dança contemporânea, Prisma retrata as memórias por meio de formas geométricas e faz alusão à caixa de pandora.

Em seguida, às 19h30, “O Lendário indígena e a luta contra o feminicídio amazônico”, do Studio Alpha, de Castanhal, dialoga sobre a violência contra a mulher, a busca por igualdade de gêneros entre os povos da floresta e o papel feminino na conscientização sobre a preservação ambiental.

“Esse será a nossa primeira apresentação presencial desde o início da pandemia, apesar do grupo não ter parado nesse período, participamos de concursos virtuais. Vamos apresentar uma toada paraense em homenagem a Belém, com menção ao Círio, à cobra grande, à chuva, à Cabanagem

Às 20 horas, será apresentado “O outro lado” do Studio de Danças Lucinha Azeredo, de Belém, que trata da pandemia de covid-19, abordando a vida, a morte e a espiritualidade. Às 20h30, o espetáculo de dança “Vozes da Amazônia”, do Arte em Movimentos, de Belém, apresenta o homem amazônico embarcando em uma viagem desafiadora de barco em que a exploração excessiva da rica biodiversidade regional é evidenciada.

Já às 21 horas, “Nheengaíbas”, do Grupo Parafolclórico Nheengaíbas, de Breves, destaca a inclusão cultural regional por meio das danças do carimbó, lundu marajoara e do siriá, bem como aborda a inclusão de pessoas com deficiência auditiva e LGBTQIA+.

A segunda sessão encerra com o espetáculo “Um legado de tradição, preservação e miscigenação”, do Grupo Terra Cabocla, de Mocajuba e Belém, a partir das 21h30. Esse espetáculo de dança evidencia a cultura popular de tradições indígena, negra e cabocla, com a participação de dançarinos, adolescentes e adultos em situação de vulnerabilidade social dos municípios de Mocajuba, Baião e Belém.










Texto e Imagens: O Liberal
Edição: Alek Brandão

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